Sula acabou caindo e sendo apoiada pelos guardas, ela se sentia tonta e pediu para eles a levassem embora em seguida, ninguém entendeu o que aconteceu mas assim fizeram por baixo do olhar de Lyri neles.
Após eles sumirem de vista pelo outro corredor,ela passou as mãos no cabelo e respirou fundo,era hora de tentar arrumar a bagunça daquela vadia e ir ver o estado de seu irmão.
Entrando no quarto pôde ouvir os soluços de choros vindo de um canto,e as criadas aflitas,se surpreendendo com a sua entrada.
Apenas caminhou até lá,o encontrando debaixo da mesa de chá,levantou a toalha e viu o pequeno encolhido, abraçado nas próprias pernas com o rosto enterrado nos braços.
- Arth...
Disse seu nome, sentindo um incômodo no peito e um nó na garganta, com sua voz saindo visivelmente preocupada.
Ele então,levantou o rosto com urgência,a encarando com dois globos azuis quase transparentes avermelhados de choro,que transbordavam tristeza demais para uma criança.
- AAAAAAAAAAA! AAAAAAAA!
Deixando as pernas escorregar, Arth começa a chorar novamente, enquanto tenta desesperadamente evitar as lágrimas cair com suas mãozinhas.
Lyri fica sem reação, mas logo puxa o irmão pelo braço,e se senta no chão o abraçando enquanto ele chora. Ignorando completamente os olhares das criadas.
- Shh... Tá tudo bem,meu pequeno. Tá tudo bem! A irmã está aqui,eu tô aqui.
Pronunciava afagando os fios louros dele,que aos poucos parecia se acalmar nos seus braços quentes. Mas como uma fera, enquanto o protegia em seus braços,seus olhos estavam negros de pupilas vermelhas novamente com pequenas veias negras ao redor deles.
- Desculpa! Desculpa! Não vou fazer de novo! Desculpa irmã! Traz ele de volta....
Pela primeira vez em seus 18 anos ela perdia o controle. Parecia que tudo queria dar errado, e que os vermes que ignorou estavam finalmente se mostrando, querendo entrar no seu reino e tomar o que lhe possuía.
"Vou matá-los! Vou matar todos! Matar! Matar!"
Sua mente gritava,imaginando vários jeitos de acabar com eles, definitivamente não iriam sair nenhum impunes, todos que entrassem em seu caminho iriam perecer.
Mesmo seu rosto estando assustador,e nenhuma das pessoas naquele quarto percebendo, seus braços eram aconchegantes para o menino,que foi diminuindo o choro, enquanto ela o afagava sem parar.
- Independente do que esteja pensando, não é sua culpa meu príncipe! que seja o que ela te disse, é mentira. Nosso irmão foi apenas viajar por assuntos diplomáticos por ser Herdeiro, e trará várias lembranças pra gente!
- Ele vai mesmo voltar? Eu não quero que ele não volte... A mamãe disse que ele não iria voltar mais... e que era pra e-eu ficar feliz.. mas.. eu não quero isso.
Saiu meio abafado, por ter abraçado Lyri, encostando a cabeça em seu peito enquanto era abraçado de volta.
- É sim meu pequeno! Você vai ver,ele voltará daqui um tempo. Você não precisa se preocupar, nada do que ela te disser é verdade,pode acreditar na irmã. Nós.... Nós te... Adoramos! Você é nosso tesouro e muito especial,ok?
A olhando com os olhos ainda avermelhados mas saindo do azul esbranquiçado e voltando para seu azul safira,ele se sentiu aliviado,e deu um pequeno sorriso abraçando ela novamente.
- Eu acredito... Eu acredito em você irmã!
- Obrigada!
Sorriu,se sentindo aliviada também, o abraçando direitinho de um jeito protetor, deixando de lado e ignorando qualquer pensamento negativo que tivesse.
- Me perdoe vossa alteza, o que acha de comer um doce? Adoçar o paladar. Não é uma boa idéia príncipe?
Elis se aproximou, chamando a atenção deles para os doces nas mãos das outras criadas.
- Eu gosto, o que acha Arth? Vamos?
- Sim!
O pequeno gritou esbanjando um sorriso,que apagava qualquer vestígio de tristeza, se levantaram e foram comer, desfrutando de todos os doces, trocando risadas e dividindo alguns com as criadas, para logo depois ele adormecer.
