Capítulo 18 - Momentos de tensão

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Os passos eram rápidos, a respiração agitada à medida que se aproximavam de onde os gritos provinham. Apesar de ansioso, Sasuke não podia negar que estava assustado, temendo o que encontraria ao chegar àquele local.

Os corredores estavam desertos, certamente todos deveriam estar lá, aonde vinham os gritos. Tentou imaginar um cenário, mas o tom de vermelho e uma sombra apagando um belo par de íris azuis o fez agitar a cabeça, tentando não pensar mais no assunto.


- Tudo vai ficar bem... tudo vai ficar bem... – mas apesar de repetir, não sabia se podia confiar em suas próprias palavras.

- Acho que estamos perto. – as palavras de Shikamaru o deixaram ainda mais agitado, não conseguiu esperar, quando deu por si já praticamente corria – SASUKE! – ambos alfas atrás de si, mas não se importou, imaginou todo um cenário de guerra, mas nada o preparou para o que encontrou à sua frente, ali, formando um círculo, se encontravam os homens de ambas máfias e no centro, um homem ruivo que sorria, segurando os cabelos do Uzumaki, que de joelhos no chão, parecia apenas aguardar derrotado, enquanto um garoto de fios rubros se aproximava com uma katana.

- NARUTO! – o olhar do loiro caiu em si ao ouvir sua voz e este apenas sorriu fraco, antes de sinalizar um "eu te amo" com os lábios, depois disso tudo foi muito rápido e uma lâmina desceu, pintando o cenário de vermelho.


(...)


Não sabia se a voz de Sasuke havia sido real, ou apenas um delírio de sua mente, tentando se manter sã, o que sim sabia, era que ver o rosto do ômega pelo qual havia se apaixonado havia tranquilizado seu coração, poderia morrer em paz. Sabia que não poderia lutar, jamais seria capaz de ferir seu menino, seu filhote que tanto amava e que tanta falta lhe havia feito, era por isso que Rasa o havia mantido consigo, era a arma secreta que Naruto jamais poderia derrotar.

Girou o olhar a seu menino, lhe sorrindo, antes de fechar os olhos, preparado para o que seguiria, mas quando nenhuma dor veio e um forte grito ecoou naquelas paredes, seus olhos se abriram, encontrando Rasa ao chão, com um braço decepado, enquanto Inari lhe apontava a katana, agora banhada em sangue.


- Pensou que eu fosse tão burro assim? – indagou o garoto ao homem ferido, que lhe fitava com ódio.

- Como... – o adolescente sorriu.

- Acho que tio Kankuro gostava mais de papi Gaara do que você pensava. – os olhos de Rasa praticamente saltaram de seu rosto. Sabia que seu filho gostava do bastardo, mas nunca pensou que este pudesse lhe trair, revelando tudo ao pirralho.


Flashback on:


O alfa observou em silêncio o como o garoto acertava mais uma vez aquele boneco, a respiração deste já falha pelo pesado treinamento.


- Inari! – o garoto abaixou a katana ao ouvi-lo, para então andar em sua direção.

- Kankuro-san, o que faz aqui? – o nomeado o repreendeu com o olhar.

- O que eu havia lhe dito? Me chame de tio Kankuro. – o menor assentiu com um sorriso, havia apenas uma pessoa que sempre lhe havia tratado bem desde que havia chegado àquele lugar, e este era o alfa à sua frente – Como você está? Está ansioso? – ambos sabiam o que aconteceria, o reencontro com o progenitor do adolescente havia sido planejado com muito cuidado. Inari nada respondeu, mas o castanho pôde ver o como este ficava tenso e apertava os punhos, sabia o tamanho do ódio que o garoto havia nutrido após tudo o que lhe havia acontecido, assim como também sabia o que lhe aconteceria após a batalha contra Kyuubi, sabia que seu pai desejaria se livrar da arma já sem utilidade, era por isso que estava ali, poderia não ter conseguido ajudar Gaara, mas não ficaria parado esperando o filho deste ter o mesmo destino – Aqui, para você.

