2

1 0 0
                                    

- Onde estava?

Seu irmão mais velho Fredinan,a questionou quando chegou da visita ao Sacerdote.

- Na igreja.

Ele não acreditou naquilo, ela não iria a igreja.

- Não minta para mim.

Os olhos negros da menina, brilharam malignos. Sim... Aquela era a irmã que conhecia.

- Não estou mentindo...

Se aproximou o encarando, ele se sentiria a beira da morte se já não estivesse acostumado com aquele olhar,mas mesmo isso, não o tirava a sensação de perigo que eles transmitiam.

- Talvez, eu seja mesmo abençoada por Deus!

Fredinan podia sentir o sarcasmo dela, enquanto ela se virava e continuava em direção ao seu quarto.

- O que foi fazer na Igreja então Lyri?

Disse a seguindo, não tava satisfeito com aquilo, nunca estava satisfeito com resposta nenhuma que ela lhe dava, cheia de incertezas, sarcasmos e ironias, nunca tinha como saber o que se passava com ela.

- Me confessar?

Ridículo aquilo, ela se confessar? Daquela família quem diabos se confessaria? Ainda mais ela, que preferiu o campo de batalha aos 16 anos do que o conforto de sua moradia, a princesa que ficou conhecida entre os Nobres, como princesa monstro.

- Se confessar? Uma princesa não precisa se confessar, então por que logo você iria fazer isso?

Daquela família, Fredinan, sua mãe e o meio irmão mais novo, Arthuro, eram os únicos que ficaram perto dela desde que era pequena.

- Creio que tenho muitos pecados!

Lhe respondeu revirando os olhos e dando de ombros, não estava nem aí para aquilo, embora ele houvesse sentido o sarcasmo na frase, Fredinan, não poderia nunca saber a profundidade daquela conversa.

- Isto é óbvio, todos nós sabemos que és uma pecadora. Mas isso não interfere em nada Lyri, me diga a verdade. Você está mesmo ...

Aquilo era sim difícil de aceitar , e era sim verdade, mas Fredinan queria resposta inteiras mesmo sabendo que poderia nunca as conseguir. Sendo cortado enquanto falava ainda, teve a mesmo resposta de sempre.

- Irmão..

Era pura de ironia essa palavra nos lábios dela.

- Não quero seu trono, não desejo sua coroa e nem estou interessada em seu reino. Então vá embora, e me deixe.

É, apenas suspirou, ele sabia que não conseguiria mais nada. Parado a vendo seguir em frente , ele se sentia preocupado por ela.

- VOCÊ É TERRÍVEL! VAI A IGREJA QUANDO NEGA A INFLUÊNCIA DELA? ISSO LHE TRARÁ PROBLEMAS LYRI BLACKRED!

Gritou para ela, que apenas se virou dando um giro enquanto gritava de volta, antes de sumir pelo próximo corredor.

- OBRIGADA!

Ela se divertia, enquanto o irmão, levava as mãos ao rosto, pensando em quais consequências aquilo iria trazer, e quais motivos ela teria pra ir naquele lugar.

Era noite quando ela chegou, ao entrar no quarto suas empregadas já sabiam o que fazer, então ela apenas se sentou na sacada e olhou o jardim vermelho abaixo, enquanto se lembrava dele.

- Eu o encontrei.. e ele será meu.. aaa... Só meu!

Ela possuía um sorriso nos lábios, e seus olhos brilhavam, apaixonadamente e perigosamente. Sentindo uma presença perto de si, ela revirou os olhos.

- O que faz aqui?

Dizia sem muito interesse, e continuou olhando as rosas.

- Então o encontrou?

Ela deu de ombros, não se importava com a presença, então se vinha ou se ia não a incomodava, era até bom de certo modo, pois a lembrava de quem ela era verdadeiramente.

- Você ouviu não é?! Certificou- se de que ninguém o viu certo? Não quero ter que lidar com sua bagunça!

Rindo, a presença deu passos para mais perto e se sentou com ela.

- Sim, sim, embora esteja aqui, vejo que não mudou. Faz quanto tempo desde a última visita?

Fazia tempo, e ela não era algo que poderia mudar só por está como princesa, embora a causa daquela situação fosse uma mudança.

- Muito não vê? Eu era uma pirralha de apenas meses de vida. Agora se está satisfeito vá logo embora, minhas empregadas voltarão em breve.

Seus olhos não desviavam das rosas, gostava do vermelho delas, embora sempre as imaginasse pegando fogo, de um jeito ou de outro, a lembravam de sua casa.

- Tudo bem, nós veremos em breve, tenho trabalho a fazer por aqui, antes de ir passo para uma conversa.

A presença cedeu, e pulou da sacada desaparecendo do mesmo modo que apareceu.

- Não precisa voltar...

Ela sussurrou mais pra si mesma do que para quem quer que fosse, sentindo sua empregada chegar para informar de seu banho.

Descendo da sacada e caminhando enquanto tirava a própria roupa, seu pensamento voltava para o Sacerdote, a quem eles pertenciam a maior parte do tempo.

Ele em si, no momento estava orando para se deitar, a primeira e última coisa que faz ao dia, desde muito anos.

Não havia pensando na jovem que encontrou antes, estava muito ocupado para isso,embora ela viesse a sua mente em alguns momentos, ele considerava normal, que era um sinal.

- Sim, Meu Deus, amado Deus, abençoe as crianças de hoje, provenha mais mantimentos para elas, e as mantenha seguras. Proteja também aquela jovem,a qual não sei seu nome, mas que sinto que preciso protegê-la. Eu sei Meu Pai, que não tenho poder para o fazer, então a coloco em minhas orações a partir de hoje, sei que cuidará dela, e de todas as outras pessoas!

Esse Sacerdote... Ele não sabe da metade da história,e a colocara em suas orações, se soubesse estava a colocando em suas orações para outra coisa.

Sua intenção era a melhor, ele não sabia distinguir seus sentimentos, então os novos sentimentos que estava sentindo, para ele era preocupação como para com todos, embora sentisse que tinha algo diferente em relação a jovem, qualquer coisa parecida não passava por sua mente.

Terminado sua oração, ele se deitou , e olhou as estrelas na janela a cima, e sua mente trouxe para ele as memórias do olhar brilhante da moça.

Sim, ele achava o olhar dela parecido com uma noite dessa, escuro e brilhante , cheio de estrelas e mistérios nunca descobertos por um ser humano, era lindo como a imagem que estava vendo,e admirável como algo precioso.

- Se controle Jeluc, isso não é coisa de se pensar!

Disse para si mesmo, soltando um suspiro, ele se levantou novamente.

- Tu, és um Sacerdote! Não pode ter tais pensamentos, ore, ore, ore! Se arrependa que Deus lhe perdoará..

Ajoelhou-se em frente a imagem sagrada,e começou a orar novamente em uma penitência. Ele sentia que deveria se arrepender, ele queria fazer isso, e até enganou a si mesmo achando que o fez, mas seu coração não queria se arrepender e nem o fez. Ele apenas, não sabia ainda...

A Princesa InfernalOnde histórias criam vida. Descubra agora