After Time

Ser seu

"Eu nunca pensei que ficaria assim
Ainda penso no primeiro beijo
Mas eu nunca poderia mentir para você
Estou enlouquecendo por você..."

"MIDDLE OF THE NIGHT"
Monsta x

Boa leitura

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O sofrimento é necessário, é estranho dizer isso, pensar que precisamos passar por situações difíceis para podermos aprender algo. Seria tão fácil se tudo se resolvesse sem dor, contudo a vida também seria incrivelmente monótona.

É como no conto "Aqueles que se afastam de Omelas" ou então no filme Divertida Mente, não há como ter uma vida feliz sem que não haja sofrimento, lá em Omelas uma criança pagava por todo riso, na vida real nós mesmos sofremos para seguirmos em busca da total felicidade, se é que ela existe de fato. Não sei se já pararam para pensar nisso, mas em todo momento feliz gravado em nossa lembrança antes dele, antes do momento da realização, houve um momento de tristeza.

É nos momentos de dor e fraqueza que encontramos força, é quando recebemos mais amor das pessoas que realmente se importam.

E foi assim que nossos corações se encontraram, exatamente assim na dor, foi aí que encontramos a cura para nossas feridas, foi nos perdendo que enfim nós encontramos.

Depois da apresentação, encontrá-lo no corredor daquela forma foi surpreendente, eu realmente não esperava que ele viesse até mim. Não acreditei que ele deixaria o medo de amar, mas eu me enganei.

Agora vou narrar a cena que me encontro, de uma visão panorâmica. Estamos abraçados a cerca de 5 minutos, eu ainda com a venda na mão recostado em seu peito, sentindo seu perfume, enquanto ele me aperta fortemente em seu braços, esfregando o nariz em meus cabelos ainda úmidos do suor. Tudo parece lento, todos dispersos na nossa realidade.
Cada partícula dos nossos corpos parecem se unir, como em uma fusão nuclear nossos átomos se fundem para algo extraordinariamente maior.

Devagar desfaço nosso abraço e o puxo para o camarim, preciso pegar meus pertences para poder sair do teatro. Quando entro em sua frente totalmente aéreo ainda, ouço a porta se fechar com certa força atrás de mim e antes que pudesse me virar para ver qual era o problema, sinto suas mãos me puxarem, prendendo meu corpo entre o seu e a parede.

- Você tem uma mania estranha de me encurralar na parede, sabia?- digo com um leve sorriso no rosto já entrelaçando meus braços em seu pescoço.

- Desculpa por isso, porém preciso confessar que adoro te ter assim preso, rendido a mim sem escapatórias.

Em um rompante de coragem, troquei nossas posições em um lapso de tempo, fazendo assim com que ele agora estivesse preso a parede e a mim, uma de minhas pernas em meio às suas e minhas mãos que antes entrelaçaram seu pescoço agora se dividem, uma contorna seu corpo esguio e forte pela cintura e a outra está ao lado do seu rosto.

- Preciso confessar, que você tem razão. É uma delícia te ter assim, à mercê, todo entregue.

E com um beijo, quente e cheio de desejo que entramos em combustão espontânea, nossas moléculas fundidas entram em chamas queimando cada resquício de incertezas e medos que restaram entre nós.

Mas antes que fôssemos completamente consumidos pelo fogo, meu telefone tocou. Jungkook solta uma gargalhada porque incrivelmente sempre somos interrompidos nesses momentos.

Eu me afasto devagar de seu corpo, mas ele me puxa novamente, me apoio nele de costas e atendo o telefone.

- Alô? Tia.