fuga

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Pata de crepúsculo volta até a floresta negra e procura alguém mas não encontra ninguém. Percorre os carvalhos escuros e os lamaçais presentes na extensão da floresta e encontra o acampamento dos gatos.

Cauda Sombria conversava com um gato branco e a gata correu até ele. Ela ainda estava exausta pelo que ocorreu no clã e mal podia pensar em mais nada a não ser em buscar ajuda.

O gato amarelado sorriu a ver a gata e dispensou o guerreiro ao seu lado.

- Pata de crepúsculo! Pensei que não viria. - Ele fala cumprimentando a gata. Mas ela não estava animada como o comum.

- Algum problema pata de crepúsculo?

- Cauda Sombria, o clã das sombras está perdido. -  a gata fala triste e abaixando as orelhas, o gato faz uma expressão preocupada e confusa.

- O que houve? - Ele se senta ao lado dela.

- Resumidamente um gato que todos achavam que estava morto armou um plano junto com sopro de tempestade pra tomar o nosso clã. E eles tem o apoio de um clã formado por gatos abandonados e exilados. O clã das sombras está preso nas tocas e cercado por inimigos. Não tem saída. - Ela fala se encolhendo. - E também eles pretendem tomar os outros clãs. A floresta vai virar um caos se isso não parar.

- Sopro de tempestade? Lembro de sua nomeação de aprendiz como se fosse ontem. Ele parecia tão inocente. Eu sinto muito, pata de crepúsculo. - Ele fala confortando a gata. - Se eu pudesse fazer algo..

- E pode. - Um gato malhado fala em um galho em cima de onde os gatos conversavam. Ele chicoteava a cauda e desceu do galho. Ele tinha uma cicatriz na garganta que seria provavelmente como ele morreu.

- O que propõe, pele de espinhos? - Cauda Sombria pergunta encarando o gato.

- Bem, podíamos ajudar nossa amiguinha a ter seu clã de volta. - Ele fala tocando seu ombro no de pata de crepúsculo, provocando-a. Ela levanta as orelhas. Seria possível isso?

- Mas temos que vigiar Estrela de cachorro. Pelo que pata de crepúsculo disse são inúmeros inimigos. Como pretende atacar sem levar muitos gatos? - Cauda Sombria fala balançando a cauda. O gato dá de ombros.

- Estrela de Cachorro nunca dá as caras então porque seria diferente? E eu nem estou incluindo nesse grupo que vigia cada movimento dele. Mas se quiser ver o clã da sua aprendizinha pegar fogo eu não me importo. - Ele fala irônico.

- Pata de crepúsculo, você poderia ir avisar os outros clãs, assim uniriam forças contra sopro de tempestade e... como é o nome dele mesmo? - Cauda Sombria procura as palavras certas.

- Pelo cinzento, mas ele se diz Esrrela Cinzenta. O que eu acho difícil, já que ele não foi receber suas nove vidas e seu nome de líder. Assim como sopro de tempestade, segundo ele seu novo nome é Estrela de Tempestade. - A gata fala. - E é impossível escapar da toca ou do clã.

- Não pode pedir pros seus amiguinhos de toca? - Pele de espinhos pondera. Não é má ideia. O que tem a perder?

- Você poderia falar com algum aprendiz de outro clã, assim ele avisará ao clã sobre o ocorrido. - Cauda Sombria fala pensativo.

- E expor a floresta negra? Não mesmo - Pele de Espinhos nega. - Precisaria de uma boa desculpa pra dizer como se comunicou com ela.

- Por que não fala com Pata Sussurrante? Vocês já se conhecem - Causa Sombria fala.

- Onde ele está? - Pata de crepúsculo pergunta.

- Andando por aí. Ele mal fica no acampamento - Pele de Espinhos dá de ombros.

Pata de crepúsculo se despede dos guerreiros e sai a procura de pata sussurrante. A gata mal sabia se ele havia visitado a floresta hoje.

Mas algo a dizia que ele estava por ali.

