Entre Poemas e Melodias

Perfect

I found a love for me
Eu encontrei um amor por mim
Oh darling, just dive right in and follow my lead
Oh querida, apenas mergulhe e siga minha liderança
Well, I found a girl, beautiful and sweet
Bem, eu encontrei uma garota linda e doce
Oh, I never knew you were the someone waiting for me
Oh, eu nunca soube que você era a pessoa que esperava por mim

Hinata abriu os olhos. O quarto claro e elegantemente decorado estava iluminado pelos raios do sol. Ela espreguiçou-se, esticando cada músculo, lânguida. Involuntariamente, lembranças da noite anterior assaltaram-na.
Os lábios dele eram tão quentes e tão macios… Perguntou-se como e, porque fizera aquilo, mas não sabia. Simplesmente em um momento sentia o algodão-doce derreter no céu de sua boca e, no segundo seguinte, os lábios dele a faziam derreter. Foi um beijo infantil. Eles não usaram a língua. Colaram as bocas e, como dois pré-adolescentes, ficaram daquela forma por uma volta de relógio. Ela riu do quanto aquilo fora esquisito, porém, ao mesmo tempo, era inegável a sensação de borboletas no estômago que havia sentido e continuava sentindo ali, naquele exato momento, em sua cama. O que esse cara tinha? Era uma mulher feita, de 30 anos, bem resolvida e experiente. Será que Hanabi tinha razão? Que era hora de arrumar um namorado? Será que estava tão carente a ponto de um toque daquele — que mal podia ser chamado de beijo —, mexer tanto assim consigo?
Ela rolou na cama, até que decidiu se levantar e tomar uma ducha. Se fosse justa, sabia que não era apenas carência. Aquilo era muito diferente. Algo que a anos ela não sentia. Era evidente a sensação de leveza que sentira nos dois encontros que tivera com Naruto, se é que podia chamá-los assim.
Apesar dele parecer um tanto esquisito às vezes — convenhamos, o fato dele ter memorizado um de seus poemas antigos era esquisito — estar na companhia dele a fazia se sentir mais viva. No banho, ela se pegou lembrando dos lábios tocando-a e como desejava mais, bem mais dele.
Um alarme acendeu-se em sua mente. Desde quando ela sentia uma urgência tão forte por um homem? Não, não precisava disso. Talvez estivesse dando ouvidos demais para as asneiras que Hanabi falava, talvez devesse ir logo 'pra cama com Naruto e logo tudo aquilo desapareceria. Sim, provavelmente ela só precisava de uma boa foda…
No entanto, quando se deitou na cama, após o banho, a mente da morena girava em volta daqueles olhos azuis-celestes e da respiração ofegante pelo fato dele ter corrido atrás do vendedor ambulante somente para a comprar para ela um saquinho de algodão-doce, quando ela já tinha dois.
É, tinha que admitir para si mesma: Naruto era um homem e tanto! Apesar de não ser tão cavalheiro assim. Um sorriso delineou os lábios rosados da Hyuuga, ao lembrar da fala dele, quando estava indo embora da praça.
— Mereço uma retribuição, não acha? — Dissera, descontraído.
— Retribuição? — Ela ergueu uma das sobrancelhas, curiosa.
— Sim. — Colocou um dedo longo abaixo do queixo, fingindo pensar em algo. — Não é todo dia que você recebe seu celular são e salvo. Um herói merece ser premiado, né? — Ele riu enquanto Hinata o socava de leve no braço.
— E o que o senhor super-herói quer? — Inquiriu, entrando na brincadeira.
Ele estancou de repente, os olhos azuis ganharam um brilho muito sério. A Hyuuga sentiu o ar ficando escasso subitamente. O efeito estufa era uma droga! Ela praguejou mentalmente, sentindo cada vez mais dificuldade para respirar sob aquele olhar de escrutínio.
— Os heróis ficam com as mocinhas no final, não é mesmo? — O timbre dele era baixo e rouco, fazendo-a sentir um calor que não era comum para aquele horário da noite. — Suponho que um encontro, de verdade dessa vez, não seria nada mal…
O tom era casual, porém, a intensidade das palavras dele não enganaram a Hyuuga um instante sequer. Aquela história entre eles já tinham se alongado muito mais do que ela imaginara e talvez aquele fosse o momento certo de dar um basta, contudo, ao encarar o rosto bronzeado com um pouco mais de atenção, ela se sentiu desarmada. Aquele deus grego estava nervoso!
— Tudo bem, senhor herói, — provocou — me passe seu contato de emergência.
Voltando ao presente, ela esticou a mão e pegou o celular que estava na mesinha de cabeceira. Desbloqueando o aparelho, a Hyuuga varreu a agenda, até chegar à letra N. De cara, o nome dele apareceu.
Provavelmente estava sendo imprudente, ou estava se deixando levar cedo demais… no entanto, quando caiu em si, já havia tocado sobre o nome, iniciando uma chamada de voz. O toque do celular chamando confundia-se com os batimentos cardíacos em seu peito. Será que havia errado em ligar? Pareceria desesperada? Certo, encerraria…
— Alô? — A voz rouca contestou do outro lado da linha e já não havia escapatória para ela. Sorrindo encabulada, ela respondeu:
— Senhor super-herói, há uma mocinha esperando por um super encontro.