Que existência fútil, rindo sobre o fato de estar ficando louco, com um complexo medo do batimento de seu próprio coração, sentindo aquele frágil respirar ofegante, os arrepios, a incerteza sobre o paraíso, deixando esperar aquele sedento olhar que anseia por uma continuação.
Aquela agradável dor de cabeça que lhe apavora, uma incompreensível música que toca enquanto seu corpo treme de êxtase, pensando em dias agradáveis que você imaginou que não seriam possíveis agora.
Ó doce alma que grita exageradamente de prazer, por odiar o fato de adorar a linda voz daquele obsceno ser.
Um exponencialmente atrativo barulho de choro, aquela incrédula e lasciva expressão de teu curioso rosto.
O quão deplorável é o desejo de uma mão que acaricia um corpo, a vulgaridade escondida em um pensamento absurdo, o desejar de uma mente obcecada por tudo.
Ó deplorável alegria que se une à vontade insaciável de profanar o mundo, estranho é o querer, que me coloca em situações extravagantes e excitantes, que me fazem delirar em orgasmo por descobrir que aquele ser me renderia um sentimento tão profundo.
Meu doce coração ainda está empenhado em forçar meu sangue a correr desesperadamente em busca da sobrevivência, para me banhar na deliciosa sensação que sentirei quando teu corpo voltar para mim, buscando relembrar aquela inacabavel indecência.
Ó viciado ser, que abdicou-se do medo para descobrir o quão afrodisíaco a vida pode ser, no ápice de sua inteligência aprendeu que de belo só existe o prazer, lhe pergunto se ainda quer voltar para aquela entediante decência, sem poder se soltar em busca do seu tão amado sofrer.