V

63 7 0
                                    

Quando Atlas acordou, na manhã seguinte, a primeira coisa que fez foi repetir pra si mesma o que havia sonhado, assim não esqueceria com o passar do dia.

Assim como todos os seus sonhos costumavam ser, o dessa noite foi bastante confuso e aleatório. Ela lembrava de estar em uma casa grande sozinha e andando desesperadamente até encontrar alguém. E nenhuma pessoa apareceu, mas um gato de repente se esfregou em suas pernas. Ela automaticamente pegou o gato como se já o conhecesse a muito tempo e o chamou de Albedo.

Albedo? Espera aí. Eu sonhei que o Albedo era um gato?!

Ela definitivamente não sabia o significado daquilo. E as coisas conseguiram piorar, quando ela lembrou que depois daquilo, sonhou que lutava contra um grupo de hilichurls nervosos, liderados por um Kaeya que não parecia gostar dela.

Atlas desistiu de tentar se lembrar mais ou pensar no que tudo aquilo significava. Se espreguiçou, calçou suas sandálias e levantou da cama, (não tão) pronta para começar o dia. Percebeu que Fischl ainda dormia profundamente na cama de cima, provavelmente cansada pela noite anterior.

Decidiu deixá-la ali e foi para a cozinha, preparar o café da manhã. Começou a cantarolar uma música que gostava muito e que já tinha ouvido várias vezes alguns bardos cantarem.

There will come a soldier who carries a mighty sword, ela cantava enquanto fritava ovos. He will tear your city down, oh lei-oh lai-oh Lord.

Atlas sempre foi apaixonada por músicas e não podia evitar de se empolgar toda vez que cantava uma. Oh lei, oh lai, oh lei, oh Lord. Junte isso ao seu desastre habitual e tenha como resultado alguns pratos que caíram no chão, fazendo uma bagunça. Ela continuou cantando, mas torcia para que Fischl não tivesse escutado nada. He will tear your city down, oh lei-oh lai-oh Lord.

O barulho não acordou a aventureira, mas com certeza o cheiro da comida pronta sim. A primeira coisa que Fischl viu quando saiu do quarto foi Atlas dançando enquanto cantava a música.

- Olha só, parece que a mulher mais bonita dessa casa acordou. - A cartógrafa parou de dançar e falou.

- Eu sou a única mulher dessa casa.

- Bem observado. - Ela se sentou à mesa. - Vem, eu fiz o café.

- Como você pode ter energia pra dançar tão cedo? - Fischl se sentou logo em seguida.

- Não tenho. Mas eu gosto muito dessa música.

As duas começaram a tomar seu café da manhã em silêncio, mas havia uma pergunta que Atlas queria fazer desde que tinha acordado, mas ainda não havia tomado coragem para fazê-la.

- Fischl... Posso te perguntar uma coisa?

- Desde que não seja sobre mim e a Mona.

- Agora eu devia perguntar sobre ela só de raiva.

- Vá direto ao ponto, Atlas, o tempo de uma nobre como eu é deveras precioso.

- Como pagou o aluguel enquanto eu estava em coma?

Fischl desviou o olhar e começou a observar todos os cantos da cozinha em vez de responder a pergunta. Então, ela subitamente pareceu ter uma ideia e finalmente falou:

- Como se alguém tão poderosa quanto eu tivesse dificuldades para arrumar dinheiro. Humpf! Até me ofende que você faça esse tipo de pergunta! Se estivéssemos em meu reino, eu mandaria cortar-lhe a cabeça!

- Mas não estamos no seu reino, estamos na nossa casa, cujo aluguel você conseguiu pagar mesmo sem a minha ajuda. Só quero saber como. Estou preocupado que tenha passado alguma dificuldade.

my lost harbinger (Childe/Tartaglia fic)Onde histórias criam vida. Descubra agora