Capítulo XXVIII- Apenas Fabian

1.3K 107 2
                                    

Eu estava apaixonada por ele e vê-lo assim deixou-me de rastos.
- Fabian, queres mesmo guardar segredo?
Ele respirou fundo e desviou o olhar.
- É muito difícil para mim Crystal. Eu já perdi muitas pessoas que amo e eu não te quero perder.
- Fabian, nada nem ninguém nos vai separar, achas que eu vou deixar de gostar de ti do dia para noite? Se achas isso, pois lamento informar, que estás totalmente errado... Coloca uma coisa nessa tua cabeça: Eu...Nunca...Te...Vou...Deixar! - disse pausadamente.
Ele balançou a cabeça.
- É melhor ires dormir, amanhã tens que ir trabalhar.
- O quê? Não! Eu não saio daqui enquanto não desabafares comigo, eu não vou voltar para o meu quarto para ficar a pensar em cada coisa que poderias ter-me contado, mas não conseguiste por medo, por favor, conta-me.
Ele segurou o meu rosto com as duas mãos e fez-me olhar para ele. O seu olhar era vazio e sua expressão era triste.
- Crsytal, meu amor... - ele fez uma pausa e encostou a sua testa na minha. - Por favor. - disse ele de olhos fechados. - Não me obrigues a fazer isto.
Eu coloquei as minhas mãos sobre as suas e acariciei-as.
- Tu tens que fazer... isto Fabs. Eu não te posso amar se eu não confiar em ti. - nisso eu estava errada por que eu me apaixonei bem antes de saber realmente quem ele era.
Ele deu-me um beijo na minha testa e afastou-se.
- Eu... É uma longa história. - avisou.
Eu encolhi os ombros e ajeitei-me na cama.

# Flashback - Eu tinha dez anos, a minha mãe era juiza e o meu pai era investigador da B.A.U (Behavioral Analysis Unit), e nós estávamos a fazer um almoço, á beira do lago Tahoe, quando uma carrinha entra pelo parque a dentro, e o motorista juntamente com mais dois homens começam a disparar umas armas quaisquer, e o meu pai era o alvo pois ele tinha acabado de resolver um caso importante. Mais ou menos três anos depois, a minha mãe voltou a casar com um multimilionário angolano, que tinha centenas de minas de diamantes. Eu estava revoltado pois só tinham passado três anos, e a minha mãe já estava a seguir em frente. Eu não ía muito á cara com o meu padrasto, e só o facto de ele me maltratar e fazer de mim outras coisas ainda piorava a situação. Então numa noite quando a minha mãe foi chamada ao tribunal por causa de uma fiscalização qualquer, eu estava no meu quarto a fazer uma composição para a escola, sobre a pessoa que mais gostamos, quando ele entra pelo quarto a dentro, e me agarra e atira para a cama, ele começou a tirar o cinto, mas quando me agarra um dos braços eu agarrei uma tesoura que tinha no móvel ao lado da cama e espetei-a no seu pescoço. Morreu quase estântaneamente. Só me lembro de ver sangue por todo o lado, principalmente no meu corpo, rastejei até á porta, pois não tinha forças para andar depois do que teria acabado de fazer, abri-a, levantei-me e comecei a correr. Fiquei desaparecido durante quatro dias. Quando voltei a casa, as divisões estavam vazias, fiquei assustado, corri até á porta da vizinha, que quando abriu a porta levou as mãos á cabeça e fez uma cara de espanto, logo de seguida começa a chorar e abraça-me. Eu perguntei se ela sabia onde estava a minha mãe, e ela disse hesitante 'Fabian... a tua mãe faleceu' , ao principio não acreditei mas quando ela começou a chorar asério percebi que estava a dizer a verdade, sem saber o que fazer ajoalhei-me no chão, e começei a chorar de maneira incontrolável. 'Como??- perguntei, 'No dia em que desapareceste, quando ela chegou a casa e viu rastos de sangue no chão, ela veio-me chamar, nós procurámos na casa toda, mas quando chegámos ao teu quarto e vimos o teu padrasto morto em cima da cama pensámos que ele se tinha suicidado á tua frente, e como estava uma carta de despedida em cima da secretária para a tua mãe, e a tesoura da credência tinha desaparecido, achámos que tinhas ido para um sitio qualquer para te matares devido ao choque de ele se ter matado á tua frente. Andámos á tua procura durante dois dias, mas nesse mesmo segundo dia, a policia desistiu, e a tua mãe quando voltou para casa, cortou os pulsos. Fabian o funeral foi ontem', a minha resposta ao que ela tinha acabado de contar foi levantar-me e fugir. - Flashout #

Eu aproximei-me dele e beijei-o na cara. Era pior do que eu pensava, ele culpa-se por causa da morte da mãe.
- Está tudo bem. - eu disse.
- Se quiseres ir embora... - ele disse.
- Não Fabian, eu nunca me irei embora, lembras-te? - eu disse e respirei fundo.
Depois disso eu percebi que o amava como nunca amei ninguém, será possível? Depois e algum tempo que passamos calados, eu quebrei o gelo.
- Vamos dormir ? Já são cinco da manha.
- Tudo bem. - disse ele.
Deitamos-nos um ao lado do outro e eu fiquei a olhar para ele enquanto ele acariciava os meus cabelos.
- Ainda bem que não me abandonas-te... - disse ele. - Eu não sei se suportaria.
Eu dei um sorriso e adormeci.

Olhos De CristalOnde histórias criam vida. Descubra agora