Algumas semanas haviam se passado, mais precisamente cinco. E, pensam que às coisas entre mim e Hinata evoluíram? A resposta era não e não! Ela ficava a cada dia mais distante de mim e eu já não sabia o que fazer para reconquistá-la, de modo que, fiquei perdido naquele tempo. Apenas vagando pela vila, espiando Hinata na surdina, porque, vejam bem, eu me corroía de ciúmes dela. No entanto, como não tinha direito algum de exigir nada, pois Hinata sequer lembrava de mim, o que me restava era ficar na espreita. Como um leão observando sua presa.
Hinata, por sua vez, permanecia sendo a mesma garota doce de sempre, exceto que já não se lembrava de mim. Aquilo só podia ser castigo por eu ter sido tão idiota com ela, não era possível. Pior, agora vira e mexe eu a via com um carinha do clã, que a olhava como se Hinata fosse algum tipo de deusa, que devia ser venerada. O que era verdade, mas eu deveria venerá-la, não ele!
Porém, como fui reduzido de grande amor de sua vida, a um simples conhecido da vila, tinha perdido o meu direito. Por enquanto, eu jamais me daria por vencido, insistiria em Hinata, até que voltasse a me amar. Tanto que, todos os dias, eu passava pela praça onde ela ficava no balanço que eu amava quando criança. Às vezes me perguntava, se conseguiria mudar as coisas. Visto que vovó e Sakura não tinham encontrado uma solução para reverter o ninjustu, nem mesmo Kurama sabia ao certo como fazê-lo. Na real, não dava para reverter. Era definitivo, a menos que em Hinata fosse diferente, graças ao byakugan. Eu orava que fosse, não poderia viver em um mundo sem o amor da minha vida.
É que, se antes de tê-la em meus braços, eu já queimava à noite pensando nela, podiam imaginar como era agora? Depois daquela noite de amor que tivemos? Eu só pensava em Hinata nos meus braços e nas sensações únicas que senti, quando a tornei minha. Contudo, ela nem lembrava.
Doía muito, muito mesmo ser tratado com tanta indiferença pelo amor da minha vida. Mas, eu merecia, tinha ciência disso.
Aliás, após a nossa conversa no hospital, um pouco antes de ela receber alta, pois não havia nada a ser feito no momento. Eu tomei muito cuidado para não continuar dando moral às meninas que me assediavam, afinal, Hinata poderia ficar brava comigo. E não era o que eu queria, pelo contrário, esperava ganhar sua confiança ao menos, fazê-la entender que meu amor era real e que eu não era nenhum galinha pervertido.
Caminhei a passos ágeis e a vi, mais uma vez, se balançando, com o cabelo esvoaçando, enquanto a brisa suave da primavera batia contra seu rosto e lhe deixava com as bochechas razoavelmente coradas. Ela era tão linda, que senti minhas pernas falharem por alguns segundos, na função de manter-me de pé.
Inspirei fundo e soltei o ar com força, antes de ir até Hinata.
— Bom dia, Hinata-chan! - lhe ofereci meu maior sorriso, recebendo um bem tímido em resposta.
— Bom dia, Naruto-san.
Murchei.
— Pode me chamar de Naruto-kun? - pedi fazendo cara de cachorro caído da mudança.
Ela riu.
— Tudo bem, Naruto-kun. - se corrigiu e eu senti meu coração flutuar.
— Ganhei meu dia. - brinquei e Hinata fez um bico adorável.
— Não quero te iludir. - ouvi na sequência.
— Não me importo de ser iludido por você. - sentei-me no balanço ao lado e ficamos em silêncio por alguns segundos.
— Por que insiste em mim? - perguntou pegando-me de surpresa.
— Porque esse é meu jeito ninja, Hinata-chan. Eu jamais desisto, muito menos de quem eu amo. - afirmei sorrindo de canto. - Só me permita estar perto, não precisa me dar nada em troca. - propus em um acesso de coragem.
— Sabe, estive pensando. - iniciou, meio que respondendo minha pergunta, e continuou seu movimento de vai e vem no balanço. - Eu sinto que me falta alguma coisa na vida, mas não sei ao certo o que é e muito menos aonde encontrar.
Mordi o lábio com força ao ouvi-la e já iria gritar que era eu, quando Hinata acrescentou:
— Fico me perguntando se é você...
Suspirei.
— Se eu disser que sou eu, você vai ficar brava? - arrisquei com o coração disparado.
Entretanto, quando Hinata iria responder, seu rosto adquiriu uma palidez incomum e seus lábios, antes naturalmente vermelhos, perderam a cor. Ela iria caindo no chão, não fosse eu ampará-la em meus braços.
— Hinata! - gritei com ela em meu colo, enquanto tentava abanar seu rosto.
Porém, Hinata continuava desacordada. Seria um efeito colateral do ninjutsu? Esperava que não! Corri até o hospital, recebendo diversos olhares curiosos e especulativos sobre nós, mas não me importava.
Algum tempo depois, enquanto eu caminhava na recepção do hospital para lá e para cá. Ciente de que meus passos, de tão pesados, poderiam até mesmo serem ouvidos pelos pacientes do andar inferior, Sakura apareceu e sua expressão era um tanto séria.
— Aconteceu algo entre você e Hinata na última missão, Naruto? - questionou direta e preocupada.
Não respondi, mas devido ao rubor em minhas bochechas, ela deve ter entendido como um sim.
— Preciso saber, seu baka, Hinata está grávida! - completou e minhas pernas amoleceram, meus olhos turvaram e eu sentia que estava prestes a desmoronar.
— Grá-grávida? - repeti e passei as mãos pelos cabelos nervosamente.
— Gravidíssima. - confirmou. - Agora, imagine Hinata vendo a barriga crescer, sem se lembrar de nada do que aconteceu e muito menos quem é o pai da criança que carrega no ventre.
— Eu sou o pai! - protestei sentindo minhas pernas cederem. - Eu sou o pai. - tornei a garantir, até que não vi mais nada.
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A missão
FanfictionUma missão em dupla, sentimentos confessados e um ninjutsu praticamente extinto. Mas, que colocou em xeque a breve felicidade de Naruto e Hinata. Fanfic repostada.