Ela chegou em uma parte com várias árvore altas e sentiu o cheiro de algum gato. Olhou pra cima e pode ver uma silhueta de um gato em cima de um galho na luz da lua.

- Pata Sussurrante? - a gata pergunta estreitando os olhos.

- Pata de crepúsculo! Sobe aqui. - ele fala mas devido a altura a gata mal ouve o que ele disse. Ela abaixa as orelhas e sobe os primeiros galhos.

Ela sobe em um galho maior e pula para o mesmo galho do gato, que tinha o pelo brilhando com a luz da lua.

- Como me achou?

- Estava te procurando. Eu preciso da sua ajuda. - Ela fala se encolhendo ao se lembrar do perigo que o clã corre.

- Que tipo de ajuda? - Ele levanta as orelhas.

- Lembra daquela assembleia em que Estrela de leão falou qua um dos nosso guerreiros foi morto por uma matilha? Bem, ele não morreu. Está péssimo, mas vivo. Ele lidera um clã de gatos tão acabados quanto ele. - Ela fecha os olhos ao lembrar - E o nosso representante se aliou a ele, e agora o clã das sombras está preso nas tocas e não podemos sair. A floresta negra é minha única maneira de me comunicar com gatos dos outros clãs. E-eu achei que você poderia ajudar ao falar pra seu líder, eu não sei.

Pata de crepúsculo se perde nas palavras e abaixa a cabeça, perdida. O gato abaixa as orelhas e toca o ombro da gata com o focinho.

- Eu sinto muito, pata de crepúsculo. Eu farei o que for preciso pra salvar o seu clã. - Ele fala colocando sua cabeça em cima da gata, reconfortando-a. Ela sorri fraco, fecha os olhos e consegue sentir o aroma doce do pelo macio do gato.

A gata abre os olhos e se encontra deitada na toca dos aprendizes, com os outros gatos dormindo profundamente. Ela balança a cabeça e procura sentir o cheiro de Pata sussurrante, mas só o que sente é o fedor dos gatos vigiando a entrada da toca.

Ela coloca a cabeça entre as patas e sua cauda balança, pensativa. A única esperança do clã das sombras estava nas patas de Pata sussurrante e cabia a ele decidir o que fará.

Mas a ideia de Pele de espinhos a atormentou por um tempo. Tentar arrumar um jeito de fugir pela toca dos aprendizes. Levar os outros seria arriscado demais. Se fosse pra alguém se arriscar a salvar o clã, essa gata seria pata de crepúsculo. A gata analisa a toca, toda feita de pedra e com alguns arbustos espalhados pelo interior e na entrada.

Ela se levanta devagar e em passos leves fareja um arbusto ao seu lado. Ela enfia a pata nas folhas verdes e desgastadas, e sente que existe uma passagem atrás dele.

A gata levanta as orelhas e verifica se os gatos estavam dormindo.  Ela estreita os olhos e sorri quando vê entre as folhas um buraco um pouco menor que ela. Ela se encolhe e entra no arbusto, se sentindo levemente incomodada pelas folhas. Mas se era pra fazer pelo clã das sombras, que se dane.

Ela se esquiva pelo buraco por algumas caudas de distância e finalmente consegue ver uma luz no fim do túnel. Ela aumenta os passos e sai do buraco e olha em volta, tentando se localizar. Certamente ainda estava no território do clã das sombras, mas um pouco longe do acampamento.

A gata corre pela floresta na tentativa de ficar o mais longe possível de qualquer patrulha dos gatos de pelo cinzento. Ela não optaria em ir pro clã do rio, já que depois daquela luta as coisas ficaram feias entre os clãs. O clã do trovão poderia ser uma boa opção, mas não conhecia ninguém de lá, a não ser Estrela de Carvão.

Ela olhou para o horizonte, no território mais elevado da floresta se encontrava o clã do vento. O clã de pata sussurrante, e onde ele disse que iria ajudar a gata com os gatos de lá.

Ela respirou fundo e começou uma longa caminhada rumo ao clã do vento.

entre dois clãs Onde histórias criam vida. Descubra agora