Quando acordei, quem estava hospitalizado era eu.
— O que aconteceu? - quis saber, assim que meus olhos focaram em Sakura, que ajeitava meu travesseiro calmamente.
— Você teve uma crise de ansiedade e apagou. - explicou pacientemente. - Precisa ser mais calmo, isso não faz bem para o coração.
— Tsc. - estalei a língua. - Não se preocupe comigo, cadê a Hinata? - indaguei, lembrando porquê desmaiei do nada.
— Está em um quarto ao final do corredor. - informou e eu dei um pulo da cama para ir até lá. - O que está fazendo, seu baka?
— Vou ver a mãe do meu filho, ué. - respondi como se fosse óbvio.
— Argh! - berrou e me deu um soco no cocuruto.
— Ain, Sakura-chan. - resmunguei. - É isso o que faz com seus pacientes?
— Só com os idiotas! - esbravejou com os olhos em cólera. - Eu ainda não falei da gravidez pra ela, acha que é assim, tapado? Hinata precisa ser preparada psicologicamente para receber tal notícia, do contrário pode surtar, é isso que você quer?
Fiz que não com a cabeça, me sentindo realmente um idiota. Fiquei tão feliz que até tinha esquecido o fato de que Hinata não lembrava mais de mim. Irônico, não? Soltei um muxoxo e me joguei na cama novamente, com o braço sobre os olhos, numa tentativa de conter o choro, que já queria sair.
— Eu verdadeiramente sou o maior idiota de todos os tempos. Você devia me bater mais, pra ver se eu tomo jeito, Sakura-chan. - sugeri e ouvi um suspiro alto e prolongado vindo da minha amiga de time.
— Ei, também não é pra tanto. - e seu tom de voz soou bem mais amigável do que antes. - As coisas vão se acertar, você vai ver. - garantiu e senti um afago leve em meus cabelos.
Sakura estava fazendo carinho em mim? Se fosse alguns anos atrás, eu quase desmaiaria de emoção. Agora, no entanto, sentia o bolo na garganta e o aperto em peito aumentar, mediante aquele gesto de amizade. Afinal, em partes foi por ela que não reconheci os sentimentos da mulher da minha vida antes. Não que Sakura fosse culpada por eu ser um tapado, enfim.
Ouvi um barulho de porta e, do jeito que estava continuei, nem forças para pedir à Sakura que parasse de me alisar, eu tive.
— Desculpe. - a voz doce e melodiosa de Hinata reverberou e eu destampei os olhos rapidamente. - Não queria atrapalhar. É só que, fiquei sabendo que tinha desmaiado. Quis ter certeza de que estava bem e agradecer por ter me trazido ao hospital. Mas já estou indo... - Hinata despejou tudo muito rápido e já ia fechando a porta atrás de si, enquanto eu permanecia empacado.
Sakura jazia com a mão esticada em direção a mim, como se tivesse congelado no meio do caminho.
Puts!
— Espera, Hinata-chan! - dei um salto da cama, mas minhas vistas escureceram no mesmo instante e tombei para trás.
— Calma. - Sakura pediu exasperada, na certa sentindo culpa por ter tido um gesto de carinho comigo em um momento bem inoportuno. - Você está com a pressão desestabilizada, quer desmaiar de novo?
— Eu preciso ir até a Hinata. - protestei e me esquivei das mãos da Sakura. - Ela vai pensar merda. - choraminguei desolado.
— Sobre o que? - ouvi novamente a voz de anjo do amor da minha vida e senti tudo dentro de mim ser agitado, como se alguém explodisse um refrigerante no meu interior.
Ela estava na porta do quarto, ainda não tinha ido embora de fato.
— Sobre... Ahn... Sobre... - não conseguia formular nada digno de ser dito.
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A missão
Hayran KurguUma missão em dupla, sentimentos confessados e um ninjutsu praticamente extinto. Mas, que colocou em xeque a breve felicidade de Naruto e Hinata. Fanfic repostada.