Acordei zonza, sem saber onde estava, minha visão turva, meu corpo relaxado, a única coisa que sentia era a grama ao meu redor. Fiquei assim por alguns minutos até minha visão estar totalmente nitda, e me levantei rapidamente. Eu havia ultrapassado o portal, aquela porta na floresta, eu estava diante dela, e a minha volta aquele pequeno jardim, estava exatamente igual, do jeito que eu me lembrava. Eu sabia que precisava voltar, precisava ajudar Turmlaina, ver Mom..... mas, naquele momento eu só precisava ver uma pessoa. Corri pelo jardim, meus músculos doíam, latejavam, não haviam se curado como das últimas vezes, não me sentia bem, na verdade me sentia fraca, ainda sentia meu poder vibrar em meu sangue, mas com uma dificuldade maior do que eu considerava segura. Sento o gosto de sangue na minha boca, minha garganta seca clama por socorro mas nem mesmo a saliva está normal. Mesmo assim, continuo correndo e logo encontro o caminho que leva para o centro do labirinto, a fonte jorrando água, cristalina como sempre, o Sol é muito mais forte aqui, e eu estou desacostumada com essa luz forte em meus olhos que mal se mantém abertos, ainda assim, continuo em frente. Tento me lembrar do mesmo caminho que havia feito antes, o que foi completamente em vão. Então tento ver por trás do labirinto, o que deu certo (embora não estivesse exatamente no controle do meu poder). Segui o caminho que me pareceu mais fácil, correndo mais rápido do que eu imaginava que conseguia. E logo me deparei com o castelo, aquela mesma porta, já haviam concertado ela. Tinham algumas pessoas em volta do local, mas o cabelo de uma delas me chamou atenção.
Suspirei aliviada e deixei meus sentidos tomarem conta de mim, o cheiro, o barulho de sua respiração, era tudo tão familiar, tão meu. Conseguiria diferenciar James em meio á uma multidão com facilidade se fosse preciso. Caminhei devagar, me esquivando de literalmente tudo, e me mantendo longe dos olhares de qualquer pessoa, luto muito contra mim mesma a cada passo para não sair correndo e pular em seus braços. Em questão de segundos chego a poucos centímetros de distância dele, que encara algo do lado oposto. Me aproximo mais, sem fazer muito barulho e toco em seu ombro levemente.- James. - digo quase sussurrando, e no mesmo instante ele se vira para mim.
Me encara prendendo á respiração, como se não acreditasse no que via. Passo minha mão por seu cabelo e olho no fundo de seus olhos, não quero que tenha dúvidas.
- Sou eu. - ele finalmente voltou a respirar.
- Bethany. - ele pronunciou cada letra do meu nome devagar, como se sentisse falta dele, como se sentisse a minha falta. Quase espero que me prenda em seus braços de imediato
- Oi. - eu digo sorrindo.
- Oi? Não fala comigo á um bom tempo e tudo que você diz é oi? - ele diz forçando uma expressão de raiva.
- Não é tudo o que eu digo, é a primeira coisa que digo.
James me abraçou com força, puxando cada centímetro do meu corpo para ele, como se precisasse de mim, como se nada mais importasse além de mim. Eu também o envolvia com força, puxando ele mais para perto cada vez mais. James se afastou devagar e olhou para meu rosto, olhou em meus olhos, e segurou meu rosto, uma das mãos acariciava minha pele e a outra se mantinha firme como se minha pele fosse sua força, sua âncora. Ele se aproximou e selou nossos lábios em um beijo, um beijo desesperado, mas com muita paixão, seus lábios eram a minha âncora, e eu sentia a necessidade pulsar dentro do meu peito.
Quando James se afastou, olhou novamente em meus olhos, e sorriu, e como eu senti falta desse sorisso, imediatamente sorri de volta. James me abraçou novamente e deu vários selinhos na minha bochecha, boca, pescoço e testa. Aquele carinho me fez abrir um sorriso muito maior e acabei soltando uma risada fraca também. James afastou seu rosto de mim, como se me analisasse e se aproximou novamente, juntou nossos rostos devagar, encostando nossas testas, sorrindo enquanto acariciava meu cabelo. Eu também sorria.
VOCÊ ESTÁ LENDO
A Coroa De Dois Mundos
FantasyVol.1 Em um reino organizado por castas onde o que importa é o seu nome e não sua determinação, Bethany é uma Dez, vive na última casta depois de ter sido rebaixada da casta original de sua família. Não há comida, não há água, não há nada além de d...