Capítulo 33

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Amanhecemos em Nova York a espera de maiores informações sobre a saúde do meu pai

- Amor vou na lanchonete pegar alguma coisa pra gente. Você não comeu nada desde ontem

- Estou sem fome, pode comprar só pra você - dei um sorriso desanimado

- Vou trazer pelo menos um café - me beijou na testa e saiu. Olhei para o lado e minha mãe estava cochilando na poltrona. Suas olheiras denunciavam que a noite tinha sido difícil e mais ao lado Stela estava dormindo nos ombros de Erick. Esperei por mais 10 minutos até o doutor aparecer cabisbaixo

- Sinto muito Vanessa - ele me encarou e nada precisou ser dito.

- Como?? - estava ciente de que poderia acontecer a qualquer momento, mas mesmo assim foi difícil acreditar, o silêncio refletia o vazio. Olhei para o lado e minha mãe estava petrificada

- Greg sabia que o estado era crítico. Com menos recursos sua resistência caiu drasticamente - neste momento foi como se um tiro atravessasse meu peito. Precisei me concentrar na respiração para não desmaiar ali. Dr. Lewis percebendo a crise de pânico tentou reverter

- Vanessa fizemos o possível. Todo o possível

- Se ele tivesse os recursos - sussurrei sem equilíbrio vendo Zac correr para perto

- A dúvida não gera conforto. Não quis insinuar que teríamos um final diferente. Não dá para saber minha jovem. Como médico e amigo não quero vê-la dessa forma.

- Preciso ficar sozinha - sai como um jato com o estômago embrulhado e vista embaçada. Dentro de um sanitário foi difícil conter a ânsia, em minutos estava com o corpo fraco. Elas precisariam de mim e não poderia ser dessa forma. Lembrei de todas as vezes em que perdi o chão e tive que ser forte. Tentei parar as lágrimas e não consegui. Era justo agora que estávamos nos entendendo? O flash de uma infância rodeada de carinho e atenção passaram na mente. O apoio que tive quando adolescente e depois as desavenças de adulto me sufocavam. O tanto que fui fria e todas as vezes que o evitei pesaram. Sem condições de sentir tudo empurrei qualquer emoção, respirei fundo e saí sentindo o peito em pedaços

- Te procurei por toda parte - Zac estava afoito e com os olhos vermelhos - vem cá - ele me puxou e por mais reconfortante que fosse não iria chorar. Fomos devagar até a sala e ao chegar lá fui agarrada por Stela que estava aos prantos

- E agora Vanessa? - a vulnerabilidade me deixou atordoada.

- Vamos ter que continuar meu amor - limpei miseravelmente seu rosto prendendo o nó na garganta

- De que jeito se doí tanto?

- Do jeito que der - respirei fundo - e vai doer pra sempre Stela - fui honesta a olhando - Só espero que em algum dia menos - ela me abraçou, olhei Zac procurando forças e seus olhos estava em mim

- Por favor não nos deixe sozinha. Não consigo sem você

- Estou aqui e sempre vou estar - a consolei com a única verdade que poderia exigir de mim

Resolvi tudo com o hospital e tentei poupar minha mãe da organização para o velório. Zac foi meu porto e por mais que estivesse fechada tentando manter minhas emoções sobre controle ele sabia que uma hora eu iria desabafar

O dia seguinte ironicamente amanheceu lindo e rostos conhecidos eram vistos. Amigos íntimos, conhecidos e até homens de negócio estavam na cerimonia

- Sinto muito

- Está tudo bem - minha expressão era neutra - vê-lo sofrer era triste demais

- Seu pai foi um guerreiro do início ao fim

Zanessa - Rewrite Our HistoryOnde histórias criam vida. Descubra agora