𝘪𝘯𝘴𝘵𝘢𝘨𝘳𝘢𝘮 - 𝘴𝘢𝘥𝘪𝘦 𝘴𝘪𝘯𝘬 + 𝘺𝘰𝘶.

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S/N POV

Mamãe

Me: Como assim no hospital mamãe?? O que houve?

Mamãe: Ele teve outra daquelas convulsões, eu não sei... Está sedado e tô fazendo meu possível mas ele dorme a horas S/n, eu não posso perder o meu filho.

Me: Não diz isso, nós não vamos perder ele. Apenas... Apenas aguente firme, logo estaremos aí.

Desligo o celular e levo as mãos ao rosto, passando - as pelos meus cabelos enquanto assimilo o que aconteceu. A voz da minha mãe estava embargada, sei que ela estava chorando e o desespero simplismente tomou conta de mim nesse momento.

— S/n, tá tudo bem? – Sadie pergunta se aproximando e passando as mãos pelas minhas costas.

— Não... – Minha voz sai falhada e baixa. — Meu irmão tá no hospital, ele teve uma convulsão e não acorda.

— Uma convulsão? Mas como?

— Ele tem epilepsia, as convulsões já tinham se regulado com os remédios mas parece que voltou, é sempre um inferno e da última vez ele quase morreu. – Meus olhos marejam - se de água e eu tento segurar o choro mas é impossível. — Eu não aguento mais essa angústia e medo de dormir e no outro dia encontrar meu irmão morto.

— Oh meu bem... – Sadie me abraça e choro em seus braços como uma criança.

Embora pareça, não é tão fácil assim lidar com convulsões. Elas me assustam, eu temo perde - lo, o Mike pode ser irritante da forma que for mas eu o amo, ele é uma parte de mim e só de pensar em perde - lo meu coração já se despedaça em mil pedaços.

— Ele vai ficar bem S/a, eu juro. Seu irmão já passou por isso antes, ele vai aguentar mais essa.

— Não tem como ter certeza. – Digo com a voz ainda embargada pelo choro.

— Mas tem como ter esperança. Confie que vai dar tudo certo, pensamentos negativos não ajudam. – Ela se separa do abraça e segura meu rosto com as mãos, secando as minhas lágrimas.

— Eu tenho que voltar hoje... Eu me sinto péssima por já ter que ir, nós não tivemos tempo suficiente juntas e no primeiro dia que nos vimos uma tragédia já aconteceu.

Ela sorri fraco e desce as mãos pelos meus braços.

— Não se preocupe com isso, seu irmão precisa de você nesse momento mais do que eu.

Meu celular apita e chega uma notificação do meu pai, dizendo que estava na porta.

— Meu pai já chegou.

A ruiva assente.

— Vou pegar as suas coisas, espera aqui. – Ela corre até seu quarto, pegando os poucos pertences que estavam lá e me entregando.

Nos colocamos em frente a porta e Sadie me olha com um olhar cabisbaixo e sério, o brilho em seu olhar de quando me viu não existe mais em seus olhos e o azul deles não parecem mais tão vibrantes agora.

— Eu sinto muito... – Digo.

— Não sinta. Vamos nos ver em breve, sei disso.

Assinto e abro os braços para abraça - la mas antes disso Sink agarra meus lábios com os seus, me dando um beijo profundo como se fosse uma despedida, embora não seja. Após nos beijarmos por algum tempo me separo do beijo e nos olhamos por um último instante antes da porta se aberta.

Caminho até o meu pai sem muita pressa e ele desce do carro.

— Vamos? – Falo.

— Eu vou, você fica.

— Como? – Franzo o cenho.

Meu pai caminha até o porta malas do carro tirando minha bolsa com as roupas que estavam no hotel e fico ainda mais confusa.

— Filha você chegou aqui hoje, eu sei o quão animada estava pra ver a Sadie, não posso simplismente te arrancar daqui sem mais nem menos.

— Mas papai... O Mike tá no hospital, ele precisa de mim, não precisa?

— O Mike precisa do pai dele ao seu lado. Você também é minha filha e também quero te ver bem, fique com sua amiga até segunda feira e depois volte pra casa.

— Não! De jeito nenhum, eu vou ficar preocupada com ele e...

— Mandaremos notícias. Apenas fique tranquila tudo bem? Já passamos por isso antes e tudo saiu bem.

— Tem certeza disso? – Pergunto ainda cogitando a proposta, já que parece meio insensível da minha parte aceitar.

— Tenho sim. – Meu pai sorri e me entrega a bolsa. — Eu te amo, não se esqueça disso. – Papai me abraça e eu me acalmo com seu corpo forte contra o meu, me sinto segura aos braços dele.

— Também te amo pai.

Meu pai volta ao carro e acena com a cabeça saindo dali, eu sei que ele tá tentando ser otimista mas é notório sua preocupação estampada no rosto. Eu não sei se tomei a decisão certa em ficar, mas a ruiva sentada na porta de casa enquanto me olhava com a cabeça deitada sobre as próprias pernas me parecia a única coisa certa na situação toda.