filhote prateado

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Pata de crepúsculo imediatamente tapa a orelha com a pata e balança a cabeça pra despertar. Pata de Raposa se encontrava na sua frente e o mesmo o chamara agora a pouco.

Os outros aprendizes estavam na toca e cochichavam entre si. O dia já estava prestes a amanhecer e logo todos saíram pra fazer suas tarefas.

- Acha que já nasceram? - Pata de Alecrim pergunta. Os outros dão de ombros.

- Provavelmente seremos mentores deles! Não é incrível? - Pata Rubra pergunta.

Um grito de horror percorre o clã, fazendo os aprendizes saltarem. Pata de crepúsculo se levanta em um salto.

Pôde-se alguns guerreiros correrem até o berçário. Pata de crepúsculo também vai, seguida dos outros aprendizes.

Garra da Neve sai de perto da entrada de orelhas baixas e pata de crepúsculo corre até ele.

- O que houve, Garra da neve?

- Um dos filhotes, não sobreviveu. Melhor não ver se tiver estômago fraco. Tem sangue por toda parte. Mas flor das sombras ficará bem de acordo com folha de maçã. - Ele fala em um tom triste.

Pata de crepúsculo fica boquiaberta e os outros aprendizes ficam mais perplexos do que ela.

- Saiam todos daqui! - Olhos de águia grita com os gatos na entrada da toca. Pata de crepúsculo consegue ver por um segundo Estrela de leão e Pelo de Urso ao lado de flor das sombras. Ela estava de costas pra entrada e estava encolhida.

- Não acredito nisso. - Pata de Raposa fala triste.

Nem consigo imaginar a dor dela. - Pata Branca sussura.

Pata de pombo fitava a toca meio triste. Olhos de águia expulsava Sopro de tempestade, mas o ex representante não tinha expressões tristes, ele tinha uma cara de quem avisou que ia chover.

- Isso que dá trazer gatinhos de gente pro clã. O clã sente a dor de filhotes sem sangue de guerreiro. - Ele fala voltando pra toca.

Olhos de águia estreita os olhos e grita com o gato.

- Sangue de guerreiro! Esses filhotes são parte de mim, seu idiota! Qual é o seu problema? - Ele grita com os olhos cheios de dor. Os gatos gritam com sopro de tempestade mas ele nem se importa.

Folha de maçã sai do berçário e corre até sua toca e volta com algumas ervas e outras coisas estranhas. Pelo de Urso e Estrela de Leão saem do berçário abalados. Provavelmente pra deixar os gatos a sós.

Olhos de águia corre até o local e se deita ao lado da gata escura. Pata de crepúsculo se deita em sua cama de musgos e fica encarando o berçário por minutos e fica imaginando o quão ruim deve ser perder um filhote.

Algum tempo se passa e pata de crepúsculo se distrai e tira um cochilo. Logo feixe noturno aparece na entrada da toca.

- Pronta pra treinar? - Ela fala não tão feliz como sempre. A aprendiz se levanta.

- Você tá bem, feixe noturno?

- Sim. Só tive uma discussão com sopro de tempestade que me deixou com dor de cabeça. Vamos?

A gata segue a mentora e ambas passam pelo berçário.

- Podemos entrar? - A aprendiz pergunta.

- Claro, é uma tradição visitar os novos filhotes e futuros guerreiros do clã. E eles começam a nos reconhecer melhor. - A gata fala e entra na toca seguida de pata de crepúsculo.

Ela dá de cara com uma Presa de limão, uma rainha que recentemente se mudou pro berçário e esperava filhotes de Garra da Neve. Logo ao seu lado estava flor das sombras encolhida e lambendo um filhote minúsculo e cinzento.

Seu olhar era triste mas ela fitava o filhote com orgulho. Ela levanta a cabeça para as recém chegadas e tira a cauda da frente da visão do gatinho, que se encolhe perto da mãe.

- Já sabe o nome querida? - Feixe noturno fala amigavelmente e sorri fraco pro filhote.

