5- Chega

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Ela virou a cabeça para o lado, com certeza ela enxergava mais do que o céu, mais do que o mar. Sina era mais do que uma garota bonita e sorridente, e apesar de já saber disso, eu tinha certeza de que ela ainda tinha muito para me mostrar.

Enquanto Sina olhava para o horizonte, peguei meu celular e tirei uma foto dela, que só percebeu depois que eu já havia feito o que eu queria. Nós continuamos em silêncio, nos encarando e sorrindo.

Aquilo realmente era uma loucura.

Quando descemos da roda gigante, Sina se apoiou no meu ombro e saiu mancando.

- Sobe aí- me inclinei para que ela subisse em minhas costas, e ela não demorou muito para fazer.

A coloquei no banco do carro e sentei no meu lugar, seguindo o endereço da sua casa que Sina havia me dado. O caminho foi bom, ela me contou que tinha as mesmas amigas desde o fundamental, e que tinha medo de perdê-las.

Também descobri que Sina tinha medo do escuro, e que a cor que ela menos gostava era o verde. Ah, ela gostava de balões. Fatos irrelevantes totalmente desnecessários que eu nunca usaria.

- Então, o que vamos fazer amanhã?- perguntei desligando o carro.

- Amanhã é quinta, tem aula extra. Já decidiu o que vai fazer?

- Não vou entrar.

- Mas você disse que gostava de música- Sina rebateu.

- Tenho outros planos.

- Ah é?- ela sorriu- quais?

- Os seus- respondi e Sina riu.

- Boa noite Hacker- ela beijou meu rosto e desceu do carro.

- Boa noite Sina- esperei ela entrar em casa e fui para minha.

[...]

- Onde você estava?- minha mãe perguntou quando eu abria porta.

- Já foi em Santa Mônica?- me joguei no sofá ao lado da minha irmã.

- Você foi lá?

- Fui- Linsey sorriu.

- É legal, eu queria te levar, mas eu precisei ficar no computador o dia inteiro hoje- ela disse triste.

Já fiquei muito triste e muito bravo com a minha irmã por conta do seu trabalho, mas hoje em dia sei que se afastar da família não foi fácil pra ela como eu pensava.

- É perigoso sair assim, você nem conhece a cidademinha- mãe me repreendeu.

E é nessa horas que eu saio de cena, não adianta tentar socializar, sempre voltamos as cobranças, puxões de orelha, e repetindo as mesmas coisas toda vez.

- Deu- levantei do sofá e peguei minha mochila do chão.

- Não filho, fica aqui!- Wendy segurou minha mão.

- Não tem essa, eu já sei como isso acaba!! Você vai perguntar sobre a escola, eu vou responder e aí alguém nessa porra dessa sala vai falar que eu não respondi direito e quero chamar atenção!!- minha mãe bufou- eu já sei o roteiro desse filme, e eu não vou participar dele.

- CHEGA NOAH!- minha irmã gritou me assustando.

Linsey abaixou a cabeça e eu a ouvi chorar. Me afastei da minha mãe e coloquei a mão na cabeça da minha irmã, tenho o dom de magoar quem eu mais amo.

- Desça para jantar por favor- minha mãe passou por mim e beijou meu braço.

Fiquei sozinho na sala com Linsey ainda chorando, então comecei a acariciar seu cabelo

Happier🌻Vinniert Onde histórias criam vida. Descubra agora