Capítulo 6 - Fuga

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Já faziam semanas desde o ocorrido na primeira noite do ômega em sua casa e ainda se encontrava fugindo deste, era estúpido, o sabia, principalmente quando lembrava que o objetivo do garoto em seu lar era lhe dar um herdeiro, mas cada vez que pensava neste, os olhos cheios de lágrimas lhe vinham à memória, o odor de medo lhe embrulhando o estômago e sentia raiva, raiva porque após tanto tempo voltava a sentir, e ele não queria sentir, não queria ser mais uma vez fraco e dar abertura para que invadissem sua vida, para que lhe traíssem mais uma vez, mesmo agora já não tinha mais nada que pudessem lhe tirar, já haviam lhe tirado tudo, incluindo sua vontade de viver, tudo o que lhe restava era um profundo ódio e um devastador desejo de vingança.

Retornou para sua casa quando julgou tarde o suficiente para que o ômega já estivesse em seu quarto, e se dirigindo à cozinha, encontrou seu jantar preparado, junto a um bilhete de "alimente-se bem", com uma carinha sorridente, acabou sorrindo sem perceber com o fofo gesto, mesmo logo limpou a garganta, desmanchando o sorriso, não, não podia enfraquecer.

Resolvendo deixar o jantar de lado, subiu as escadas, desejando apenas chegar em seu quarto e se afundar em sua banheira, para um relaxante banho, que lhe tirasse todo o cansaço de seu corpo, mas sua atenção foi para uma luz acesa, em um cômodo o qual há anos não tinha coragem de entrar.

A passos lentos, foi se aproximando, a lembrança de uma doce voz lhe falando ao ouvido.


"Papai comigo sempe (sempre)?"

"Te amo, papai"


Com a respiração ofegante, foi se aproximando daquele quarto, sentindo seu lobo se mover ansioso, suas mãos tremiam, e sua cabeça era uma bagunça.


"PAPAI!"


Abriu a porta com força, seus olhos se abrindo como pratos ao encontrar aquele ômega no quarto que nem ele se sentia com direito de entrar, as mãos pequenas segurando uma foto a qual conhecia muito bem, enquanto em seu colo tinha aquela pequena pelúcia que ele mesmo havia comprado um dia, seu sangue ferveu.


- O QUE FAZ AQUI? – a passos duros, o alfa se aproximou ao menor, lhe segurando os braços com força, o sacudindo.

- E-eu...

- NÃO LHE DISSE QUE AQUI ERA PROIBIDO, ÔMEGA ESTÚPIDO? – a força que o loiro usava era tanta, que Sasuke jurava que as marcas dos dedos dele ficariam gravadas em sua pele pálida.

- Me solte, está me machucando. – mas o alfa não ouvia, estava perdido em ira.

- QUEM O MANDOU VIR? FOI ELE? – o ômega, com muito esforço, finalmente conseguiu se desvencilhar das garras que o prendiam.

- Não sei do que fala. – se assustou ao notar como as orbes normalmente azuis tomavam uma cor dourada.

- ELE O MANDOU VIR? – Sasuke não entendia o que aquele homem dizia, assustado apenas retrocedia, um pânico crescendo em seu peito ao ver como o alfa se aproximava, os olhos agora dourados cheios de desejo, desejo de sangue, de seu sangue, o corpo deste o acurralando à cama infantil, enquanto as mãos grandes se dirigiam a seu pescoço, o apertando, desesperado levou as mãos às do maior, mas este apenas apertava mais seu pescoço, iria morrer, tinha certeza.

Era Uma Vez: A Bela e a Fera - Adaptação NaruSasuOnde histórias criam vida. Descubra agora