- Filhote prateado. - Ela fala calma e lambe a bochecha dele. Pata de crepúsculo baixa as orelhas.

- Sinto muito pelo o que aconteceu, flor das sombras. - A aprendiz fala. Flor das sombras sorri fraco pra ela e deita a cabeça nas patas. Feixe noturno faz um sinal pra ambas saírem da toca.

Elas vão até um campo aberto e feixe noturno para de repente.

- O que foi? - A gata pergunta hesitante.

Feixe noturno não fala nada, mas se joga na gata de surpresa mas pata de crepúsculo empurra a barriga da gata assim que ela a atinge. A gata voa pra longe e cai em pé.

- Uau. Isso foi brilhante, pata de crepúsculo! - Ela fala feliz. A aprendiz se levanta e sorri.

As duas caçaram a tarde inteira e voltaram no final da tarde. Feixe noturno largou as presas na pilha e foi até o berçário. Sopro de tempestade entrou no acampamento quase ao mesmo tempo que a mentora entrou na toca. O enorme gato foi até o berçário mas foi expulso pelas gatas de lá. Pata de crepúsculo se encolheu ao ver a expressão de ódio do guerreiro.

Ele gritou alguma coisa pra feixe noturno, fazendo a gata sair da toca e avançar nele. Por sorte Presa Escarlate os separou.

Pata de crepúsculo se perguntara se a relação deles permaneceria assim pra sempre. O gato chamou pata branca e sussurou alguma coisa pro aprendiz que o deixou surpreso e ambos fitaram o berçário.

Pata de crepúsculo foi até a toca dos aprendizes e encontrou pata de pombo e pata Rubra conversando e comendo suas presas. Pata de crepúsculo entrou envergonhada e se deitou no canto.

- Pata de crepúsculo! O que acha de patrulhar? - Pata Branca chamou na entrada da toca. Pata de crepúsculo se pôs de pé em um salto e acentiu com a cabeça.

-Chamei feixe noturno também. - Ele fala sorrindo. Pata de crepúsculo sorri fraco e vê sopro de tempestade indo na direção dos dois. Ele encara a gata e a faz tremer.

-Prontos? - Ele fala com uma voz grossa. Pata de crepúsculo acente com a cabeça e procura por Feixe noturno. A gata chega logo depois e os irmãos se encaram por um momento, fazendo os aprendizes trocarem olhares.

Ambos saem do clã e pata de crepúsculo fareja o ar na busca de alguma coisa de diferente mas não encontra nada.

Feixe noturno desaparece da vista da gata. Pata branca estava um pouco longe, mas seu cheiro era forte. Sopro de tempestade também sumiu.

A gata desconfia e tenta farejar os gatos mas nenhum sinal deles.

Começa a anoitecer e só aí ela sente um cheiro fraco de um gato do clã das sombras, provavelmente feixe noturno. Ela corre e o cheiro começa a ficar mais forte. Ela chega até um local não tão longe de onde se separaram que parecia um paredão de rochas. Olhou em volta e escutou vozes vindas de uma curva nas pedras.

Ela se agachou e se aproximou do local e as vozes ficaram mais fortes.

-E a gatinha de gente? - Um gato de voz arranhada e parecia surrado falou.

- Não se preocupe com ela, não duvido que tenha mais filhotes. Mas nosso clã está cheio de gatos ridículos. Não me importaria se sumissem. - Sopro de tempestade gruniu. - Foque no que combinamos. Irei dar um lar pra vocês se isso der certo. Avise o seu líder.

- Ele já ficou sabendo, não vai se arrepender. - Ele falou em uma risada e saiu correndo pra uma parte da floresta que a gata nunca visitara. Ela se encolheu e Sopro de tempestade saiu andando pro local em que se separaram.

O que será que estava planejando? E quem era aquele gato misterioso? Ele não havia cheiro de nenhum dos gatos dos outros clãs. Ele cheirava a carniça e parecia não comer a dias. E o que Sopro de tempestade quis dizer com dar um lar a eles?

entre dois clãs Onde histórias criam vida. Descubra agora