O Dia da "Descoberta"

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O dia havia amanhecido tranquilamente no Japão e lá estavam alguns membros da maior e mais perigosa gangue japonesa em uma cafeteria. A gangue em questão era a Bonten. Eles tomavam seu café-da-manhã tranquilamente enquanto conversavam:

Rindo: Então de fato tem uma espécie de espião entre nós? – perguntou sério o rapaz de cabelos lavanda:

Kakucho: Aparentemente sim, mas não sei quem vai ficar encarregado de cuidar do sujeito. 

Sanzu: Podemos falar de trabalho quando formos ao trabalho? – o rosado indagou enquanto bebericava do seu capuccino – Provavelmente o Mikey vai mandar ou eu ou o Ran dessa vez. Falando no Ran, o que deu nele que ele tá todo esquisito hoje? Nem sorriu nem nada.

Kokonoi: Coisa que eu também estranhei.

Rindo: Ah, ele teve uma recaída hoje! Vai passar.

Mochi: Susan de novo? 

Rindo: É… Susan de novo… – mordeu um pedaço de seu croissant:

Kokonoi: Ela sumiu, né? Tem o quê… Quatro anos e meio? 

Sanzu: Sempre achei ela distante, mas não achei que fosse se distanciar tanto… Ela é a única pessoa que eu me identificava por ser tão louca quanto eu! 

Kakucho: Mas o que fez ele ter a recaída? 

Rindo: Um sonho. Ó, ele tá vindo! – ele olhou para seu irmão mais velho – Ran, e aí? Tomou o ar que precisava?

Ran: Eu estou bem. Bom, vamos indo?

Kakucho: Vão indo na frente. Eu tenho que entregar umas coisas… Se é que me entendem.

Mochi: Vai ver aquela professora do maternal, é? – ele sorriu – A gente vai com você, até porque você nunca a mostrou. Que acham?

Todos concordaram em ir até a escolinha apenas para verem a tal professora que Kakucho estava encontrando. Ao chegarem ao local, o moreno ia em direção a ela enquanto os outros esperavam em frente ao carro e observavam as crianças analiticamente:

Sanzu: Essas crias aí devem ter, no mínimo, uns três, quatro anos. Qual a graça de ter aula nessa idade? 

Kokonoi: Elas começam a ser um pouco mais independentes mais cedo. 

Sanzu: Nossa, Koko, como sua resposta me ajudou! – fala em um tom irônico com um sorriso no rosto – Eu hein.

Kokonoi: Da próxima fica sem saber, seu drogado.

Mochi: Engraçado, por que aquela garotinha ali tá mais afastada? 

Rindo: Qual? 

Mochi: A que tá segurando uma pelúcia. Ela parece triste.

Sanzu: Deve ser caloura.

Kokonoi: Engraçado, ela parece uma de vocês Haitani.

Rindo: Pior que parece mesmo, né irmão? 

Ran: É… – falou focado na garotinha – Engraçado… Ela me lembra alguém, mas não sei quem.

Sanzu: Tu é surdo?! Ela lembra você e seu irmão! É muita coincidência, mas acontece.

Kakucho: Pronto, galera. Satisfeitos?

Mochi: Bastante!

Kakucho: O que o Ran tanto olha? – ele encarava o mais velho:

Mochi: Ah, ele tá encarando aquela garotinha com o ursinho.

Kakucho: Ah, a Haru. Ela me disse que essa garotinha sofre bastante nas mãos dessas outras crianças aí.

Kokonoi: Ué, por que?

Kakucho: Porque a consideram estranha por andar o tempo todo com o ursinho. Ela não larga pra nada! – ajeita os cabelos – Vamos indo antes que isso seja descontado do nosso salário.

