César estacionou o carro na porta do prédio da Helena, que estava morrendo de vergonha.
Ela tinha ficado tão excitada com a ligação repentina em que o doutor dizia que a esperava na clínica... Havia todas as expectativas possíveis. E não apenas isso, afinal ela, finalmente, tinha resolvido favorecer as circunstâncias: pediu carona (mesmo estando de carro; era detalhe e ele não precisava saber), colocou uma música agradável no carro e chamou seu amado para jantar. Infelizmente nada funcionou e ela não conseguia entender por que, afinal ele quando ligou pareceu estar feliz com aquele contato. Mas não só isso. Demonstrou interesse ao recebê-la na clínica, ao aceitar dar-lhe uma carona até em casa... Mas de repente tudo mudou. Parece que, como num estalo, ele se lembrou do passado, de toda dor que ela o proporcionou, e, assim, o orgulho e a resistência falaram mais alto. Ao se deparar com tanta frieza e indiferença, Helena acabou se irritando e agiu de forma muito imatura. Mesmo envergonhada, ela tentou amenizar o ocorrido:
Helena: - Desculpa, acho que eu me comportei de maneira infantil.
César: - [indiferente] Tudo bem...
Helena: - É que eu... é que eu sempre fico esperando que você me trate como eu acho que eu mereço; como eu acho que as pessoas deveriam se tratar, mesmo quando elas não se amam mais, mas tenham vivido uma bonita história de amor.
César: - Não é o nosso caso. A nossa história não foi bonita!
Helena: - Foi... foi sim! Você tem que reconhecer!
César: - Era pra ser, mas não foi...
Helena: - Nós tivemos problemas. Problemas... todo mundo tem problemas, ué. Mas nós também tivemos os nossos bons dias, os nossos dias de felicidade...
César: - O final da nossa história apagou todos esses dias.
Helena: - Não pra mim! Eu me lembro como nós nos divertimos, como nós dizíamos a todos os instantes o quanto nós éramos felizes.
César: - Sua memória é afetiva. Eu me lembro dos maus dias mais do que dos bons.
Helena: - Você tá sendo injusto consigo mesmo e comigo também!
César: - Por favor, não quero falar sobre esse assunto.
Helena: - Vamos no restaurante, vai! Janta comigo... [silêncio] Tá bom, não janta, pronto. A gente fica só conversando.
Telefone toca, César atende e fala para a filha que está indo para casa jantar.
Helena: - Então... vamos conversar?
César: - Estão me esperando em casa. Fica para outro dia.
Helena: - Eu não acredito que você não possa dizer em casa, para sua mãe, pros seus filhos, que você vai sair para jantar fora com uma amiga. Ou então pelo menos... pelo menos me diz uma coisa menos boba, não é?! Por que você não diz logo: "Olha, eu não quero jantar com você, eu perco o apetite quando estou com você!". Não é melhor assim?
César: - Acontece que eu não quero recomeçar a nossa relação.
Helena: - Eu não tô pedindo pra você recomeçar nada.
César: - Mas é o que vai acabar acontecendo!
Helena: - Do que é que você tem tanto medo, hein? Ahm?! Você tem medo de dizer que ainda me ama, que não consegue me esquecer, e fica aí bancando o durão, fingindo que me odeia, que não pode me perdoar nunca? César... você acha mesmo que vale a pena pra você e pra mim negar uma nova oportunidade?
César: - Por que você tinha que voltar? Por que tinha que aparecer outra vez na minha vida? Se eu não tinha esquecido, pelo menos você não vivia dentro da minha cabeça de dia e de noite, como agora...
Helena: - Não é dentro da sua cabeça que você tem que me colocar, é no seu coração! Olha pra mim. Eu tenho coragem de dizer pra você tudo que você tem medo até de pensar. Eu amo você... Você não quer nada de mim?
César: - Não!
Helena: - Você pode pedir o que quiser...
César: - Já disse, não quero nada!
Helena: - E o nosso amor?
César: - Só quero esquecer...
Helena olhou para o homem a quem nunca deixou de amar, nem por um segundo, durante todos aqueles anos. Nunca esteve tão próxima de reconquistá-lo. Estava tomada de desejo, seu corpo esquentava quando descia os olhos no seu homem. Reparou que ele também estava empolgado, então, sem pensar duas vezes, ela soltou seu cinto e se aproximou de seu rosto. César tentou desviar o olhar, mas foi incontrolável a vontade de olhar Helena, de sentir sua respiração ofegante tão perto de sua boca. Ela, certa de que conhecia bem aquele homem, e também num jogo de poder, como quem diz "Já te beijei na sua sala. Agora é a sua jogada!", falou:
Helena: - Me beija!... Me beija - dessa vez sussurrando.
