CAPÍTULO 16

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Não vi nada, não ouvi nada, não senti nada, apenas dei um passo e já estava em outro mundo. Os homens de Ginna estavam um pouco á frente então eu apenas caminhei para ás árvores ao meu lado. Á entrada era curiosamente diferente. Uma pequena estrada de terra sem grama alguma, mas á sua volta e a sua frente o mato estava alto. Árvores cercavam os dois lados, mas eram menores do que o restante á frente. Algumas pedras espalhadas por aí e alguns pássaros em cima dos galhos enormes. Eu estava longe do centro, mas estava perto de onde ás fadas ficavam. Respirei fundo e busquei minha magia, chamando de novo para mim. Logo senti meu corpo fortalecer e meus sentidos dispertarem.

- Quantos hoje? - um homem perguntava para outro.

- Uns duzentos no mínimo. - á voz grossa de um senhor responde autoritária.

Duzentos, duzentas criaturas, no minímo! Tentei segui-los, mas ficava á bons metros de distância, acompanhando o som de seus passos. Eles não andaram muito. Estavam se distribuindo em um grande círculo, dentro dele alguns animais, quais eu não sabia o que eram - pareciam cachorros de porte médio, mas eram peludos como um urso - todos iguais, possuíam tonalidades de branco, cinza e preto no pelo, orelhas pontiagudas e patas rígidas que estavam praticamente fincadas ao chão. Alguns deitados, outros em quatro patas. Senti a magia deles, era fraca considerando sua numerosidade, mas era poderosa.     Emanava calor.
Os homens carregavam suas armas, quando eu senti a presença de outro alguém e toda minha atenção foi desviada.
  Me viro para trás:

- São todos estúpidos! Sem falar na falta de experiência, ontem dois deles morreram. - a voz bruta e ríspida parecia ainda mais rancorosa.

- Eles são infelizes! Fazem o que Ginna manda e ela sim sabe o que faz. - respondi.

- Bom, ela tenta. - ele apareceu por fim, apoiando o braço em uma árvore com os cabelos negros bagunçados e olhar frio. - Não contava com o urrenvÿvi á qual você transmitiu magia. Mas quanto á isso, creio que o mérito pode ser entregue á mim! - OrrÜneo diz com um sorriso sínico dançando no canto dos lábios.

- Mas é claro! - respondo irônica.

- Sabe aquela sua amiga foi muito corajosa, tola, mas corajosa.

- O que fez com Turmalina?

- Sabe como é, esses vermes são rápidos demais, apenas deixei que ela fugisse. Tinha mais com que me preocupar....Sabia que voltaria. Sua persistência ridicularmente dramática me inveja.

- Seus jogos de palavras me enojam!

- Que horror! São belíssimos!

- Estão aqui á muito tempo? - pergunto olhando para os "caçadores".

- Luas. Mais deles parecem brotar do nada á cada segundo! - responde.

- Mais caçadores á cada Lua?

- Não! Claro que não. Mais magos poderosos que se transformam em dragões e soltam fogo pelas narinas. É claro que me refiro á mais caçadores!

- Foi uma pergunta retórica!

- Não me interessa! Apenas senti sua magia intensificar e voltei para acabar o que começamos.

- Mom está bem, não foi atrás dele, por quê?

- Embora tenha passado magia para ele, não o suficiente. A senhorita carrega um poder que não sabe como usar, estão em mãos erradas por isso eu preciso domá-los. Alías se morrer, mas seu poder ainda for controlado todos aqui continuarão vivos!

- Você não se importa com ninguém além de sí mesmo! Não lutaria por ninguém! A magia pode manter todos vivos mas não impede os planos de Ginna.

A Coroa De Dois MundosOnde histórias criam vida. Descubra agora