- O que é isso? – o mais velho sorriu.

- Apenas leia. – e deu as costas, esperando que fosse o suficiente para que o garoto conseguisse recuperar sua vida.


Flashback off


- Eu deveria supor que aquele traidor me daria uma rasteira. – rosnou o alfa – Mas e então? Vai me matar? – o garoto sorriu, negando.

- Não. Os seus homens vão. – a expressão do alfa mudou quando uma tela enorme surgiu, mostrando fotos e documentos que comprovavam os diversos crimes de Rasa, muitos deles cometidos contra as famílias de seus próprios homens, sequestros e estupros cometidos contra as esposas destes, assassinatos contra alguns membros da Shukaku finalmente haviam saído à luz.

- O que... – Naruto balbuciou ao sentir seu filho o puxar pelo braço, o levantando.

- Vamos sair daqui. – Naruto apenas assentiu, dando as costas no exato momento em que os desesperados gritos do líder da Shukaku preencheram aquelas paredes.


(...)


- NARUTO! – o nomeado sorriu ao sentir os finos bracinhos de Sasuke o rodearem, e correspondeu o abraço, levando sua testa à alheia.

- Inari? Como? – Shikamaru parecia tão confuso quanto o próprio Uzumaki – É mesmo você?

- Tio Shikamaru... como vai? – o mencionado sentiu seus olhos encherem d'água, havia visto aquele menino nascer, havia sido convidado para ser seu padrinho, o havia ajudado a dar os primeiros passos, assim como havia ajudado Naruto a trocar muitas fraldas, havia amado aquele menino como se fosse seu próprio filho, vê-lo vivo, quando o julgava morto lhe trazia uma gama de sentimentos que não podia descrever.

- Como... eu vi você morto. – o garoto abaixou os olhos.

- Ko... – os adultos franziram as sobrancelhas – Era o nome do garoto que viram naquele incêndio... era irmão mais novo de papi Gaara. – ambos assentiram, entendendo, Rasa nunca havia sido bom pai, mas pensar que havia planejado tudo isso era monstruoso demais – Rasa queria que eu pensasse que havia sido meu pai a matar papi.

- Para que pudesse lhe usar para se livrar de Naruto. – adivinhou o Nara, o garoto assentiu.

- Mas tio Kankuro me ajudou a ver a verdade. – o loiro assentiu, lembrava de Gaara ter mencionado o irmão algumas vezes, sempre com muito carinho, talvez o objetivo do filho de Rasa fosse o mesmo que o seu a princípio, vingar a morte de Gaara.

- Então... você... não me odeia? – perguntou com cautela, o garoto suspirou.

- No início não sabia se acreditar no que havia lido, mas... quando te vi, a forma como me olhou... não deixou dúvida nenhuma. Como poderia te odiar... papai? – o loiro entreabriu os lábios, sentindo o como seus olhos ardiam e as primeiras lágrimas escapavam destes.

- Então... posso... te dar um abraço? – o ruivo sorriu, suas próprias lágrimas também desaguando.

- Estive esperando isso a muito tempo. – e Naruto o fez, puxou o filho para um apertado abraço, que refletia todo o amor e saudade, os sentimentos tão grandes e fortes que os demais também podiam os sentir, Sasuke sorriu, sentindo seus próprios olhos arderem.

- Mas que reencontro lindo. – mas ambos se soltaram ao ouvir a voz a alguns metros, ninguém havia percebido aquela presença se aproximar.

- Você...

- Sempre soube que Kankuro nos trairia, ele sempre foi um fraco, sempre gostou demais dos empregados... dos bastardos. – o ruivo apertou os punhos.

- Não fale assim de papi. – a mulher sorriu, apontando uma arma em sua direção.

- Não se preocupe, logo vai se juntar a ele. – tudo foi muito rápido, no momento em que o dedo da mulher apertou o gatilho, dois sons de tiros ecoaram no céu e um grito foi ouvido.

- NARUTO! 

Era Uma Vez: A Bela e a Fera - Adaptação NaruSasuOnde histórias criam vida. Descubra agora