Quase no mesmo momento em outro lugar do Palácio Imperial, a Imperatriz recebia boas notícias através de uma serva.
- Vossa Majestade!
Disse entrando no escritório após bater,e se curvando. Recebendo a atenção dela.
- Sim?
- Vim relatar algo,Vossa Majestade!
- Tudo bem, diga.
- A princesa Lyrio expulsou a cobra Sula de seu palácio,a alguns momentos. Ouvi dizer que a cobra está realmente assustada,pediu para chamar o médico e um sacerdote, está dizendo coisas com coisas!
Relatou a serva do ciclo pessoal da Imperatriz,tendo a total atenção dela.
- Sula foi no Palácio Vermelho? O que ela queria no palácio da minha Lyrio?
- Pelo que ouvi,foi buscar o Príncipe Arthuro, ele fugiu chorando do seu palácio pela manhã assim que acordou. Tudo indica que a cobra estava o esperando acordar para dar a notícia da situação do Príncipe Herdeiro.
A Imperatriz que continha algumas dúvidas pela criança se sentiu um pouco mal como mãe, seus filhos amavam aquele menino,e talvez ele estaria apenas sendo usado por sua mãe na sua maldita obcessão.
Ele parecia os amar, não faria algo contra eles a não ser pressionado por sua mãe, disso tinha certeza. Mas por quanto tempo? Ele não deixa de ser cria da cobra,e poderia se deixar levar pela ambição dela.
Se levantando e olhando através da sua janela,a Imperatriz pensava, pensava, até apenas jogar a cabeça para trás dando um suspiro, tinha concluído.
Por agora tudo bem, ele era a sua única esperança de ter notícias de sua filha, essa situação era totalmente favorável a ela,e bem, ele era uma criança,se ela se intrometesse e cuidasse dele,como um filho.. um sobrinho? Talvez ele não se deixaria sucumbir?
Era uma criança,apenas uma criança que teve a má sorte de nascer com uma mãe daquelas, ele não tinha culpa. Como mãe, não poderia deixar o menino abandonado a própria sorte, sentia que era o certo a se fazer,tanto como mãe quanto Imperatriz. E como dizem, deve manter sempre seus inimigos por perto!
- Betina. A algum tempo até o almoço ainda, prepare as comidas que o Príncipe Arthuro e a minha Lyrio gostam, que seja tudo ao gosto deles, e os convide para almoçar comigo!
- Sim,Vossa Majestade!
Disse se curvando e virando para se retirar do aposento,mas foi impedida com a Imperatriz chamando seu nome.
- Você é uma das minhas servas mais confiáveis, então estou tranquila de lhe dar esse trabalho. Se chegou aos meus ouvidos,com certeza chegará aos ouvidos do Imperador, preciso saber o que houve da minha própria filha, então não a deixe recusar o pedido.
Disse sendo objetiva, se sentando novamente de modo elegante que passava o ar de superioridade como algo natural.
- Depois descubra o que eram as coisas que a Sula estava dizendo,e o por quê de ter chamado um Sacerdote, preciso está preparada para defender minha filha! Então seja rápida e precisa, e tome cuidado por favor, Betina.
Betina apenas sorriu,e se curvou em respeito para a responder.
- Obrigada! Tomarei Vossa Majestade! Lhe tratei informações o mais rápido que puder.
Então se retirou da sala, deixando a Imperatriz pensativa,calculando todos os erros e possíveis acertos, suspirando em seguida,tirando a chave de um dos bolsos escondidos de seu vestido.
Chave a qual,abria uma de suas gavetas do escritório. Que abriu e tirou de lá uma pintura feita a distância, de uma criança sentada no chão recebendo uma rosa de outra abaixada em sua frente.
Era seus filhos, Lyri estava sentada em frente ao jardim de rosas vermelhas e seu irmão chegou abaixando em sua frente com uma rosa branca e um grande sorriso, ela tinha 8 anos e ele 13 anos, foi o primeiro encontro dos irmãos,o qual Fredinan suplicou a mãe pra poder conhecer a irmã, e a mãe o acompanhar de longe.
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A Princesa Infernal
FantasyJeluc Morf um homem nascido e criado na igreja, que dedicava sua vida a isso. Um homem que mesmo com pouca idade conseguiu chegar à Sacerdote de sua igreja, pela sua eterna dedicação. Esse mesmo homem sem pecado e sem maldade no coração, vê tudo de...