Não podendo mais conter seu desejo, César a beijou e o fez com tanta vontade e ternura que, não durou muito tempo, logo se tornou mais rápido, agressivo e cheio de tesão. Nada mais no mundo importava. Eles esperaram muito por esse momento. Por mais que negassem, ambos estavam cheios de desejo e vivendo intensamente o beijo, tanto que nem viram alguém se aproximar da janela do carro. Mas ouviram alguém bater no vidro. O beijo cessou imediatamente. Em seguida, o susto: Era Diogo que estava na janela. Ele parecia confuso, assustado e arrependido, mas não havia o que fazer. Eles se cumprimentam rapidamente e Helena saiu do carro, agradecendo a carona.
Helena e Diogo seguiram para o prédio e entraram no elevador. Ele estava claramente sem graça, porém curioso e intrigado. Era a mulher do seu tio; a mulher que sempre achou muito interessante e, até mesmo sem admitir isso para ninguém, o motivo de algumas de suas masturbações na adolescência. Ele queria saber como eles tinham se envolvido, ao mesmo tempo em que sentiu Helena especialmente sedutora naquela noite.
Já ela, em estado de ebulição, com um casamento morno há anos, não se lembrava nem quando tinha transado pela última vez. Estava, por isso, revoltada por ter sido interrompida no ápice do que seria a preliminar de sua noite. Mesmo cheia de tesão, também estava sentindo uma vergonha absurda do Diogo. O clima de tensão era claro.
Diogo: - Desculpa mesmo Helena. É que eu... é que eu pensei que fosse a Luciana que tivesse no carro com o médico, aí eu ia brincar com ela, por isso que eu bati no vidro...
Helena: - Não... imagina... eu entendo... é que eu e o César somos velhos amigos... eu não tenho nada pra dizer!
Helena virou sem graça, mas foi surpreendida pela mão do Diogo, que passou pela lateral do seu corpo, e apertou o botão de emergência, o que fez o elevador parar repentinamente.
Ela se virou, surpresa, e o olhou nos olhos dele. Diogo avançou em sua direção, determinado. Ao mesmo tempo que em seus lábios se tocam, Diogo passa a mão pela cintura de Helena com força, mas sem machucar, apenas mostrando sua vontade e sua pressa. Ele traz o corpo dela para perto, fazendo com que Helena sinta sua ereção. Ela não parou nem para analisar o que estava acontecendo, só seguiu seu desejo. Num dia normal, já seria difícil recusar um homem tão sedutor quanto Diogo, mas naquela noite, com seu estado de ebulição, era obviamente impossível. Ela sentia tanta falta de se sentir desejada dessa forma... ele a tocava como se fosse um prêmio que aguardava por anos. E ela retribuía. Helena passou as mãos pelos cabelos de Diogo, puxando levemente, e as desceu pelas costas dele, arranhando por cima da camisa, até apertar sua bunda. Diogo tirou a blusa dela, já engatando num mix de beijos e mordiscadas em seu colo, e rapidamente já estava tirando o sutiã de Helena, que desabotoava a calça dele ao mesmo tempo.
Entre tórridos beijos, ela tira a cueca dele, que naquele momento só se encontrava com uma polo preta, e ela de saia e salto. Ele bruscamente a vira de costas, fazendo com que Helena tenha que apoiar rapidamente a mão na porta do elevador, e Diogo tira sua calcinha, já subindo a saia. Em seguida, ele a penetra numa estocada forte, que faz Helena gemer alto e inconsequentemente.
Diogo reveza movimentos leves e carinhosos com estocadas rápidas e agressivas, enquanto beija a nuca de Helena, que sente as pernas um pouco fracas de tato prazer, depois de tanto tempo. Helena aperta forte a porta, as pontas de seus dedos ficam até brancas, e os dois gozam ao mesmo tempo.
Ofegantes, sem mesmo virar para um beijo, Helena aperta o botão para o elevador, que volta a subir. Ela veste a blusa, enfia o sutiã e a calcinha na bolsa e desce sua saia, enquanto Diogo veste a calça. A porta abre, ele a segue, como quem vai pro seu apartamento, ela vira, ele se aproxima para um beijo. Helena coloca a mão no rosto de Diogo, parando em seus lábios, dá um sorriso carinhoso e diz:
Helena: - Avisa sua mãe que a reunião amanhã foi adiada para a próxima semana, meu bem?! Boa noite.
Vira-se e entra em seu apartamento, deixando Diogo parado no corredor, sedento por mais uma transa, com mais tesão ainda, se é que isso era possível...
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Botão de Emergência
Fiksi PenggemarEm um momento de desejo mútuo, Helena e Diogo se entregam ao prazer da luxúria...