Eles concordam e acabam por sair de perto da escolinha. Durante os afazeres da gangue, Ran, apesar de estar fazendo tudo corretamente, ainda se distraía com a aparência da tal "Haru" porque ele a lembrava uma pessoa que já foi especial para ele. Não era exatamente em tudo, até porque como Hajime disse, ela era uma protótipo da família Haitani, mas ele viu uma diferença que o fez questionar sequencialmente. Seus pensamentos são parados pela voz de seu chefe Manjiro Sano, mais conhecido pelo pseudônimo "Mikey":

Mikey: O que está te distraindo tanto, Ran? Hoje você está especificamente esquisito.

Ran: Perdão, chefe Mikey… Não é nada demais. São só… Uns devaneios estúpidos meus… – o mais velho respira fundo e olhou sincero para seu superior – Não precisa me preocupar.

Mikey: Não me preocupo, isso está me incomodando. Olha, vai embora mais cedo hoje antes que eu peça alguém para meter bala na sua cabeça. Entende?

Ran: Entendo sim, senhor… 

Mikey: Ótimo. 

Após isso, o mais velho se despede e sai do trabalho como ordenado. Ele dirigia tranquilamente seu carro até parar no sinal e observar a seguinte situação: novamente a garotinha Haru e mais uma pessoa e não era uma pessoa qualquer. Ran a conhecia mais que qualquer um, sabia de muitos segredos e medos e, de certa forma, sentia muita falta dessa pessoa. Essa era a ex-assassina de aluguel Susan Tanaka, a ex-amante dele. Com toda a situação perante seus olhos e ele pôde finalmente concluir seus pensamentos, o que fez o rapaz entrar em choque, mas o susto vem à tona ao ouvir seu telefone tocar: era seu irmão. Com pressa, Ran procurou uma vaga mais afastada e estacionou seu carro, atendendo o telefone em seguida:

Rindo: Ran, por que foi embora cedo? Tá tudo bem?

Ran: Tá sim… Não, não tá nada bem! Mikey pediu pra eu ir embora por estar distraído e aí… Aí… Meu deus, eu tô em choque!

Rindo: Fala logo, porra! 

Ran: A garotinha lá, a Haru. Eu vi ela aqui agora com a Susan!

Rindo: Tá achando que é filha dela, não é?

Ran: Ô, imbecil! Susan fez filho com o dedo agora?! EU SOU O PAI DA HARU! – ele deu uma surtada – Caralhos caralhudos!

Rindo: Ah… – o arroxeado demora para se tocar e, quando se toca, ele arregala os olhos – CARALHO, TU É PAI DA GURIA!

Kakucho: Que houve, Rindo?

Rindo: O RAN É PAI DA GURIA!

Kokonoi: Que guria? 

Kakucho: A Haru?

Rindo: Isso!

Kakucho: Se eu falar que eu já sabia, cês vão me bater?

Kokonoi: Por que faríamos isso?

Kakucho: Você não, os Haitani – o moreno aponta para Rindo:

Rindo: Tu bateria nele, Ran?

Ran: CLARO! Caralho… Ô, KAKUCHO, SEU MERDA!

Kakucho: Ela pediu pra não comentar! Um dia fui encontrar a guria que eu tô saindo e ela tava lá num negócio que todas as mães foram! 

Ran: Mas… Por que ela fez isso?! 

Rindo: Sei lá!

Kokonoi: Provavelmente por medo ou ameaça. Os pais dela te detestam.

Ran: Ah, mas se aqueles filhos da puta tiverem a ver com alguma coisa… Bom, só vou saber perguntando.

Kakucho: Ran, o que você vai faz-

Antes que Kakucho pudesse terminar a frase, Ran desliga o telefone e dirige até o local onde Susan entrou com Haru: um condomínio de casas que havia logo ali. Ele se sentia um pouco ansioso, já que não via a morena a anos. Um pouco sem jeito, ele sai do carro e vai em direção ao local. Estava convicto de que Susan falaria com ele assim que conseguisse a convencer novamente. 

CONTINUA...

𝐴 𝐹𝐼𝐿𝐻𝐴 𝐷𝐸 𝐻𝐴𝐼𝑇𝐴𝑁𝐼, ran haitaniOnde histórias criam vida. Descubra agora