O nosso segundo dia não foi tão diferente. Cheguei na sala e meus olhos logo te procuraram. Suspirei quando te vi sentada em um lugar diferente - ao lado da Nanda, minha vizinha.
Quis imediatamente ir até ela e perguntar sobre você, mas não saberia me aproximar sem parecer estranho. E além do mais tinha essa sensação de familiaridade...
Cecília chegou logo em seguida com um sorriso estampado em seu rosto. Dei um sorriso e me sentei ao lado dela. Apesar de tudo, ela era ainda minha namorada.
- Bom dia, Lo. - Ceci cumprimenta animada.
- Bom dia. - Digo apenas, não queria que ela decifrasse o que se passava na minha cabeça, pelo menos não naquela hora.
Naquele dia tudo seguiu normalmente, as aulas e os mesmos professores tediosos.
No intervalo, joguei uma partida de freefire com o Pedro, meu melhor amigo, enquanto Cecilia fofocava com suas amigas.
- Vocês viram aquela garota nova? A que anda com a turma da Fernanda.
Aquilo me chamou atenção e tentei prestar atenção na conversa delas, enquanto disfarçava fingindo jogar. Com um canto do olho vejo Renata fazer uma careta.
- A morena, né? Acho que é Thalita o nome dela. Soube que ela foi expulsa de outro colégio.
- Sério? - Ceci perguntou. - o que ela fez?
Renata deu de ombro antes de responder.
- Ninguém sabe direito, mas parece que a briga foi feia.
- Hm, se ela começar alguma briga por aqui, vai ser adorada.
Elas riram e voltaram o assunto para outras amenidades que não prestei atenção. Fiquei pensando se aquilo era verdade e qual foi o motivo da tal briga. Não me leve a mal, eu não estava querendo ser fofoqueiro só estava extremamente curioso quanto a menina de olhos castanhos que chamou minha atenção desde o primeiro dia. No entanto, a partir daí, Thalita, você sabe que sua reputação não foi das melhores e nós dois hoje sabemos que aquilo não era bem verdade.
Resolvi ir direto para casa naquele dia. Em parte porque eu passei muitos dias fora depois da aula e a outra é que daria carona para Nanda e eu estava morrendo de curiosidade em perguntar para ela sobre você.
- Será que podemos passar na Rua Vinte? - Nanda pergunta depois de dobrarmos a esquina da escola. A janela está abaixada e seu cabelo loiro escuro está balançando no vento, enquanto ela tentava ajeita-lo. - Preciso comprar algumas coisas.
Dei um sorriso e confesso que senti falta dela. Durante aquele verão não nos falamos muito como costumávamo-nos e só naquele momento percebi a falta que ela fazia. Só com uma fala ela era capaz de alegrar meu dia. Isso porque temos várias lembranças na Rua Vinte, uma rua cheia de lojinhas das mais variadas, e todas essas lembranças voltaram de uma vez só.
Dobramos algumas esquinas e finalmente achei uma vaga livre.
Sempre fico com um pouco de receio ao passar por aquela rua, pois apesar de ter carro ainda não tenho carteira, pois não fiz 18 ainda. Em Cabo Frio tem pouca polícia e por isso nunca me preocupei tanto, apesar da minha tia encher o saco por isso quando vem nos visitar. No entanto, a Rua Vinte é um pouco mais movimentada e sempre fico um pouco mais alerta.
- Você está muito pensativo hoje. - Nanda comenta. Estávamos andando pela rua buscando nossas lojas favoritas.
- Do que você está falando?
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365 Dias Sem Você
Teen FictionEle queria ser surfista. Ela escritora. Pessoas tão diferentes conectados na cidade de Cabo Frio. Lorenzo Mackenzie era apenas mais um garoto comum no terceiro ano do ensino médio. Thalita Ramos, a garota nova da cidade. Quando Lorenzo conhece Thal...