Capítulo 39

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- Nem em meus melhores sonhos te vi tão acabada assim – aquela luz infernal que queimava minha retina de tão clara foi acessa pela milésima vez

- Chega Austin. Deixa essa porcaria acessa

- Te incomoda princesa? – ele brincava com o apagador e eu fiquei quieta de tão cansada – estou pensando nas possibilidades de te dar um banho. Sua aparência está me dando repulsa – fiquei quieta novamente, lembrando que das outras vezes em que ele entrou estava bêbado e me agrediu até com uma pequena barra de ferro. Depois dela não conseguia respirar e apaguei diversas vezes nas outras – Me responda vadia – Nem sei onde ele bateu dessa vez. Confesso que o corpo anestesiado ajudava. Não sentia quase nada com a dormência. Evitei responder e ele saiu dessa vez deixando a luz acessa.

Meus pulsos já estavam calejados e não sei por quanto tempo fiquei os forçando para afrouxar o nó, mas consegui. Assim que sai da corda fui pro chão sentindo o corpo ruir. Não tinha forças para um combate corpo a corpo quando ele entrasse novamente e nem tinha ferramentas para me proteger. Na real nem em pé conseguia ficar. Com dificuldades escutei ele gritando do outro lado da porta, mas não entendi nada. Rastejei tentando virar o corpo e senti a exaustão ao parar de barriga pra cima com as mãos na costela tentando diminuir a dor.

Ele abriu a porta e por seus olhos soube que terminaria ali.

- Você acabou com a minha vida – ele se aproximava e eu não me mexia – está feliz agora? – ele gritou e eu não respondi. No automático ele apertou meus pulsos e eu gritei – eles não vão me pegar Vanessa – ele ria descontrolado - estão procurando no lugar errado. – tirou um revolver do terno e eu esperava o fim sem conseguir me mover – Vai ser no rosto – ouvi o som do gatilho sendo carregado

- Ainda dá tempo de fazer o certo – sussurrei

- Eu vou fazer – ele suava e eu desisti. Não era agora que ele me ouviria. Fechei os olhos e ouvi outra porta sendo aberta. Quando olhei só notei Austin sendo derrubado e apanhando

- Vanessa você está bem?

- Sr. David? – duvidei da minha visão

- Querida me perdoe por tudo – vi que ele chorava e estava ofegante – a policia já está vindo

- Como pôde? – Austin veio com a barra de ferro pra cima do pai o atingindo nas costas. O grito foi alto e logo estavam no chão novamente. Foram vários socos e chutes até se separarem cansados – como me achou?

- Você teve sorte de não ter o encontrado antes – David falava tentando recuperar o folego – você precisa de tratamento Austin

- Cala boca

- Olha o que fez – ele se levantou demonstrando o quão forte era – deveria ter te quebrado ao meio quando se tornou obcecado pela Vanessa. Chega dessa loucura.

- COMO ME ACHOU?? – ele gritava ainda querendo saber e eu estava na mesma posição só ouvindo e vendo algumas coisas

- Você é meu filho – ele falou sério – te encontraria de qualquer jeito

- Seu filho? Você não perde a chance de expressar o quanto desgosto tem por mim

- Você pisa nas pessoas Austin. Sempre pisou. – ele abaixou a cabeça limpando os olhos – me arrependo tanto de não ter te parado antes. Ter te corrigido e imposto limites. Hoje você seria diferente, teria caráter. Se tornaria homem

- Seria um fracasso se fosse como você

- Antes um fracassado honesto do que um criminoso que agride mulheres. Austin ainda dá tempo de se tratar. Se olhe no espelho e veja no que se tornou. Não me obrigue a machuca-lo

Zanessa - Rewrite Our HistoryOnde histórias criam vida. Descubra agora