Capítulo 4

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  Boa leitura🌹
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  Fiquei parada ali por longos instantes, Régulos me olhava com a expressão confusa. Pareceu acordar em algum momento e logo saiu me deixando sozinha e confusa naquele enorme corredor, pisquei algumas vezes tentando entender oque diabos tinha acontecido e logo segui até o quarto em que estava hospedada

  Assim que entrei, vi uma varinha encima da cômoda que ficava ao lado da cama, segui até ela e a peguei com cuidado, não sabia como ela havia parado ali, mas não me importei em tentar um dos feitiços que lia nos livros de minha mãe:

- Wingardium Leviôsa - ordenei apontando para o travesseiro que flutuou alguns centímetros antes de cair na cama novamente

  Sorri ao ver que aquela fagulha de magia havia saído da varinha que eu manuseava, comecei a fazer outros feitiços que me lembrava, estava alucinada por tudo aquilo, ver tudo aquilo se tornar realidade diante de meus olhos quase me levava ao desmaio, porém me contive, afinal, se eu desmaiasse perderia segundos importantíssimos naquele lugar, onde cada segundo contava

  Ouvi batidas na porta e deixei tudo que levitava ao meu redor cair, tive tempo de me virar e esconder a varinha às minhas costas antes de ver Walburga entrar, minha bochechas coraram e abaixei o olhar envergonhada:

- Achei...- começou virando um olhar feroz ao meu - que tivesse me confidenciado que não sabia nada sobre magia

- Apenas em livros Sra.Black...tentei alguns feitiços que li e deram certo - uma sobrancelha se arqueou arrogantemente

- E como a senhorita pode ter efetuado tal proeza? - questionou entrando pouco mais no cômodo

- Achei isso encima da cômoda - digo lhe estendendo a varinha - perdoe-me por a manusear sem permissão

- Se é verdade oque diz...creio que seu pai esteja a sua procura - pronunciou ignorando completamente minha fala

- Penso que não na verdade - digo parando para pensar a respeito - ele não sentirá minha falta muito cedo - Walburga endureceu ainda mais a postura

- Foi ele quem lhe deixou naquele estado deplorável? - mordi a bochecha internamente

- Sim...ele é um homem adorável na maior parte do tempo, teve apenas um pequeno descontrole - expliquei descendo o braço que lhe estendia a varinha e o deixando cair a frente de meu corpo

- Eu e meu marido decidimos que iremos... misericordiosamente - começou se aproximando de mim, desviando de tudo que estava caído no chão com firmeza - lhe oferecer abrigo em nossa mansão

- Me sinto lisonjeada-

- Você irá viver dentro de nossos costumes - disse começando a girar em volta de meu corpo - viverá de nosso sustento, e exijo obediência - assenti suavemente - será apresentada de acordo com o poder que seu nome carrega, e frequentará cada local que for ordenado por nós carregando nossa impecável reputação junto da sua

- Se é seu desejo Sra.Black, considere-o realizado - o tom suave pareceu a irritar

- Sua história será simples...- fez uma pausa conforme parava atrás de mim - nasceu e viveu na França com seus pais e familiares maternos durante toda a vida, até que um terrível acidente - seu tom de voz se tornou amargamente falso - levou ambos a óbito, e depois desse enorme choque que marcou sua existência, decidiu viajar até a Inglaterra para aprender mais sobre os costumes do país de origem de seu falecido pai - senti suas duas mãos firmes me segurarem pelos ombros conforme ela se inclinava para mais perto - infelizmente teve um pequeno problema com a hospedagem e a família Black misericordiosa como é, lhe ofereceu estadia em sua adorável e calorosa - seus dedos me apertavam a cada palavra - residência

- Foi exatamente isso que aconteceu Sra.Black - ela respirou fundo parecendo estressada quando me soltou num empurrão, oque me fez perder o equilíbrio por alguns instantes até a ver seguir até a porta

- Terá uma quantia generosa para fazer as compras necessárias e o quarto é seu - disse pronta para fechar a porta - não desça para o jantar essa noite, ele será entregue aqui

- Agradeço Sra- antes que eu terminasse ela bateu a porta - Black - finalizei soltando o ar

