02| ACEITO A CABEÇA EM UMA BANDEJA
NO QUARTO DIA, ANGELINE SE VIU ASSISTINDO UM FILME SOBRE VAMPIROS enquanto era acompanhada de um balde de pipoca e um copo de refrigerante. A é claro, a presença de Alec e Demetri, esses que ela fingia não estar ali. Não que ela não gostasse dos dois, apenas não tinha confiança para ficar mais a vontade.
Mas não era só ela que estava desconfortável ali, afinal tinham dois vampiros ao lado de uma tocha humana, que poderia facilmente os transformar em churrasco de vampiro. Uma coisa ali chamou a atenção do encantador de sombras. Se ela nunca tinha ouvido falar no mundo sobrenatural, como ela tinha conhecimento de seus poderes. Ele olhava a garota de forma desconfiada e cautelosa. Ele não confiava nenhum pouco na humana, não ainda.
Demetri por outro lado, ainda com a guarda alta e pronto para qualquer sinal de fumaça, não tinha nenhuma outra desconfiança, ele até tinha gostado da companheira de Jane, aquela bruxa má poderia sossegar agora que tinha sua alma gêmea e num futuro próximo, muitas transas — mal amada por não foder — era isso que ele pensava.
— Se você só teve conhecimento dos seus dons a dois anos, como você sabia cada detalhe deles? — tanto o rastreador quando a elemental olharam para o gêmeo, agora Demetri a olhava de forma curiosa.
— Em um dos lares adotivos que fui parar, o último que foi o mais conturbado por assim dizer... eu tive acesso a um computador, para deveres escolares e resolvi pesquisar daquela máquina estranha sobre o que poderia ser. Foi quando descobri o que era e como acontecia, uma semana depois voltei ao orfanato pois fui taxada como louca. Qual é, não é porque sou órfã e nunca tive nenhuma instrução de vida lá fora que eu seja burra.
— O que aconteceu, para quererem te colocar em um sanatório?
— Naquela tarde, eles resolveram fazer alguns exames e pesquisas sobre o meu comportamento anormal, então eu fiquei com medo. Medo de quando eles me amarraram em uma maca hospitalar e falavam palavras estranhas como eu ter que morrer por ser uma bruxa, uma pecadora, um ser demoníaco. Quando eu vi a seringa, que era um sedativo, eu só vi eles sendo arremessados contra a parede e então tudo começou. Já era final da tarde quando o pessoal do sanatório chegou, com camisas de forças e uma amordaça para se prevenir de qualquer palavra enfeitiçada. Então tudo foi consumido por chamas e eu acordei aqui, depois de fugir pra floresta.
NO DIA SEGUINTE, ANGELINE SE ENCONTRAVA NA BIBLIOTECA, curioso era que os três mestres estavam ali também, ninguém mais além daqueles quatro, ela havia entrado sem dar conta que já tinha gente ali, ela até pensou em voltar outra hora, mas ergueu a cabeça e fingiu não se importar com eles, ela não gostava de suas presenças, era falta de confiança por assim dizer. Os três pares de olhos seguiram cada movimento da humana, enquanto a mesma olhava as capas dos livros em dúvida de qual pegar. Ela estava entre Schopenhauer e Nietzsche, apesar de querer muito ler o último citado, ela achava complexo demais. Já com o primeiro, bem, ela adorava Parerga e Paralipomena.
— Querida Angeline, algum livro de nossa humilde biblioteca lhe atrai? — ela não se vira para olhar o mestre que lhe pergunta, apenas rola os olhos com a modéstia do vampiro antes de responder.
— Queria mais uma vez tentar ler Nietzsche, mas acho muito complexo. Mas fico entre ele e ler pela terceira vez Pererga e Paralipomena.
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𝐄𝐋𝐄𝐌𝐄𝐍𝐓𝐀𝐋 「𝐣𝐚𝐧𝐞 𝐯𝐨𝐥𝐭𝐮𝐫𝐢」
Vampire「 ᴀᴏɴᴅᴇ ᴀ ᴠᴀᴍᴘɪʀᴀ ᴍᴀɪs ᴛᴇᴍɪᴅᴀ ᴀᴍᴏʟᴇssᴇ ᴘᴏʀ ᴜᴍᴀ ʜᴜᴍᴀɴᴀ ᴇʟᴇᴍᴇɴᴛᴀʟ 」 「 ᴀᴏɴᴅᴇ Aɴɢᴇʟ ᴇɴᴄᴏɴᴛʀᴀ ᴀᴍᴏʀ ᴇ ᴀʙʀɪɢᴏ ɴᴏ ᴄᴏʀᴀᴄ̧ᴀ̃ᴏ ғʀɪᴏ ᴅᴀ ᴠᴀᴍᴘɪʀᴀ 」