5. decide.

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|cap narrado pela mia

Estava tudo cada vez mais difícil, me senti como um presa no mar e vários tubarões estavam querendo me morder, é difícil entender que você não foi desejada e veio de uma traição, e das piores, de melhores amigos. Agora eu abomino a infelidade, mas sou um fruto dela.
Nós acabamos voltando para a casa de Jonh B, mesmo estando tão perto do meu pai biológico, e pensando bem, acho que ele sabe quem eu sou e porque sou essa pessoa, porque quem traí consegue esconder qualquer coisa, mesmo se for uma filha com a esposa do seu melhor amigo.

— Tudo bem? - Pope pergunta, me tirando do transe dos meus pensamentos.

Pisquei algumas vezes, retomando a realidade. JJ estava na minha frente, os olhos deles não pareciam ter muito sentimento e nem sequer ele estava olhando para mim, provavelmente pensando em alguma garota, como todos os garotos fazem.

— Sim, tudo bem. - Respondo a pergunta de Pope e ele sorri pra mim. — Oque vocês acham do meu irmão, Rafe? - Sarah me encara. — Tudo bem, sem ciúme, nosso irmão.

— Um lixo total. - JJ diz e Sarah olha pra ele como se dissesse "Não entendi." — Eu disse lixo? Não! Eu quis dizer...Kook. Um kook total.

— Não gosto dele. - Foi a voz de Jonh B dizer, e Pope concorda.

— Concordo com JJ, kook total. - Kiara diz, e eu fico confusa.

— Pensei que vocês gostavam dele, porque eu queria conhecer ele. - Digo, e eles me encaram.

— Melhor não, ouvi dizer que ele não gosta de menina de 17 anos. - Pope diz e arranca uma risada de JJ, mas ele logo para quando Jonh B dá um tapa no braço dele.

— A Wheezie vai gostar de você. - Sarah diz e sorri.

— Ei, Mia. Fuma? - JJ pergunta, bolando um baseado.

Ah meu Deus, ele fica muito atraente bolando esse negócio.
Faço um sinal positivo com a cabeça e ele sorri pra mim e Pope revira os olhos.

— Quero minhas dez “pratas.” - JJ diz, rindo. E eu franzi a testa.

— JJ apostou comigo que você fumava, e eu disse que você não fumava. - Pope me explica.

Tive uma gargalhada espontânea, depois de muito tempo.

— Venha, Mia. Vamos ficar chapado. - JJ se senta ao meu lado e acende o baseado, ele dá um trago e logo entrega pra mim.

Eu não queria fumar, porque amanhã eu teria que conversar com adultos e meu pai biológico. Mas ele estava ali, com um “beck” na mão (e muito atraente) me oferecendo, os olhos azuis brilhando mais que nunca, não tinha como não aceitar. Pego o baseado da mão dele e fumamos.
A medida a fumaça saí da minha boca, ele olha pra ela, e morde os lábios, involuntariamente, mas estamos completamente chapados e rindo até do vento.

— Maconheiros. - Pope passa por nós e tampa o nariz.

— Vai se ferrar, Pope. - JJ diz e dou risada, como estávamos fazendo a...quatro segundos atrás?

Kiara se aproxima, e se senta no meio de nós dois e tira o baseado da mão do JJ, e logo depois depositando o tapa na coxa de cada um.

— Vamos, está tarde. - Kiara diz e JJ resmunga um palavrão. — Vocês já estão chapados demais. JJ, Jonh B molhou o sofá, você vai ter que dormir com a Mia.

JJ dormir comigo?

— Ah, tá. Você se importa, Mia? - Ele me olha sabendo que eu não ia negar.

— Não, tudo bem. Eu sou a visita. - Digo e Kiara se levanta e me arrasta junto, eu estava tão chapada que com certeza estava vendo três dela.
Ela me leva até o quarto de Jonh B, onde estava meu celular e minhas coisas.

— Anda, Mia. Tira o tênis.

JJ entra no quarto e eu tiro o tênis e me jogo na cama.
Mas em um estalo me levanto, eu não posso esquecer que ali não é a minha casa, eles são amigos a tanto tempo.

— Me desculpa, JJ. Pode deitar.

Ele me olha confuso, e eu percebi que ele estava sem camisa.

— Como assim? - Ele fala enquanto mexe no cabelo.

— Pode se acomodar, deixando um espaço pra mim, está ótimo.

Ele dá risada e me olha como se perguntasse se eu era de verdade.

— Aí Mia, você não existe. - Ele se deita na cama.

Eu me deito do lado dele tão desconfortável, eu nunca tinha dormido com um homem do meu lado, e a sensação era muito estranha porque eu tinha conhecido ele a dois dias e sentia como se fosse próximos.

— O que vai fazer?

— Em relação ao que?

— Ao Ward.

— Não sei, mas não vou ficar parada.

— Você fica linda chapada.

Meu coração acelerou como se fosse sair do peito, ele me chamou de linda.
Minhas bochechas coraram e ele percebeu e deu risada e eu escondi o rosto com as mãos.

— Não precisa ficar vermelha, foi só um elogio. - Ele diz, ainda rindo, se vira para o outro lado e respira fundo.

— Você também fica lindo chapado.

[...]

Estava na hora.
Sarah e eu, eu e Sarah, em frente a porta do escritório de Ward Cameron.

— Pronta? - Sarah pergunta.

Respiro fundo e respondo.

— Sim.

Sarah não ia ficar comigo lá, por conta da sua relação com o pai, mas eu estava lá.

— Tudo bem, me liga.

E ela bate na porta por mim.

— Oi! - Ward responde ainda atrás da porta. — Pode entrar.

Abro a porta e meus pés não queriam sair do lugar, mas eu os forcei, e finalmente entrei. Ele estava lá, e me encarou de cima a baixo.

— Bom dia, papai.

— Ah meu Deus, Mia? - Ele me olha surpreso e massageia as têmporas.

— Surpreso em me ver? - Digo.

— Você já sabe de tudo, né?

Faço um sinal positivo com a cabeça.

— O que você quer? - Ward já estava alterado.

— Sarah disse que você é assim, mas não pensei que se seria de primeira.

— Sarah? Você já está metida com os pogues! - Ele diz, e eu fico confusa. Por que tanto ódio por Pogues?

— Sim, mas, você não tem nada a ver a com isso. Já que sou sua filha, você me deve coisas.

— É, eu sei que devo. Mas nada é fácil assim, querida.

Filho da puta.

— Eu quero ter aonde morar, eu quero dinheiro, eu quero que você me emancipe.

— Eu posso te dar tudo isso, mas você também vai ter que me dar uma garantia de algo.

— O que? - Eu já estava irritada.

— Não quero você com pogues, quero que se mude de cidade e não apareça mais aqui.

— O que? Você está brincando comigo?

— Você é quem sabe, Mia.

decidir.

𝙟𝙪𝙨𝙩 𝙮𝙤𝙪 𝙖𝙣𝙙 𝙢𝙚 | JJ Maybank.Onde histórias criam vida. Descubra agora