Era uma noite fria em Konoha.
Estava quieto.
Quieto demais.
Uzumaki Naruto, filho do falecido Yondaime Hokage, chega em casa. E não havia ninguém o esperando. Como sempre.
Porque?
Porque?
Porque?
Porque todos tinham uma família, alguém, uma pessoa q...
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"Ninguém nasce mal, assim como ninguém nasce sozinho. Eles se tornam assim, seja por escolha ou pelas circunstâncias." - Livro: A rainha vermelha.
“Jiji”, chamou Naruto. “ Porque eu não tenho um pai e uma mãe? Quem eles eram?” “Naruto…” comecou Sarutobi. “ Eles eram ninjas de Konoha,...” “Mentiras” sussurrou a voz. “... mas receio não saber mais.” E assim, saiu, deixando-o. Sozinho.
De novo.
Mentirosos. Todos eles. Como é possível que o próprio Hokage não saiba a paternidade de uma criança? Não qualquer criança, mas o jinchuuriki da vila. Aquele pelo qual o quarto Hokage deu a vida. ‘Se vão mentir ao menos se esforcem!’
Estou cercado de mentirosos. Não posso confiar em ninguém.
“ Naruto, eles mentem para você. Não se importam com seus sentimentos ou o que passa. Para eles você não é nada mais do que uma arma, se necessário. Uma relíquia de um passado sombrio que tentam esquecer. Eu posso te contar tudo criança pequena. Sobre seus pais, Konoha, o mundo ninja… Só o que peco em troca é …” disse a raposa “ o que?” perguntou a criança. “ seu coração, abra-o para mim." 'Não parece muito…’ “Ok”, respondeu. Estava tudo bem, certo? Afinal só queria informações, e se os sábios se recusavam a lhe dar, teria que procurá-las sozinho. Mas porque sentia que havia feito um acordo com o próprio diabo?
Naruto POV
De novo. Todos os dias. São. Iguais. Todos riem de mim, e me ignoram quando conveniente. Estou cansado. Talvez… se eles sentissem o que sinto. Então talvez, eles… NÃO. Não posso pensar dessa forma. O que Iruka Sensei iria pensar? Eu estou bem. As coisas vão melhorar. Serei Hokage, e todos vão me respeitar! olho para o espelho e sorrio, amanhã vai ser um dia melhor.
Mas não foi.
Terceira pessoa POV
A cabeça de Naruto doía.
Eram as vozes em sua cabeça. Elas nunca o deixavam. Haviam se tornado mais frequentes recentemente, em especial quando estava sozinho.
Ou seja, sempre. Bem, exceto nas missões com o time 7. Mas no resto do tempo… melhor não pensar.
Ouvir os próprios pensamentos tornou- se quase impossível. Naruto sentia que havia uma batalha ocorrendo em sua mente.
Dois lados opostos dizendo-lhe como devia se comportar. O que deveria fazer.
Duas vozes que lhe pediam coisas completamente diferentes. A pobre criança já não sabia mais o que fazer, e temia que se contasse a qualquer um o chamariam de louco.
Sinceramente, ele próprio já se via como um doido.
Havia também o fato de que não confiava em ninguém o suficiente para se abrir. Mas são detalhes.
Sua mente estava à beira do colapso, havia apenas um pequeno fio que o separava da completa insanidade. E ele se agarrava a ele com todas as forças, temendo que se o soltasse perderia tudo, talvez até a si mesmo.
Durante as missões ele sempre tentava dar o seu melhor, sorrir, brincar… De alguma forma a atuação o fazia se sentir melhor, Talvez se fingisse bem o suficiente, talvez até mesmo se convencesse! Se fingisse ser feliz, talvez chegasse o momento em que não precisaria mais mentir!
Quebra de tempo
Naruto olhava para a foto em sua gaveta. Na imagem era possível ver uma bela mulher de cabelos avermelhados ao lado de um jovem loiro de cabelos espetados. Ambos jovens. O rosto da mulher se assemelhava ao de Naruto, exceto pelas cores. As cores eram iguais às do homem.
As pessoas da foto tinham nome Uzumaki Kushina e Namikaze Minato.
Naruto sabia quem eram as pessoas da foto. Havia conseguido a imagem com muito esforço, com a ajuda de Kurama.
Apesar do que todos diziam, a raposa parecia a única na qual o jovem podia confiar.
Havia perguntado ao terceiro Hokage quem eram seus pais, entretanto, a resposta dada fora vaga. Ou seja: O velho estava mentindo. Na sua cara!
Ao pensar nisso, o loiro se enchia de raiva. Sentia que seu peito iria explodir! Ele deu todas as chances para lhe falarem a verdade. Não apenas para Sarutobi, mas para Kakashi-sensei também, ao qual descobriu ter sido discípulo de seu pai! Mas ambos lhe viraram as costas. Traíram sua confiança. E isso o deixava um turbilhão de emoções. Nenhuma delas era boa. Isso não era bom. Estava perdendo o controle, se continuasse assim teria um ataque. ‘mate-os, rasgue, faça-os pagar. Eles mentiram para você. Eles devem pagar.'
Era tarde, a voz em sua cabeça o instigou a fazer coisas que não devia, coisas que não queria.