Deixei a varinha de lado e ajeitei o quarto, já que não tinha muito controle dela ainda. Na verdade era uma surpresa o fato de que aquela varinha havia funcionado em minhas mãos, mas acabei não me importando já que se aquilo fora criado pela minha mente era óbvio que a varinha me aceitaria

  Me dirigi ao banheiro vendo que a banheira estava pronta para um banho, tirei minhas peças de roupa e me enfiei na nela que estava com a temperatura perfeita. Um cheiro suave de Flor de Lótus e Orquídeas Negras me rodeou, oque me fez suspirar e me afundar mais ainda:

- Olá senhorita Lambert - dou um pulo de susto e olho para o lado rapidamente - d-desculpe senhorita, Mora não queria assustar a senhorita

  A pequena elfa se encolheu como se estivesse esperando algum tipo de repreensão, ri suavemente ao reparar em suas bochechas coradas

- Está tudo bem Mora, é um prazer conhecê-la - cumprimento a elfa que sorriu ainda envergonhada levantando o olhar ao meu

- O-o prazer é todinho meu senhorita - disse se aproximando devagar - Mora queria saber se já pode começar a ajudar a senhorita no banho - mordi o lábio inferior não gostando daquilo

- Bem...presumo que a senhorita seja uma elfa doméstica - ela assentiu rapidamente - não me sinto confortável com isso Mora - digo me escorando na banheira e encarando a elfa

- B-bem senhorita Mora jamais seria capaz de machucá-la-

- Ah não, não por isso - digo com um gesto suave de cabeça - tenho a plena certeza de que faz seu trabalho muito bem - complementei com um sorriso - apenas não me sinto confortável tendo a senhorita trabalhando pra mim sem ser paga de nenhuma forma, isso é escravidão, e tenho a plena certeza de que isso é uma atrocidade

- Mas nós vivemos para isso senhorita! Para suprir os desejos de nossos senhores - disse achando meu argumento inválido

- Não quer ser um elfo livre? Isso seria ótimo não? Fazer algo que realmente quer...- ela suspirou parecendo pensar

- B-bem, de qualquer forma, a Sra.Black mandou Mora ser sua elfa de companhia, Mora vai te ajudar a se sentir confortável e servi-la sempre - suspirei voltando a me afundar na banheira

  Comecei a pensar em possíveis consequências caso eu a libertasse naquele momento

- Se a senhorita me permite dizer... - abri os olhos para ver a pequena elfa na ponta dos pés se apoiando na banheira - Mora não acha que será um fardo ou sequer ruim trabalhar para uma senhorita tão bela e doce como a senhorita - consegui sorrir com o elogio - posso ajudá-la? - e diante daqueles brilhantes olhos verdes escuros, assenti para a elfa que prontamente pegou uma esponja e se sentou num pequeno banquinho para esfregar minha perna - como está se sentindo senhorita?

- Seria estranho eu dizer que estou cansada? - questionei pensando a respeito - mesmo que tenha acabado de acordar

- Mora acha que é perfeitamente normal senhorita - respondeu pouco distraída e suspirei diante do silêncio que se instalou

- Por favor, me chame de Marjorie - ela assentiu com um leve sorriso

- Como quiser senhorita Marjorie - sorri mais uma vez pensando que levaria algum tempo e encostei a cabeça na borda da banheira fechando os olhos

Era estranho ter um elfo doméstico cuidando de mim, eu normalmente tinha pessoas para fazerem isso por mim, mas a diferença é que elas eram pagas e estavam ali por opção...Mora era uma prisioneira, e eu pretendia mudar isso, porém sabia que teria de agir com calma já que eu não estava com qualquer família; eu estava com os Black, e cada passo meu teria de ser pensado e repensado diversas vezes.
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Heyy

Mas e aí? Oque acharam?

Alguma dica de quem vai ser a melhor amiga dela?

Votem e comentem se gostaram💛

𝑇ℎ𝑒 𝐺𝑖𝑟𝑙 𝑊ℎ𝑜 𝐵𝑎𝑐𝑘Onde histórias criam vida. Descubra agora