Thinking of You

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Esse selinho foi diferente do outro. Muito diferente. Agora parecia que havia sentimentos – o que é estranho –, o beijo era delicado, e nenhum dos dois ousou aprofundar. Chupei seu lábio inferior, e depois o mordi, fazendo com que meu corpo pedisse mais.

O beijo não durou dois segundos, já que tocaram a campainha. Fomos obrigados a nos separar.

– Vou abrir. – falou o óbvio.

Se levantou, e logo alguns homens de jaleco apareceram em meu campo de visão, carregando uma maca branca.

Foi uma dor dos infernos quando tiveram que pegar em minha perna para me colocar na maca.

– Ash, fica comigo. – pedi, estendendo a mão. Ele estava acabando de escrever algo em um pedaço de papel, e pegou a chave em cima da parede da cozinha americana.

Não me importava o que tinha acontecido. Nada mais me importava além do desespero de ter alguém que eu conheço ao meu lado.

– Eu vou. – prometeu, e a segurou. Eu me sentia protegida com ele.

Saímos e ele trancou a porta.

– Ninguém falou nada sobre isso, né? Se as fãs nos acharem, a imprensa nos acha. Não quero eles enchendo o saco.

O elevador se abriu e entramos.

– Não se preocupe. – afagou meu rosto, olhando em meus olhos.

Eu me lembrei do que ele falou agora a pouco. Isso me deixou nervosa pra caralho.

Eu nunca fui a pessoa que mais entende de sentimentos no olhar, muito menos enxergar amor nos olhos de Irwin. Entretanto juro que neste momento posso afirmar que Ashton me olhava com algo mais do que preocupação.

Logo entramos na ambulância, e não demorou para chegarmos ao hospital.

Tiraram raio-X do meu pé e depois me levaram para um quarto.

Lifehouse - Falling In

– Você deslocou o osso do pé, e não quebrou. – o médico sorriu doce. Ao chegar, eu não parava de repetir “meu pé está quebrado, meu pé está quebrado”, enquanto Ash tentava me confortar de todas as formas. – Vamos colocá-lo no lugar?

Resmunguei, sentindo meu rosto se retorcendo em uma careta. Meu lábio se retorceu e minha sobrancelha caiu.

– Quer segurar a minha mão? – Ash ofereceu. Assenti e o deixei pegá-la. Sua mão agarrou a minha de leve.

– É. – o doutor suspirou. – Vou ter que consertar mais ossos hoje.

Rimos.

– Eu já liguei para os meninos. – ele falou, apesar disso eu prestava atenção atentamente no homem de roupa branca quase encostando em meu pé. Senti uma mão em meu queixo, e logo eu estava encarando os olhos hipnotizantes do meu amigo palhaço. – Eles ficaram preocupados e estarão aqui daqui a pouco.

Houve um estalo.

– PUTA QUE PARIU! – gritei, e ofeguei. – Caralho, essa porra dói!

Os dois riram de minha súbita explosão. Dei uma olhada no meu pé. Não estava mais inchado, apesar de ainda latejar.

– Acho que não é só seu pé. – ele resmungou, esticando os dedos.

– Desculpe. – encolhi os ombros, apesar de ter um sorriso sacana em meus lábios.

As faces do amor (5SOS - Ashton Irwin)Onde histórias criam vida. Descubra agora