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𝙎𝙝𝙞𝙫𝙖𝙣𝙞 𝙋𝙖𝙡𝙞𝙬𝙖𝙡 𝙋𝙤𝙞𝙣𝙩 𝙤𝙛 𝙑𝙞𝙚𝙬

A esperança é algo engraçado, você passa sua vida inteira acreditando que um dia tudo vai mudar, que todos os seus desejos vão se realizar e que sua vida mudará para melhor. Mas basta alguém pisar nesse sentimento que ele ja não torna mais presente em sua vida.

Todos os meus sonhos e planejamentos foram para o ralo, e será impossivel traze-los de volta na situação em que estou agora.

Todos os olhares daquele estabelecimento estavam presos em mim intercalados com pânico ou surpresa, e eu nao gostava nenhum pouco do motivo dessas reações.

A loira a poucos metros de distância susurrava algo no ouvido do segurança ao seu lado, nunca tirando seus olhos de mim e sorrindo de lado como se acabasse de ganhar um belo prêmio, tremi do último fio de cabelo até o dedão do pé, seu olhar para mim era tao intenso ao ponto de me trazer calafrios.

— Preciso que venha comigo. — Um homem falou, pegando em meu braço e me puxando na direção da mais temida pessoa do local.

Nao tive tempo para me debater ou gritar por socorro, quando percebi já estava de frente para ela. Suas íris azuis me analisavam enquanto eu tentava esconder a guerra que estava sendo travada em minha barriga entre o frio e as borboletas apavoradas.

Sua mão estendeu se em minha direção para tocar nas minhas. Em um movimento rápido e involuntario as joguei para tras do seu corpo e dei alguns passos para trás, assustada com o que ela poderia fazer. O sorriso de lado que abriu se em seu rosto era assustador, fez meus lábios ficarem trêmulos. Maldita.

— Levem ela. — Sua voz embriagante e rouca soou pela primeira vez. Meus ouvidos estavam confusos com o quão viciante aquela voz poderia ter se tornado.

Assustei me quando senti duas mãos apertarem cada um
dos meus braços. Tentei me soltar do aperto e gritar para
que me soltassem, mas nada adiantou, estava sendo levada
para fora do lugar, com a loira na frente. Com um pingo
de esperança me restando, espernei me chutando para
todos os lados com o desejo de acerta-los e sair correndo para o mais longe dali.

— Me solta. — Rosnei irritada.

Os homens não me deram ouvidos, ao invés disso apertaram ainda mais suas mãos em volta dos meus braços. Quanto
mais eu tentava me soltar, mais me machucava o aperto, tinha certeza que eu teria um avermelhado dolorido amanhã, se nao um roxo.

— Estão me machucando! — Falei grunindo de raiva e mais uma vez tentando soltar me de seus braços.

Pararam de andar quando nos aproximamos de um La Voiture Noire, nada mais do que o carro mais caro do mundo. A cor preta brilhava exageradamente e éramos facilmente refietidos no veículo.

A Srta.Loukamaa virou se para nós com sua face sem expressão alguma. Se aproximou de mim e encarou meus
olhos antes de ordenar que me soltassem, quase gemi de alívio quando senti meus braços serem soltados.

Olhei para os dois lados tentando saber se existiria uma mínima possibilidade de eu escapar dali correndo. Intercalava meus olhares entre os lados e seus olhos azuis que me encaravam.

Arriscando minha vida e minha esperança restante, corri para o lado direito em passos apressados e largos ao mesmo tempo em que rezava para que minha fuga tivesse resultado positivo.

Olhei para trás enquanto corria e fiquei confusa ao vê-los ainda parados na frente do veículo apenas me encarando correr.

Um baque contra algo me fez parar imediatamente e dar dois passos para trás. Um loiro de olhos azuis me encarava com uma cara nada boa, ali eu já estava me despedindo das minhas irmãs e rezando para que nada lhes acontecece.

𝘼 𝘾𝙝𝙚𝙛𝙚 𝙙𝙖 𝙈𝙖𝙛𝙞𝙖 - 𝙎𝙝𝙞𝙫𝙡𝙞𝙣Onde histórias criam vida. Descubra agora