Capítulo 6

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Boa leitura🌹
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A garota andou com leveza até nós apesar do movimento do Beco, as pessoas abriam caminho quase que de uma forma automática, usava um vestido verde esmeralda límpido, liso de qualquer babado ou algo extravagante, mas lhe caia tão perfeitamente que poderia facilmente ser um dos vestidos mais lindos que já vi:

- Narcisa - cumprimentou Régulos abaixando a cabeça de leve

- Faz tempo que não nos vemos! Oque- sua fala travou no segundo em que seus belos olhos azuis caíram sobre mim - ah que má educação a minha! - ela graciosamente se virou em minha direção - Narcisa Malfoy - disse estendendo a mão enluvada por rendas brancas a mim

"Narcisa nasceu em 1955, e eu tenho a mesma idade de régulos...ela tem 21 anos, e já está casada com Lucius...isso é ótimo! Bem, seria melhor se não fosse Lucius é claro"

- Marjorie Lambert - digo segurando sua mão suavemente - é um prazer conhecê-la Sra.Malfoy

- O prazer é meu Lady Lambert - respondeu sorrindo belamente

- É uma sangue-puro francesa Narcisa, teve alguns problemas com a hospedagem em nosso país e está atualmente na mansão Black - não reparei no tom de Régulos, estava ocupada admirando Narcisa, que tinha uma beleza maior do que a descrita nos livros

- Ah! Que notícia maravilhosa! - disse me olhando novamente - podemos marcar um chá oque acha? Estou ocupada fazendo compras com meu marido no momento

- Será um grande prazer Sra. Malfoy - ela pareceu animada com a ideia

- Bem...foi um prazer reencontra-lo Régulos - disse ao primo - e um prazer ainda maior em conhecê-la Lady Lambert - acenei educadamente

- O prazer foi inteiramente meu Sra -

- Creio que Lucius está a sua espera - Narcisa em nada se afetou com o tom afiado do primo, apenas acenou suavemente uma última vez antes de se retirar graciosamente

- Isso foi extremamente deselegante - comento seguindo até o Olivaras, onde compraria minha varinha, depois disso seguiríamos direto para a mansão

- Obrigado - disse vitorioso me fazendo segurar a vontade de revirar os olhos

- Por que não a trata bem? Sra. Malfoy me parece extremamente adorável - replico entrelaçando meu braço ao seu

- Não pensaria dessa forma se a ouvisse falar sobre roupas, bailes e jóias a todo momento - suspirei

- Eu adoraria a ouvir falar sobre essas coisas - um riso indiferente escapou de seus lábios e seguimos em silêncio até a loja

  Assim que entramos, suspirei tentando conter a animação, Olivaras apenas me encarou, pouco mais jovem do que eu esperava, parei a sua frente tentando achar palavras para descrever oque estava sentindo tão intensamente naquele momento, mas tudo que saiu de minha boca foi:

- Olá

- Olá senhorita Lambert - respondeu sorrindo com a cabeça pouco inclinada - oque deseja

- Uma varinha por favor

- Outra? - enruguei o cenho pouco confusa

- Não comprei varinha alguma antes Sr. Olivaras

- Ah isso é uma verdade - disse se endireitando - mas posso jurar que vi uma de minhas varinhas sumir de repente - completou num tom divertido

- E como sabe que é a mesma que está em minha posse?

- Fiz aquela varinha especialmente para uma única pessoa senhorita, e sou completamente capaz de sentir que está no bolso interno de seu casaco

  Ainda surpresa, puxei a varinha que estava no local dito por ele e me surpreendi ao ver que ela realmente estava ali, não havia a levado, e não fazia ideia de como havia ido parar ali, era no mínimo anormal:

- Aí está - disse a pegando delicadamente de minhas mãos - ela tem esse dom peculiar de ir até o dono de qualquer jeito, nunca se perde de um coração puro, tem uma lenda sobre ela que diz...- ele arregalou os olhos antes de piscar fortemente - não me lembro bem

- Ah por favor Sr. Olivaras, diga-me qual é - ele pareceu ponderar e por fim, suspirou

- Bem...diz que a bruxa que o possuir, estará fadada a cometer um dos pecados mais abomináveis deste mundo, e que fará dela, a mulher mais amada de uma sociedade cegada pelo sangue - ele passava os dedos pelo cumprimento da varinha com cuidado - é impossível definir um bruxo que a possui

- Do que ela é feita? - perguntou Régulos

- Madeira de Cerejeira...- virou o cabo em minha direção, a estendendo a mim - e o núcleo...único no mundo

- Como assim? - questionei trêmula ao pegar a varinha

- É feita de todos os tipos de núcleo existentes combinados em uma única pétala de uma flor letal... a mais letal do mundo devo alertar, então jamais a quebre, ou as consequências serão...irreversíveis

- Impossível - disse Régulos, eu ainda estava muito em choque para dizer algo - impossível ter colocado tudo em uma pétala de Trombeta-De-Anjo

Ironia não é? A flor mais letal do mundo ter um nome tão inocente como esse

- Ah é totalmente possível Sr. Black - disse Olivaras analisando a varinha que agora repousava em minhas mãos - com os cuidados necessários, tudo é possível

- E é minha...- deixei escapar - e-eu não a quero, quero outra - digo a deixando no balcão - não sou capaz de a manusear não posso aceitá-la dessa forma

- Eu novamente aposto que a senhorita já a manuseou - disse sorridente se apoiando no balcão - foi fácil não foi? Qualquer feitiço com essa varinha em suas mãos é fácil...mas não funciona nas mãos de nenhum outro, a não ser pelo motivo do pecado

- C-como? - minha respiração estava entrecortada e sentia meu corpo gelado a cada respiração

- O bruxo que a fará cometer o pecado...ele também poderá a manusear, ele e apenas ele - eu precisava de ar

- Com licença - minha voz estava quase inaudível quando andei rapidamente para fora do estabelecimento

  Andei quase esbarrando nas pessoas ao redor, não sabia para onde eu queria ir, ou para onde estava indo, apenas seguia uma direção que não sabia onde daria. Me deparei com uma parede em algum momento, com apenas uma escada de incêndio, não pensei direito quando subi até o topo e finalmente pude respirar aliviada no telhado daquele prédio

  Via minha respiração se tornar fumaça conforme saia de mim que estava ofegante, estava alto, conseguia ver boa parte do Beco dali, estava pouco nublado abaixo, mas mesmo assim fui capaz de olhar pro céu e ver aquela imensidão azul

  Um fato engraçado sobre mim, é que eu não admirava o céu unicamente por causa das estrelas, mas sim pelo que aquela cor me fazia lembrar. Minhas melhores memórias de infância haviam sido na praia, a qual eu ia com muita frequência junto dos meus pais

  A água era cristalina, e fazia o céu refletir perfeitamente no mar, e era isso que eu amava, o mar. O barulho das ondas, a sensação da areia entre meus dedos, a brisa salgada que bagunçava meus cabelos, as ondas que se chocavam contra mim e pareciam levar embora tudo aquilo que não fazia juz ao espírito inocente e puro da criança que eu um dia havia sido

Me vi desejando ter tudo aquilo de volta.
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Hihi❣️

Oque acharam?

Aí olha, se vocês olhassem pro personagem certo... toda a minha trama já era

Votem e comentem se gostaram💛

𝑇ℎ𝑒 𝐺𝑖𝑟𝑙 𝑊ℎ𝑜 𝐵𝑎𝑐𝑘Onde histórias criam vida. Descubra agora