12.Coelhinho

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Lembranças perambulavam em minha mente conforme anoitece, cada beijo, promessa, todas as noites isso volta me abatendo. Edward era meu pesadelo sem fim, suas palavras doces se tornaram amargas.

Fecho os olhos novamente tentando dormir, ouço a chuva caindo sobre o telhado violentamente, trovões tremem a casa, assobiando a tempestade canta meus lamentos, pisco minha visão embaçando com as lágrimas.

— Dói tanto...

Estendo a mão puxando a cordinha do abajur deixando a luz fraca alaranjada afastar um pouco as sombras. Me mexo afastando as cobertas, sentindo frio abraçar meus braços, mordo o lábio segurando um soluço, não quero acordar Charlie.

Estou quebrada, caindo em pedaços, brincando com o perigo, quero tanto esquecer tudo. Dentro das minhas memórias tudo vai ficando borrado, não houve destino entre nós dois desde o início, todas as lindas mentiras estão sendo rasgadas em verdades. Cada beijo foi uma ilusão do seu falso amor, desde então, minha vida se tornou cinza, destruída em fragmentos da nossa terrível obsessão.

— Eu queria esquecer... — Soluço abraçando o travesseiro, essa vai ser uma longa noite.

— Posso te fazer esse favor. — Uma voz profunda se aconchega no quarto, Jasper sai das sombras perto da minha janela.

Seus passos gatunos escondem o perigo de sua presença, com suavidade ele dá um passo a frente, me pergunto a quanto tempo ele está lá me observando...

— Pensei que tinha saído da cidade. — As palavras escapam entre meus lábios antes que eu pudesse impedir.

— Queria que eu deixasse a cidade, Swan? — Sussurra em um tom ameaçador, porque ele deveria deixar a cidade se eu era o problema...

— Não, claro que não! — Gaguejo conforme ele se aproxima em passos lentos e calculados, seus dedos repousam na cômoda.

— Cadê seus cães de guarda? — Questiona sorrindo para o desenho, sua obra de arte.

— Eles... — Ninguém passava por Leah ou Paul sem levar um rosnado, mordo o lábio, poderiam ter se escondido por causa da tempestade, mas ao julgar pelos respingos de sangue nos sapatos do vampiro em minha frente, engulo em seco.

— Eles o que? — Ergue uma sobrancelha provocativa, tirando as luvas sujas de sangue colocando as sobre a cômoda, hoje era a última noite de guarda deles.

— O que você fez? — Minha voz treme, apoio minhas mãos no colchão me levantando rápido — Jasper o que você fez!

— Nada demais. — Sua voz é calma, olhos vermelhos como sangue — Foi tão rápido que eles nem devem ter sentido. — Ele tinha bebido sangue humano.

Mordo o lábio enquanto sinto minhas mãos tremerem, não, ele não fez isso, Jasper não faria, não mataria nossos aliados. Encaro seu rosto perfeitamente esculpido, não tem culpa em seu olhar, paraliso no lugar, meus pés se recusam a se mexer mesmo eu querendo muito.

Jasper dá um passo à frente como um predador, sua língua desliza pelos dentes perfeitamente alinhados me devorando da cabeça aos pés demoradamente, puxo o ar suavemente sentindo o cheiro de terra, pinho, seus olhos de outro mundo estão tão magnéticos quanto daquela vez que pedi para que me matasse, ele se recusou...

Suas mãos param em minha cintura apertando, roubando meu fôlego, sua respiração se mistura com a minha me deixando tonta. Sou jogada na cama com violência, aperto o lençol entre meus dedos, ouço o ranger sendo abafado pela chuva barulhenta.

Crepúsculo - Bella and the BeastOnde histórias criam vida. Descubra agora