Finalmente Uma Amiguinha

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Era só mais um dia na Escola Primária de Shinjuku, mas para a pequena Haru, era mais um dia no pior lugar do mundo. A pequena odiava ir à escola por um único motivo: ninguém queria fazer amizade com ela. Lá estava ela sentadinha isolada das outras crianças enquanto brincava com a Ume-chan. De repente, a pelúcia foi puxada fortemente e, quando ela viu, eram os mesmos garotos que a irritavam: Kaoru, Eiji e Akira:

Haru: Ei, me devolve a Ume-chan! Por favor! - ela se levantou e tentou pegar a ursinha:

Eiji: Haru, você ainda não aprendeu como deve falar com a gente? Não esqueça que somos dois anos mais velhos que você.

Kaoru: Se você pedir do jeito certo, talvez a gente devolva essa coisa feia pra você.

Haru: A Ume-chan não é feia! Feios são vocês!

Kaoru: Mais respeito! - ele a jogou no chão - Bom, talvez a... Ume-chan... Queira ser nossa bola!

Os meninos, Kaoru e Eiji, então, começaram a jogar a ursinha entre eles enquanto a loirinha, após levantar, ficou tentando pegar sua pelúcia a todo custo. Ela estava bem nervosa, mas ao ver um deles jogar sua preciosa companheira em uma poça de lama, não resistiu e desatou a chorar bem ali. O mais quieto, Akira, se incomodou com o ato de seus amiguinhos e não gostou nada quando Kaoru a empurrou na lama e pisou nas suas costas:

Akira: Kaoru, para com isso! Não é porque tem seis anos que pode fazer isso!

Kaoru: Cala a boca, Akira! Meus pais disseram que ela é filha de uma mãe ruim, então ela merece sofrer também!

Eiji: Por que tá defendendo ela?! Ela é esquisitona!

Akira: Não precisava jogar ela na lama - ele ajudou a pequena a sair da lama - Já fizeram o que queriam... Vamos embora!

Eiji: Fica quieto! - ele empurrou o garotinho, pegou a ursinha da menina e, com muito esforço e ajuda do Kaoru, arrancou a cabeça dela, jogando na garotinha - Um dia vai ser você, esquisitona. Vamos!

Os dois saíram dali como se nada tivesse ocorrido. Akira queria ter ficado para ajudar, mas os outros dois não iriam sossegar até que ele fosse junto a eles, então apenas os seguiu bem atrás. Haru ficou ali abraçada à cabeça e ao corpo de sua ursinha chorosa embaixo da árvore, que, por acaso, era a sua favorita: cedro japonês. Passou-se um tempo em que ficou ali e sentiu algo fofinho em sua cabeça e, ao olhar, viu Hinata Tachibana, uma professora da sua escola, com uma expressão preocupada no rosto enquanto limpava a lama da pequena:

Hinata: Foram eles de novo, meu raio de Sol? - perguntou suavemente, observando a criança assentir - Sinto muito em ouvir isso, Haruzinha. Falarei com a professora deles, está bem?

Haru: Ti-Ti-Titia Hina, - falou com dificuldade por conta do soluçar choroso - e-eu... E-eu sou m-m-má? - perguntou olhando para a mais velha que sentiu uma dor no peito ao ouvir a pergunta:

Hinata: Não, meu bem! Você é o próprio raio de Sol. Não acredite no que aqueles meninos falam pra você; eles não sabem o quão bom é o seu coração. - falava na tentativa de animar a pequena, mas ao ver que falhou, acariciou os cabelos dela e sorriu - Ei, cadê aquele sorrisão que só você sabe dar, hein? Não vai me fazer te dar cócegas, huh? Minhas mãos hoje estão preparadas.

Haru: ... Ah é? - a pequena segurava o riso mesmo soluçando - Duvido...

Hinata: Duvida?! Agora quero ver!

A mais velha começou a fazer cócegas na pequenina; o que a fez dar gargalhadas e ficaram assim por um tempo até a Haru ter uma melhorada no humor. Quando feito, Hinata a levou até o banheiro, trocou suas roupinhas com uma muda que sua mãe, Susan, sempre deixa em casos de emergência, conseguiu costurar a cabeça da Ume-chan, botou a ursinha e as roupinhas sujas de Haru para lavar enquanto a pequena tinha sido distraída com desenhos a serem pintados. Enquanto esperava ambos secar, ficou perto da pequena a observando pintar os desenhos:

𝐴 𝐹𝐼𝐿𝐻𝐴 𝐷𝐸 𝐻𝐴𝐼𝑇𝐴𝑁𝐼, ran haitaniOnde histórias criam vida. Descubra agora