MÖRSTOV (II)

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Dois guardas. Um estava puxando o portão para o lado e o outro apareceu para ver o que queríamos. Estavam trajados com armaduras brilhantes. Dava pra ver a felicidade em seus rostos. O que vinha falar conosco parecia ser mais velho. Certamente serviu ao último rei em pessoa e está felicíssimo que o castelo está aberto novamente. Chegou perto de nós e nos cumprimentou com um aceno. Depois fez contato visual comigo, o que me fez tremer inteiro e começou

- Boa manhã, rapazes. O que vocês dois e o alce. – Disse ele, agora olhando para a Mäy. – O que vieram fazer aqui na porta do castelo? – Terminou ele, com um olhar passivo agressivo me olhando. Deveria o apresentar a dona Zäya. Formariam um ótimo casal.

- Viemos fazer essa entrega de 2000 cenouras, senhor. O castelo encomendou à dona Zäya e nós viemos fazer a entrega. Desculpa pela discussão que o senhor possa ter ouvido. – Terminei, achando que provavelmente eles dois escultaram nossa briga apouco.

- Ah sim. As cenouras de Zäya-Quer dizer, dona Zäya como você mesmo disse! – Se consertou ele. Estranho, muito estranho. – E sobre a briga, foi um ótimo entretenimento dessa manhã para nós dois. – Disse ele, se virando para trás e focando em seu colega. Recebeu um risinho do outro guarda como confirmação. – Então, podem entrar. Estávamos os aguardando na verdade. Os últimos entregadores a chegar. Mas fiquem tranquilos, o bolo vai ser feito por último, logo não é preciso tanta pressa. – Respirei, aliviado por ele falar que não vai cortar nossa quantia em vernus. Não estava afim de ser esfolado vivo por dona Zä. – Entrem, entrem. Riänop, abra mais o portão para os rapazes e o alce passarem. – Mandou, ele para o outro que tratou de ir abrindo o resto do portão.

Passamos todos para dentro do castelo e fiquei maravilhado por um tempo. Olhei para a entrada principal da estrutura e acho que é uma das coisas mais lindas que já vi. Diferente da muralha, o castelo não tinha ervas em suas paredes, mas sim adornos de ouro branco. Pelo menos eu acho que aquilo era ouro branco. Eram linhas brancas e brilhantes que desenhavam a sua faixada. Tinham várias janelas enormes de vidro nos andares de cima. Andares. Nunca estive em lugares como aqueles.

Fui abaixando minha visão e foquei em outra estrutura tão ou mais linda ainda. A fonte que ficava na frente do castelo, parecia como se uma pedra de diamante tivesse caído ali e acertado uma nascente. A luz do sol deixava toda a estrutura envolta em uma aura colorida. Aquilo certamente iria para meu livro de desenhos. Em volta dela ficava a estrada em círculo, onde os convidados deixaram suas carruagens. Lindas também. Uma me chamou atenção, era completamente preta e os cavalos que a carregavam também. Olhei para os lados e vi que tinham árvores floridas, o que me espantou um pouco. As árvores da cidade mal tinham seus galhos enquanto essas estavam rosas de tantas que eram suas flores. A grama verdinha...

Mäy deu uma volta quase completa e parou numa parte vaga, em frente a um canteiro com rosas azuis. Lindas, como tudo nesse castelo. Eu desci e fui fazer um carinho na minha amiga, como pedido de desculpas por a estressar mais cedo. Olhei para o portão e ele estava fechado e os guardas tinham entrado para a guarita ao lado. Olhei para cima e lá tinham guaritas também, mas certamente de vigilância e não de controle. Olhei para a entrada do castelo de novo e não tinha ninguém. Quem quer que forem os donos dessas carruagens, são convidados para a coroação. Olhei para o Cräzio e o irresponsável estava sentado de olhos fechados, de novo.

- Oh princesa, acho que você está no lugar errado, não? Não deveria descansar em um trenó, mas sim lá dentro! – Disse, apontando para o castelo. Ele se virou para mim e focou um olhar de ódio sobre minha pessoa. Ele ia começar a falar, mas eu o interrompi. – Não venha com desculpas. Trate de levantar logo. Temos que entrar. Ah, acho que devo voltar lá nos guardas e os perguntar onde fica a cozinha, não? – O indaguei.

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