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Atlas abriu os olhos. O cheiro do famoso Pão Pescador de Mondstadt invadiu suas narinas e ela percebeu que havia pegado no sono por tempo demais.

O Caçador de Cervos já estava aberto e ela se encontrava sentada na fonte em frente a ele, estava esperando que o local abrisse há mais ou menos meia hora e acabara dormindo no processo.

Ficou surpresa – e muito feliz – de que, em seu profundo sono, não acabou inclinando para trás e caindo na água da fonte. Seria ainda mais humilhante do que dormir em praça pública. Mas a felicidade não durou muito, pois embora ela não tivesse caído, sua capa havia, acidentalmente, ido parar dentro da fonte, e agora estava encharcada.

Ela levantou, se sentindo humilhada e idiota, espremendo a capa molhada para tirar o excesso de água. Atlas sempre foi desastrada, era uma das coisas que mais odiava em si. Mas não era o tipo de desastre que outros achariam fofo. Todos eram no nível ou pior do que ter que espremer sua capa molhada na frente da cidade toda.

Quando percebeu que não tinha mais como secar, pegou sua mochila e torceu para que o sol logo secasse a sua roupa. Finalmente andou até seu objetivo, o Caçador de Cervos, o melhor restaurante de Mondstadt – na opinião dela, é claro.

Sara, a garçonete que normalmente ficava no quiosque do estabelecimento a notou chegar e deu um largo sorriso.

— Bom dia, Atlas!

— Bom dia, Sara.

— Vejo que teve problemas com a capa.

Atlas teve vontade de cavar um buraco e se jogar dentro. Uma coisa era pessoas aleatórias verem ela passando vergonha, mas mulheres bonitas e legais que a conheciam como Sara... Naquele momento, preferiu nunca ter nascido.

— Eu sou meio desastrada às vezes... — disfarçou a vergonha com um sorriso.

— Eu imagino. Você vai querer o de sempre?

— Sim, por favor.

Sara anotou o pedido em um papel e levou para a cozinha. Atlas ficou apoiada no batente do quiosque, esperando que ela voltasse.

— Hartmann.

Alguém a chamou de repente, o que a fez literalmente pular de susto. Ao ver quem tinha causado aquilo, ficou mais calma. Apesar da aparência estranha – alto, usando uma calça apertada e uma blusa com um decote revelador no busto e plumas ao redor dos ombros, sem mencionar o tapa olho no olho direito – aquele que a chamara era um velho conhecido.

— Capitão Kaeya!

– Haha, me desculpe. – Kaeya sorriu, um tanto envergonhado por suas ações. – Eu gosto de assustar as pessoas às vezes.

– É uma péssima mania.

– Mas, e então? Como vai minha cartógrafa favorita?

– Com fome.

– Você sabia que os membros da cavalaria recebem café da manhã todos os dias, preparado pelo QG?

– Capitão, você não vai me convencer a entrar para a Cavalaria. Já não conseguiu antes e não vai conseguir agora.

Nesse meio tempo, Sara voltou, trazendo em um prato, o famoso Pão Pescador de Mondstadt e um copo de suco de maracujá.

— Aqui está, Atlas. Bon apetit.

— Obrigado, Sara.

Atlas segurou o prato e o copo com cuidado –  não queria adicionar a queda deles a mais um desastre do dia – e os levou até uma das mesas na frente do restaurante. Quando sentou-se à mesa, Kaeya fez o mesmo, precisava terminar o que tinha começado a falar.

my lost harbinger (Childe/Tartaglia fic)Onde histórias criam vida. Descubra agora