Todoroki Atrapalha o Banho de Bakugou

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"'Cê consegue ver alguma coisa?"

"Não, me empurra um pouco mais pra dentro."

"Você consegue atravessar paredes, idiota, minha mão, não."

"Mas eu não consigo ver nada!"

"Não é problema meu, porra!"

"Foi sua ideia, por que 'cê 'tá reclamando?!"

"Porque 'cê é um fracassado de merda que não consegue fazer nada direito!"

"Eu não quero acabar trancado do lado de dentro! O que 'cê vai fazer se isso acontecer? Ficar sentado do lado de fora esperando eternamente sem poder ir embora?"

"Não tem como 'cê ficar trancado do lado de dentro, imbecil. A UA praticamente não sabe nada sobre a individualidade que te deixou assim, como caralhos eles saberiam como te trancar?"

"Não tem nada de errado em ser um pouco cuidadoso com isso!"

"Também não tem nada de errado em te jogar aí dentro".

"Kacchan, não ouse –"

"Oops! Minha mão escorregou", Katsuki anunciou em monótono.

"Waah-chan!!!"

Katsuki, que estava segurando a mão de Izuku enquanto o garoto se apoiava na parede de seu próprio quarto na ala médica, soltou sua mão, fazendo Izuku atravessar completamente e cair dentro do quarto. Izuku estava com medo de alguma forma acabar trancado se ele atravessasse totalmente dentro do quarto, e foi por isso que ele fez Katsuki segurar sua mão do lado de fora enquanto tentava dar uma olhada em seu corpo. Katsuki, por outro lado, sabia que não havia nenhuma maneira de Izuku avaliar o estado de seu próprio corpo se ele apenas ficasse olhando da porta. Além disso, se a UA não sabia como consertá-lo, era extremamente improvável que eles soubessem como trancar Deku em primeiro lugar, certo?

Claro, eles estavam sendo suspeitos para caralho sobre toda essa coisa do Deku, e isso estava irritando Katsuki. Mas eles não conseguiam ver a alma do Deku, ou tocá-lo, ou falar com ele. Eles podiam estar fazendo alguma merda zoada com o seu corpo, mas eles provavelmente não sabiam como controlar a sua alma. Katsuki sabia que a escola a teria enfiado de volta no corpo de Deku e acabado com toda essa palhaçada se eles soubessem como.

A cabeça de Deku emergiu da parede, o resto do seu corpo permanecendo dentro do quarto, de um jeito que lembrava muito o Mirio. Entretanto, ele tinha uma expressão aborrecida em seu rosto.

"Por que 'cê fez isso?", ele reclamou.

"Pra fazer você parar de ser tão covarde e acabar logo com essa merda", Katsuki cruzou os braços por cima do peito. "Agora que 'cê sabe que não 'tá trancado aí dentro, vai logo ver o seu corpo antes que a velhota volte e me pegue na frente do seu quarto".

Izuku lançou um olhar de desaprovação à Katsuki antes de entrar de novo na parede, desaparecendo de vista.

O quarto hospitalar estava vazio, exceto pelo corpo de Izuku e os equipamentos necessários para mantê-lo vivo. Izuku se sentiu muito estranho e extremamente desconfortável ao ser dolorosamente lembrado de todos os equipamentos indispensáveis para ele continuar vivendo – um respirador, intubação, várias IVs conectadas a ele, e todos os tipos de máquinas cujo nome ele não conhecia.

Em seu estado de alma, ele se sentia bem – ou pelo menos, tão bem quanto Kacchan se sentia. De qualquer modo, não importava como Kacchan se sentia, Izuku nunca sentiu como se estivesse morrendo, ou prestes a morrer, de nenhuma forma. Agora, encarando o seu corpo, ele se deparou com a horrível constatação do quão perto ele estava dos portões da morte.

The Way You Used To Do (PT-BR)Onde histórias criam vida. Descubra agora