Meu destino é te amar

Vladimir chegou ao meu quarto na noite seguinte e parecia desconcertado ao ver o Ethan semi nu em minha cama. Mas, como um aristocrata discreto ele se obsteu de fazer perguntas naquele momento, o que não significa que ele não pediu explicações mais tarde. Ethan e eu fizemos um acordo, quando o Raphael melhorasse e pudesse sair do quarto, Ethan retomaria sua terapia com ele todas as noites. Suas crises não existiam mais, mas, eu sugeri que ele continuasse para tentar controlar seu temperamento e lidar melhor com a sua existência.

Foi o melhor conselho que dei a ele e sinceramente vê-lo bem me fazia sentir bem. Essa sensação de me sentir útil, de poder ajudar aqueles que precisavam, me fazia de certo modo compensar o Ethan pelos seus traumas e ao mesmo tempo desfazer da mente dele o conceito que ele tinha fixado da crueldade humana.

Mas, ajuda-lo não era o bastante, eu gostaria de redimir os erros dos meus pais, mesmo que só um pouco e também poder ajudar outros além dos vampiros. Essa ideia me fazia pensar no personagem Carlisle Cullen da saga "Crepúsculo" que vi uma vez no cinema. Eu não queria envelhecer simplesmente existindo no mundo sem fazer algo bom, sem fazer minha vida valer a pena. Afinal, quando deixei o orfanato não sabia ao certo o que faria da minha vida daquele momento em diante, mas, sabia que precisava me sentir bem comigo mesma acima de tudo. E o que me faria sentir melhor do que ajudar a curar quem precisava? Esse era meu destino e eu ia segui-lo.

Com o apoio de todos da mansão iniciei meus estudos de Medicina, os livros na biblioteca me ajudavam nos conhecimentos teóricos que precisei e o Ethan ficou mais do que feliz em me ajudar com todas as dicas necessárias; Ele estava orgulhoso da minha iniciativa e me ver progredir o incentivou a melhorar. Aos poucos comecei a ganhar experiência me destacando como a primeira da turma e me formando com louvor.

Eu passei a trabalhar em um consultório da cidade atendendo algumas consultas simples, porém, eu sentia que podia ir mais longe e pouco a pouco fiz diversas especializações. Claro que uma vida só não bastaria para tanto conhecimento e foi por isso que optei por ser transformada em vampira, Ethan pediu apenas que eu esperasse um pouco para desfrutar da minha vida humana por mais um tempo. Eu concordei em esperar até concluir alguns de meus estudos e 7 depois ele cumpriu o prometido…

Ethan: - Agora ficaremos juntos para sempre Lise e quero que saiba que tenho muito orgulho de você!

Lise foi o novo apelido que Ethan me deu ao longo do tempo e era melhor que chamar de "Coisa" admito. Tudo estava indo bem até que uma noite enquanto conversávamos no hall as portas se abriram com força… A chuva caia com força lá fora, mas, entre os raios e relâmpagos pude ver a silhueta que se destacava na noite.

Eloise: - N-Neil????

Eu o reconheceria em qualquer lugar mesmo que mil anos se passassem. Mas, ele não estava sozinho, havia algo em seus braços e somente depois que ele deu alguns passos em nossa direção que pude perceber que Neil carregava um bebê.

Eloise: Minha nossa vocês estão encharcados! Ethan vá buscar toalhas limpas depressa!

Eu não me importava com o que Neil representou no passado, meu primeiro instinto foi de ajudá-lo como pudesse. Ethan fez como pedi e foi buscar toalhas limpas na despensa. Eu levei Neil e o bebê que ainda estava enrolado ao que parece no paletó do vampiro para o pequeno salão. Aaron estava lá e pedi a ele que colocasse uma cadeira próxima a lareira para aquecer os dois.

Logo Ethan chegou com as toalhas e no tumulto e agitação os nossos companheiros também vieram até nós.

Vladimir: - Neil espero que tenha uma boa explicação para ter vindo até aqui, ainda mais a essa hora e em meio a uma tempestade…

Raphael: - Vladimir meu amigo, ele não poderá explicar se você não deixar.

As palavras do Raphael tiveram impacto sobre os demais, ninguém mais se pronunciou e deixamos Neil falar.