-- 𝐒𝐓𝐑𝐀𝐍𝐆𝐄𝐑𝐒, 𝖾𝗋𝖾𝗆𝗂𝗇 𝖿𝖺𝗇𝖿𝗂𝖼.

and strangers again.

Notas da autora:

Eu tava sem entrar aqui desde janeiro e não sabia a repercussão que a fanfic tinha tomado. Muito obrigada!
Tenho alguns capítulos semi prontos aqui e vou tentar atualizar a fanfic como puder. <3

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❛ 𝐀𝐑𝐌𝐈𝐍

— O que acha de morarmos juntos quando terminamos o ensino médio ano que vem?

Nossos olhares se encontraram e não pude evitar suspirar com a ideia. Eren tinha inúmeros sonhos que para mim pareciam inalcançáveis. E, para ele eram metas, que ele realizaria, mesmo que isso lhe custasse coisas que nem imaginávamos na época.

— Eu iria gostar muito, mas você sabe, Eren... nossas famílias nunca aprovariam isso.

— Eu não preciso que ninguém aprove o que eu faço com a minha vida. — Você disse bufando, como a criança mimada que era. Era engraçado lhe ver desse jeito, e sempre me arrancava algumas risadas. — Meu pai não deixou eu fazer um piercing e nem uma tatuagem, mas mesmo assim eu fiz!

— E ficou de castigo pelo resto do ano passado inteiro. — Completei, o observando coçar a cabeça, provavelmente pensando em alguma justificativa.

— Eu não ligo em ficar de castigo, desde que eu possa morar com o garoto que eu amo. — Eu não acreditava nisso, sabia que seria um problema se descobrissem sobre nós. Mas, suas palavras doces sempre me davam esperanças de ter um futuro ao seu lado, me permitindo sonhar, mesmo que só por alguns segundos.

Em noites como essas, com Eren dormindo calmamente em meu peito após algumas horas de amor, eu custumava olhar pela enorme janela de seu quarto e pedir para todos os deuses existentes que não o tirassem de mim.
Yeager era a única pessoa do mundo que havia me aceitado e acolhido como eu realmente sou, amando todas as minhas imperfeições. Perdê-lo seria demais para mim.

Mas mesmo assim, existem situações que não podem ser evitadas.

24 de outubro.

Oii.
15:32
Tá' tudo bem?
15:32

25 de outubro.

Combinamos de que não nos veríamos
escondido enquanto seu pai
estivesse na cidade,
mas você nem me responde :(
18:56

26 de outubro.

Eren, eu tô preocupado.
12:00
Não tive notícias suas o
final de semana todo.
12:01

Eren <3: Oi.
23:00
Eren <3: Me encontra no parquinho
que nós costumávamos ir o mais
que você conseguir.
23:00

Naquele dia, eu corri tão rápido que eu senti meus pulmões queimarem, mas eu não parei até chegar a praça. A angústia que eu sentia era imensurável, mas só de ver que você estava ali aparentemente bem, meu coração já havia se acalmado um pouco.

— Fico feliz por você estar bem, eu achei que tinha acontecido algo. — Suspirei aliviado, sentando no balanço ao lado do seu.

Me virei para você e quando nossos olhos se encontraram, pude perceber que nada estava bem. Sua feição era cabisbaixa e as olheiras embaixo de seus olhos revelavam suas poucas horas de sono dormidas durante esses dias.

— O que aconteceu? — Me virei para Yeager e levei minhas mãos ao seu rosto com todo o cuidado, o analisando mais de perto. Não gostava nem um pouco de o ver desse jeito.

Fui surpreendido quando minhas mãos foram tiradas de seu rosto por você.

— Fala comigo, o que está acontecendo? — Insisti na pergunta. Eren continuava calado, com a mesma feição. Ele sempre fazia isto quando estava se segurando para não chorar ou quando estava com raiva, me perguntava qual das opções se aplicava naquele momento.

— Só me esquece, Armin.

— O que?

— É o melhor para você.

Por um momento, eu quis rir, não estava acreditando nas palavras confusas que Eren dizia para mim.

— O melhor para mim é ficar com você. — Respondi.

— Eu não faço bem para ninguém, Armin. — O moreno tinha os olhos marejados e tentava a todo custo não derramar nenhuma lágrima. — Por isso eu vou embora daqui.

— O que!? — Sua fala havia me pego de surpresa tão subitamente, que me fez levantar do balanço com uma feição indignada.

— Minha mãe morreu... E eu vou para Nova Iorque com meu pai, começar a aprender como administrar a empresa.

As palavras fugiram de minha boca em segundos e não pude evitar derramar algumas lágrimas, não conseguia acreditar que a doce mãe de Eren que sempre me tratara com carinho havia partido. Era demais para mim e mais ainda para ele.

— Eu... Eu sinto muito, não consigo acreditar. — Finalmente disse, voltando a me sentar no balanço.

— Tem muita coisa acontecendo agora.

— É, eu acho que percebi.

— Me desculpa, Armin. — Após sua fala, você se levantou e se pôs em minha frente, beijou carinhosamente minha testa, como sempre gostava de fazer e se foi.

Essas foram as últimas palavras que ouvi saírem de seus lábios, a última vez que os senti sobre minha pele e consequentemente, a última vez que te vi.