Fools

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...E as minhas esperanças, elas são altas
Eu deveria mantê-las pequenas
Apesar de eu tentar resistir
Eu ainda quero isso tudo...
🥺🎶

                   🍃🍃🍃🍃🍃🍃

Por diversas vezes ficamos presos as nossas dores, isso faz com que nossa visão fique atenta demais a coisas irreais. É como se a mente vivesse em alerta por algo inexistente.

Dizem que o tempo cura tudo, mas na verdade o tempo é impiedoso e não deixa em momento algum passar algo despercebido. Às vezes imagino ele com uma figura humana nefasta, um velho com a pele enrugada e ranzinza como aqueles de filmes de terror.

Mas não posso negar que parte é culpa minha, deixei que o tempo curasse tudo, tentei esconder o sol com uma peneira, e o resultado é insegurança e um grande surto por alguém que não me deve nada.

No dia seguinte ao meu completo desespero na rua acordei dolorido, como se um caminhão carregado tivesse me atropelado, sentei na cama devagar, minha cabeça latejava.

Eu não me lembro em qual momento dormi, mas me lembro de ter Jungkook aqui comigo. O procurei assim que minhas vistas começaram a ver algo que não fosse um pingado de borrões e sombras, esfreguei os olhos ainda sonolento e dolorido, ao lado da cama avistei um papel pequeno escrito por uma letra inconfundível.

Jungkook não estava ali, agora eu tinha certeza, mas há que horas foi embora? Será que chegou bem? Porque eu me preocupo tanto com essas respostas? Peguei o bilhete “ Uso bilhetes para te abraçar, mesmo entrando longe” sua assinatura estava logo abaixo, a frase escrita a mão me fez sorrir, esse é o efeito Jungkook sobre Park Jimin.

Levantei devagar tomei um banho demorado e quente, não queria mais nada além de um balde de pipocas e minha tv hoje, minhas aulas haviam sido transferidas por conta do festival, os ensaios seriam mais a tarde e eu só iria marcar palco a noite, estava ensaiando separado dos outros preparando a surpresa.

Durante o banho pude refletir sobre todo o acontecido ontem, cheguei a conclusão de que estou vulnerável e preciso curar minhas dores, meu passado não está tão no passado assim e o medo de amar está me deixando completamente desestruturado.

Depois de trocar de roupas desci as escadas para procurar algo para comer, na cozinha busquei pela pipoca e manteiga, combinação perfeita para uma manhã de séries e filmes, enquanto espero o  milho estourar e se transformar numa delícia fofinha e branca sentei no balcão, enchendo minha caneca de café.

Tia Hae parecia não estar em casa hoje, acho que é dia de yoga na praça nunca me lembro quais são os dias corretos, após a preparação da pipoca fui para sala, não é nada chique comparada a da casa do Jungkook, há dois sofás marrons pequenos formando um ângulo de 90° em relação a parede,  o aparelho de televisão fica em um painel também de cor escura na parede em frente aos sofás, uma mesinha de centro pequena de vidro fica no meio em cima do tapete felpudo de cor caramelo.

É simples e nada sofisticada, mas completamente aconchegante.

Antes que eu possa me acomodar ouço meu celular tocar ao longe, minha primeira idéia é não atender ninguém, mas logo me lembro da pessoa que me esperou adormecer então, levanto já imaginando o contato que aparecerá na tela.

Subo novamente as escadas, entro no quarto e ao pegar o celular vejo que não, não é Jungkook que está me ligando. Eu deslizo meu dedo, desligando assim a ligação que após alguns segundos volta a aparecer. Não é nenhum contato conhecido, fico curioso com a insistência, mesmo após tantos toques, a pessoa persiste.

After TimeOnde histórias criam vida. Descubra agora