ANCESTRAIS

PRÓLOGO

Na beira de um rio de águas calmas, a Deusa Mãe chama por seus filhos:

- Parem de brincar um pouco e venham até aqui, a Mãe precisa muito conversar com vocês dois.

O gêmeos correm de mãos dadas até a Deusa Mãe e se sentam ao seu lado em silêncio.

- Vocês sabem que eu estou cada dia mais fraca. Muitos de nós, seres elementais, desistiram da humanidade e se retiraram para a Grande Morada no Éter. Outros trocaram seus poderes e imortalidade pela experiência de ser um humano normal e, quando expulsei o pai de vocês daqui, eu não imaginava que ele trocaria sua imortalidade para viver entre os mortais. Eu achei que ele voltaria, mas já se passaram anos e ele nunca retornou. Eu agi por ciúmes, por puro capricho, agora estou muito arrependida por ter feito isso e nós todos precisamos dele de volta. Assim como sem vocês dois não há alegria, sem ele não há equilíbrio. Ele é a balança da justiça!
Como vocês sabem, não posso sair daqui para procurá-lo, já que sou a única que está cuidando de toda fauna, flora e rios que restaram, então, cabe a vocês fazerem isso para o bem de todos os reinos.

Depois de dizer isso, ela entregou pra cada criança um colar com pingentes de ouro em forma de machado. Eles ficariam incubidos de encontrar seu pai e de entregar esses colares a ele.

Assim que sua mãe passou todas as instruções, ela lhes transformou em duas crianças normais, já que ali na dimensão espiritual eles não possuíam corpos físicos e então, os dois partiram para a cidade grande.

A Deusa Mãe ficou preocupada com os dois, pois eles nunca tinham saído dali e teriam que partir nessa aventura sozinhos. O jeito era arriscar e confiar no destino, já que eles eram os únicos em que ela podia contar.
Antes deles partirem, ela deixava claro de que não poderiam usar seus poderes na frente dos humanos, exceto se fosse extremamente necessário. Então ela os abençoou e deixou que eles seguissem mata adentro até a civilização.