my lost harbinger (Childe/Tartaglia fic)

XI

Corvos espalharam a notícia aos convidados. Sucrose, Razor, Bennett, Mona e Albedo haviam sido convocados para um "banquete" na casa de Atlas e Fischl, às 19 horas, no segundo dia do festival. Não havia voz maligna alguma na cabeça da cartógrafa quando ela acordou. Apenas a sensação de que aquele dia seria incrível.

Fischl ficou encarregada de arrumar e decorar a casa, já Atlas faria a comida assim que voltasse do trabalho. Saiu de casa, direto para as ruas que estavam ainda mais repletas de pessoas. No entanto, havia algo errado. O burburinho instalado entre a multidão não era sobre vendas ou preços. Estavam falando de algo ruim.

Mas Atlas nunca foi exatamente boa em escutar conversas alheias. Torceu para que eventualmente alguém lhe contasse o que havia acontecido e simplesmente manteve sua patrulha.

No caminho, refletia como podia cumprir sua promessa à Klee. Ela queria mostrar seus talentos durante o festival, mas como fazer isso de forma segura? Parecia impossível se julgar pela natureza instável dos dons da menina.

Algumas pessoas apontavam pra ela quando passava. Agora sim, Atlas estava com medo. Precisava saber o que estava acontecendo, mas a quem perguntar? Por sorte, Amber estava passando a alguns metros de distância nesse momento e a cartógrafa correu até ela.

‐ Bom dia, Aventureira.

- Bom dia, Hartmann!

- Você percebeu o burburinho? As pessoas parecem estar falando de algo ruim-

- Na verdade... elas estão falando de você.

- O que? De mim?

- Alguém vazou o que aconteceu no acidente. Agora você e o Fatui são o assunto.

Era só o que me faltava. A última coisa que Atlas precisava naquele momento era que a cidade inteira soubesse do que tinha acontecido em Dragonspine.

- Eu não te culparia se você voltasse pra casa e me deixasse cuidar de tudo hoje enquanto os Cavaleiros controlam os boatos.

- Quem vazou?

- Eu não faço ideia. Mas está claro que alguns Cavaleiros não sabem ficar de boca fechada...

- Filhos da... - Ela não podia perder o controle na frente de uma (bela) colega de trabalho. Respirou fundo. - Eu vou continuar aqui. Mas se algum civil vier fazendo perguntas eu não serei nem um pouco paciente.

- Certo. Apesar de ser uma situação chata, não é tão ruim quanto parece. Digo, as pessoas podem estar falando de você, mas estão do seu lado. Não posso dizer o mesmo do Fatui...

Só então Atlas percebeu. Ela era quem menos saía prejudicada nessa história. Tartaglia iria aparecer a qualquer momento no festival e provavelmente seria linchado. Ela precisava protegê-lo. Protegê-lo? Se assustou com o próprio pensamento. Eu deveria deixar os civis fazerem picadinho dele. Mas ainda assim, havia uma voz, bem insistente dentro de si, que dizia para procurar o ruivo na multidão e ver como ele estava. Apenas para vê-lo apanhar, é claro.

Ela andou o mais rápido que podia, recebendo os olhares nada discretos e indelicados dos moradores e até mesmo de alguns visitantes, que ao que parece, também receberam as notícias. Fofocas se espalham como fogo, principalmente se forem notícias ruins. Atlas sabia que aquilo era só o começo. Afinal, o que você faria se um indivíduo que você considera extremamente perigoso estivesse à solta em sua cidade e as autoridades competentes parecessem não se preocupar com isso? Ela só podia imaginar que logo teriam alguns protestos.

A cartógrafa finalmente alcançou Childe com os olhos e o que viu - para sua surpresa - partiu seu coração. O ex-Fatui parecia ainda não saber do que estava acontecendo, seus olhos estavam arregalados de surpresa e ele tentava se proteger dos vendedores, que estavam atirando frutas podres nele. Até que ele viu Atlas, em pé à distância e finalmente compreendeu do que aquilo se tratava. Childe parou de se defender e em vez disso, ficou parado, ouvindo os xingamentos e aceitando a chuva de frutas. Fechou os olhos e abriu os braços, aceitando aquilo como parte de seu castigo. Mas não levou mais do que dois minutos até que tudo parasse. Quando Tartaglia abriu os olhos novamente, Atlas estava à sua frente e havia criado um escudo electro para protegê-lo.