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   Ao entrar pelo portão enferrujado do cemitério, Rebecca suspirou

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   Ao entrar pelo portão enferrujado do cemitério, Rebecca suspirou.

  Desde que foi inundada por lembranças do passado, seu corpo se obrigou a ir no túmulo de Mirah, o antigo líder da O.R e figura paterna para a garota. Anos atrás, quando ele foi assassinado por Ludo, Bex mal conseguia ficar na cerimônia do funeral, e depois daquela tarde nunca mais voltou ao planeta vermelho.
  Talvez tivesse que tentar lidar com isso. Sempre sentia que havia algo que a impedia de ser totalmente feliz, poderia ser a morte de alguém tão importante que nunca soube lidar. E que, mesmo não admitindo, ela também tinha deixado para trás.

  Encarou o túmulo coberto por algumas folhas secas que caíram das árvores, se aproximar era algo quase impossível, talvez fosse demais para ela. Colocou as mãos nos bolsos da jaqueta, e abaixou a cabeça.

— Faz tempo, não é? — Perguntou, sua voz saiu fraca, parecia constrangida. — Eu devia ter voltado antes, tem gente que faz isso, visita o túmulo de alguém que partiu. — Ela deu de ombros, e continuou. — Parece que eu não sou uma dessas pessoas, você sempre dizia que eu não era boa em demonstrar o que sentia, e mesmo tentando não sentir, eu já estava me machucando. Você tinha razão. Eu sinto demais e não vivo quase nada. — Bex sentiu que queria chorar, sua vida foi baseada em sentimentos e emoções escondidos, sonhos abandonados e desejos nunca saciados. — É tão difícil viver uma quase vida.

  Admitiu o que realmente sentia fez as lágrimas finalmente escorrer, ela não quis limpar, não sentia vergonha.

— Eu vou finalmente enfrentar o meu passado, sinto que algo ruim pode acontecer comigo e estou aqui para me livrar desse sentimento de culpa por ter deixado você para trás. Sinto muito, lidar com a sua morte nunca foi fácil, e eu nunca aceitei que não estava mais aqui. Me desculpe, e adeus, desta vez, verdadeiramente estou te dizendo adeus. — Bex sorriu, uma brisa suave fez as folhas secas se afastarem do túmulo de pedra, era como se ele estivesse ali. Por minutos, a capitã permaneceu parada com as mãos no bolso da jaqueta, encarando o nada, se sentia mais calma, mais leve, um dos pesos que carregava em seu peito tinha a deixado, porém, não era apenas isso que a atormentava. Subitamente, sentiu alguém atrás dela. Antes de se virar, já imaginava quem poderia ser.

— Bex, quanto tempo, recebi sua mensagem e vim o mais rápido que consegui. — Liam a encarava um tanto envergonhado, seu cabelo estava mais curto e usava preto como se acabasse de sair de um enterro, Rebecca abaixou os ombros enquanto tentava identificar quem era aquele homem que antigamente, fazia todo seu ser ligar em energia. Agora, era como se nunca tivessem se tocado.

— Liam, oi. — Sorriu fraco, desviou o olhar por alguns segundos antes de continuar falando novamente. — Eu não esperava que respondesse tão rápido, achei que íamos nos ver outro dia.

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