Renascer

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                           Capítulo 1

O almoço é arrumado com muito cuidado e atenção em delicados movimentos, é com maestria que os pratos fumegantes em travessas são depositados à mesa por mãos delicadas sobre uma toalha quadriculada.

A alimentação consiste em arroz cozido com legumes no vapor, pedaços de carne de porco e tiras de assado em molho apimentado, tudo feito com carinho e bastante sabor.

O aroma da comida logo se espalha e barulhos de passos, juntamente de uma risada alegre soa pela casa.

Indo em direção à mesa, o garotinho com pulinhos se sentou em seu lugar, ansioso para comer a comida deliciosa preparada por sua mãe.

Falando coisas aleatórias sobre o quanto estava ansioso para ir a aula de karatê e sobre o quanto ele amava dorayaki.

- Mamãe - O menino que antes ria alegre agora mantinha o olhar fixado no prato com os dedinhos dos pés se remexendo embaixo da mesa.

- Sim? porque ficou quieto de repente? não gostou da comida? - Perguntou sua mãe.

O pequenino levantou um pouco a cabeça e negou.

- Sua comida é boa - ele sussurrou.

- Então o'que há de errado? - A voz suave e amorosa o fez olhar para sua mãe que pegou sua mão em um toque quente e caloroso.

O garoto então tomou um ar que deixou suas bochechas cheinhas avermelhadas e finalmente disse aquilo que estava preso na sua língua e que perturbava o seu pequeno coração.

- Porque o papai nunca vem em
casa? - Ele perguntou embora um pouco acanhado.

Como mãe, aquilo já era o que eu esperava, sabia que iria acontecer, uma hora ele iria se queixar, mas
não esperava que fosse tão cedo.

Como iria explicar para um menino tão novo, não é como se pudesse contar tudo a ele, é só uma criança, mas não poderia mentir sobre algo que ele tem o direito de saber.

- Primeiro eu quero que você saiba que você tem um pai, ok? - O garotinho assentiu positivamente enquanto prestava atenção em cada palavra que saia dos lábios de sua mãe.

- Mas seu pai fez certas escolhas, e nós
não fizemos parte delas - a voz da mulher quase veio a falhar ao dizer tais palavras.

Ele acenou positivamente e pensando que o assunto ainda não tinha encerrado o pequeno pigarreou e voltou a falar.

- Então ele nos abandonou?

- O abandono às vezes é uma escolha para aqueles que não sabem se despedir - A mãe do menino se aproximou e beijou o topo de sua cabeça

O garoto encheu as bochechas de
ar, tentando segurar as lágrimas
que insistiam em cair sobre suas bochechas, e se levantou indo em direção ao seu quarto para pegar
sua mochila.

- Quando tudo passou a dar errado? - eu me perguntava enquanto recolhia os pratos inacabados da mesa.

Se tivesse feito outras escolhas tudo seria diferente?

Esses pensamentos assolavam a cabeça da jovem mulher, afinal
como tudo acabou assim?

[...]

Ouvi os passinhos agora lentos vindo em minha direção, a cabeça baixa
e as mãos nas alças da sua pequena mochila.

Ele estava triste, pensei no que
fazer para mudar aquilo.

Me aproximei me colocando
de joelhos para ficar à sua
altura - O que acha de irmos
comer dorayaki depois da escola? - disse enquanto arrumava a alça da pequena mochila.

MANJI (Tokyo Revengers)Onde histórias criam vida. Descubra agora