Noah
Dez anos antes...
Era a primeira vez que eu levava uma namorada para casa. Na
realidade, era a primeira vez que eu tinha uma namorada fixa.Sempre gostei de variar em termos de mulheres quando estava no
colégio, era algo que eu fazia quase que naturalmente, mas, desde que
comecei a faculdade, senti uma vontade de começar a levar alguém a
sério.Agora, eu levaria Sofya, minha primeira namorada oficial, para
conhecer meus pais na Inglaterra. Eu e ela estávamos namorando há
alguns meses, e achei que era hora de tornar as coisas mais sérias entre
nós.O problema foi que, assim que saímos da faculdade, e começamos
a conversar sobre assuntos que não tinham a ver com provas, matérias do
curso e trabalho, eu me dei conta de que não tinha nada em comum com a
Sofya fora da Caltech.Ou seja, no avião de ida para a Inglaterra eu já sabia que terminaria
com ela. Não terminaria na viagem: não faria isso com Sofya, que era uma
mulher muito legal, nem com meus pais, que pediam para conhecê-la há
meses.À época, eles e os Soares ainda viviam em Notting Hill.
Depois de passar a manhã com meus pais e almoçar com eles,
fomos convidados para tomar um chá com os Soares, que também
queriam conhecer a minha namorada.Mal imaginavam que eu já estava pensando em terminar com ela
assim que voltássemos aos Estados Unidos.Quando ela começou a falar sem parar na nova coleção da Chanel,
precisei sair da sala, e fui ao banheiro do segundo andar.
Achei que Sofya era diferente das mulheres com as quais eu saía
antes, até perceber que ela era exatamente a mesma coisa, só ia para uma
faculdade chique.Eu só não tinha percebido antes porque nós dois andávamos
soterrados com as coisas da faculdade. Se tivéssemos conversado uma vez
sequer sobre filmes, livros, política, ou qualquer tema não relacionado à
Caltech, eu teria percebido.Talvez, eu evitasse conversar sobre assuntos importantes com ela
de propósito. Talvez, eu quisesse enxergar a mulher certa para mim, mas,
no fundo, sabia que era a errada.
Quando saí do banheiro, escutei alguém chorando, e me surpreendi
ao encontrar Gaby, toda encolhida, dentro de seu closet.- Gaby? O que está fazendo aqui?
Ela mal levantou a cabeça. Estava bem mais alta, mas continuava
sendo apenas uma garotinha de pele e osso. Seus cabelos estavam tão
embaraçados que pareciam um ninho de pássaros.Ela estava adorável, mas senti o peito apertar ao ver seu rosto
coberto por lágrimas.- Nada - ela diz com a voz trêmula, sem me olhar nos olhos. -
Estou bem.Entrei no armário ao lado dela.
- Ei, pode me contar qualquer coisa - tentei pegar sua mão, mas
ela a afastou.- Não somos amigos!
- Não, mas sou amigo do seu irmão e te conheço desde sempre.
Ela ficou ainda mais pálida e escondeu o rosto entre os joelhos.
- Alguém te machucou, Gaby?
- Sim, mas não desse jeito que você está pensando.
- De que jeito, então?
- Eu gosto de um cara.
Ela ainda era muito magra para a idade, e sempre a vi como uma
pequena criança ingênua, mas, depois de calcular, me dei conta de que
Gaby já tinha catorze anos.
Ainda não é uma mulher, muito longe disso, mas é natural que
comece a se interessar pelo sexo oposto. E, como é uma garota desajeitada
e sem curvas, provavelmente o sexo oposto ainda não se deu conta de que
ela existe.
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Vizinha Irresistível || 𝗰𝗼𝗻𝗰𝗹𝘂𝗶́𝗱𝗼 [✓]
Fanfictionᖚ ★ᕬ#꩜᤻ ︵ 🖇️𝗺𝗶𝗻𝗵𝗮 𝕧𝕚𝕫𝕚𝕟𝕙𝕒 ɪʀʀᴇsɪsᴛɪ́ᴠᴇʟ - continuação de: VIZINHO PROIBIDO ♡ Depois de descobrir quem era a verdadeira identidade da garota por quem estava apaixonado, eu não acreditava ainda. Decidi me afastar, para o próprio bem da...