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Olhei em seus olhos, pegando em suas mãos, delicadas.

— meu amor, não precisa esconder nada de mim. — eu disse, e ela calmamente segura minhas mãos, em suas bochechas.

Lágrimas caem de seus olhos, e ela me abraça com força.

— apenas senti saudades... Tenho medo de ver você.. ir. — ela diz, e meus olhos se despararam ao ouvir sua última palavra.

— não pense nisso.. pense positivo e que irei sair daqui o mais rápido possível. — eu disse, e ela soltou uma pequena risada, ainda chorando.

— sinto saudades de dormir com você, Payton. Sinto saudades de sentir você. — ela diz, olhando em meus olhos profundamente.

Colei nossas testas e seus olhos me faziam sentir vontade de chorar.

Até connor entrar no quarto.

— Ivy ! Não achei o tal... remédio. — ele diz, olhado a Ivy.

— Connor ! — eu disse, saindo de cena.

— ..oi.. — ele disse, envergonhado.

— larga de manha menino, trate bem o Payton. — Ivy se sentou e connor me abraçou.

— senti saudades, carinha ! — eu disse, me ajoelhando.

— ainda sinto. Quando vai ir lá em casa de novo ? Faz um tempão que não fazemos corrida de carrinhos. — connor disse, segurando dois de seus brinquedos.

Connor não fazia ideia da minha doença, e aposto que ele ia se magoar demais quando descobrisse.

— ei.. é.. então.. eu acho que.. vou em alguns meses, tá bom carinha ?! Assim, podemos brincar até cair no sono ! — disse, segurando seus ombros.

Ele sorri, ao cair em lágrimas.

— ..mamãe me disse que você pode virar uma estrelinha.. — ele disse, olhando para baixo.

Assim olho para ivy, sério.

Ivy chora em lágrimas também.

— se você for uma coisa estrelinha um dia, pode me contar como é o céu ? Será que posso ir junto ? — ele seca sua lágrimas, e diz me entregando um de seus carinhos.

Connor era inocente. Ele não fazia ideia de nada que estava acontecendo. Ivy apenas engoliu o choro e sorriu quando ele secou suas lágrimas. Connor era como um filho, eu faria de tudo para vê-lo feliz.

— Connor, vou ser seu melhor amigo pra sempre. — disse, o soltando um sorriso.

Devolvo a ele um sorriso grande.

Assim mãe de Ivy bate na porta.

Ivy se direciona a porta e abre-a.

— connor ! Seu pai vai te levar a escola, Ivy, tem que ir ao curso. — a mãe de Ivy diz, checando sua bolsa de onça.

— connor e Ivy saem da sala, assim me deixando sozinho com a mãe de Ivy.

— meu querido, como se sente ? — me levanto e vou próximo a ela.

— melhor, troquei as medicações e acredito que sairei daqui em alguns anos. — eu disse, feliz, colocado minha toalha para cima.

— que ótimo.. Ivy está desmoronando todos os dias, depois da notícia dessa cirurgia que você pode partir. Connor ouviu o pai de Ivy dizendo que você pode ir, e está doente de medo. — ela diz, segurando meus ombros.

— acho que irei melhorar em breve, assim posso viver uma vida adulta com Ivy. — eu disse, assim ela sorri.

— fui ver sua família ontem.. sua mãe está péssima. — ela diz, assim me entrega um abraço.

Apenas juntei meus lábios e ela se afasta.

— tenho que ir.. amanhã venho te ver ! — ela disse, me entregando um curto abraço.

— certo. Até mais ! — digo, assim ela se despede.

[...]

16:21 -

Horas depois de ver Ivy, estava no lugar que nunca saio, obviamente.

Assim, um dos doutores bate na porta.

— Moormeier ? — ele diz, segurando sua lista.

— esse mesmo. Troca de aparelho, agora ? — questiono.

— sim ! Por favor, localize-se, a sala de raio-x, as 16:35. — ele me olha, com um sorriso curto.

— estarei lá. — digo, e ele sorri.

Assim ele sai da sala.

Recebo uma ligação de vídeo de Ivy.

— precisa de alguma coisa ? — questiono ao vê-la com suas amigas.

— não.. eu tinha me esquecido do aniversário de Kim, e.. você deve ter algo pra fazer né ? Não posso te ver agora. — ela disse, tomando seu sorvete.

— tenho.. tenho a troca de aparelhos. Você sabe que quando faço troca de aparelhos não posso receber visitar por 4 dias. — eu disse, e ela se decepciona.

— ah.. sério ?.. é.. tudo bem, posso te ver agora, antes de fazer a troca ? — ela diz, e vozes no fundo de Kim, abafava seu áudio.

— não, vai ser daqui a pouco. — digo, e a ligação perde sinal.

Me decepciono.

"O que está havendo ? Será esse o fim da nossa relação ? Ivy não me ama mais ? Foi bobice esse tempo todo ? Ivy está me traindo ?" Me questiono, roendo as unhas.

A troca de aparelhos, seria para trocar um aparelho que fica em meus pulmões, o fazendo não parar de funcionar, o mesmo que ocorre quando alguém tem um AVC. De 3 em 3 meses tenho que fazer as trocas.

𝘼𝙘𝙤𝙧𝙙𝙚 𝙣𝙤 𝙘𝙚́𝙪 - 𝙋𝙖𝙮𝙩𝙤𝙣 𝙈𝙤𝙤𝙧𝙢𝙚𝙞𝙚𝙧.Onde histórias criam vida. Descubra agora