10. Fim.

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7 Anos depois

-Soya minha querida, por favor não atrase o papai. Preciso chegar no serviço em trinta minutos.

Hoseok corria atrás da pequena Soya enquanto tentava terminar de vesti-la. A menina era um capeta em forma de criança. Nunca parava quieta e nunca respeitava o pai como deveria. A única pessoa que a colocava na linha, era sua mãe.

-Não quero papai!

Sempre era uma briga quando ela precisava ir pra escola. Dizia que as pessoas não gostavam dela e nunca a deixavam brincar com as outras crianças. Hoseok estava tentando mudar a filha de escola, colocá-la em uma particular onde ele saberia que ela seria muito bem tratada independente do que aconteceu.

-Obedeça o papai Soya! -Sami era apenas dois anos mais velha que a irmã, e mesmo tendo apenas 6 anos, agia e se comportava com uma adulta. Depois de tudo que ocorreu em sua vida, ela prometeu, mesmo com a mente tão pequena, que ajudaria seu pai e protegeria sua irmã como uma mãe.

-Sami meu amor, entre no carro e me espere. -Hoseok já estava acostumado com a correria de Soya. Quando a menina não estava cantando e pulando pela casa, estava correndo. E sempre, havia uma maneira de pegá-la.

O psicólogo correu até a cozinha desarrumada pelo café da manhã corrido e pegou alguns biscoitos de chocolate na mão. Assim como a mãe, a caçula era viciada em doce e era só mostrar algum em sua frente que ela se tornava uma marionete.

-Vamos ver o que eu tenho aqui, hum?

A menina tentou não ceder. Ela sabia que o pai fazia aquilo para conseguir pegá-la. Mas era irresistível. Ninguém aguentaria a um biscoitinho daqueles. Engolindo o orgulho, ela correu pro colo do pai que já a estava esperando de braços abertos.

Hoseok se sentiu extremamente feliz como sempre se sentia depois de ter uma de suas meninas em seu colo. Apesar das duas terem puxado seus traços asiáticos, ambas possuíam os cabelos escuros da mãe, e o mesmo sorriso. Aquilo era o suficiente para ele. Não importa o quão terrível tenha sido seu dia, ele conseguia se contentar com apenas olhar suas filhas perfeitas.

-Vamos levar cinco minutos pra chegar na escola papai. -Sami o informou assim que o mesmo terminou de amarrar as duas na cadeira de segurança. Hoseok sempre se impressionava em como a filha mais velha era esperta e responsável. Apesar de Soya lembrar a mãe na personalidade, Sami era como uma figura de como Kelsey era antes de conhecê-la.

-Não se preocupem, vou deixar vocês duas na hora.

Após fugir do sanatório com Kelsey, ambos foram pra uma cidade movimentada no centro. Hoseok comprou uma casa boa e grande, encontrou um emprego em um hospital para aconselhar os pacientes que sofreram algum trauma ou acidente e para os que se mantém internados lá, comprou um carro e tudo estava perfeitamente bem.

Sami nasceu um ano depois, Kelsey decidiu que iria ficar em casa e manter tudo em ordem. Ela ainda não havia se decidido, não sabia se queria cursar alguma faculdade, ou trabalhar em algum lugar. Ela nunca chegou a escolher nada de fato.

Dois anos depois, nasceu a Soya. Kelsey sentiu como se agora, ela estivesse completamente bem. Com duas filhas, o homem que ama e sem nenhuma preocupação além de cuidar da casa e manter seus bebês em segurança.

Hoseok deixou Sami na escola, e começou a dirigir até a creche de Soya. Ele queria ficar mais tempo com as meninas, sempre chegava por voltas da oito da noite em casa e saia as oito da manhã. Apenas aos domingos, ele tinha a liberdade de ficar o dia inteiro com as duas. Ele precisava trabalhar para manter as duas bem e garantir uma vida sem preocupações para suas duas meninas, mas o preço disso era extremamente alto e ele já havia cogitado sair do emprego diversas vezes apenas para poder passar mais tempo com elas.

Hope • Sanatorium 2Onde histórias criam vida. Descubra agora