48. Depois de tudo

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Era curioso a forma como o futuro foi moldado para aquele exato momento, todos os Volturi caíram em suas próprias artimanhas e mentiras, não havia confiança um no outro desde o começo, medo era o que mantinha o controle.

Mesmo relutante tive que ouvir Esme me contar como foi a adaptação no castelo, embora eu desejasse muito desligar o telefone não consegui, Alec e Jane tinham fugido no meio da confusão, mesmo que Carlisle os tenha perdoado. As sombras de Alec tinham sido um fator chave no confronto, claro que ele havia feito aquilo só para salvar a irmã.

Tudo parece correr bem com Markus ao lado de Carlisle nas novas leis, ele sempre pareceu mais compassivo sobre tudo.

As novas leis dele me agradavam um pouco demais, mas isso não me fez esquecer toda a manipulação, como fui um peão em seu jogo. Suspiro tentando me livrar da tensão, proibir os vampiros de beberem de humanos era uma lei dura e cruel com seu povo e deliciosamente perfeita para mim.

— No que está pensando, querida? — A voz suave de Jasper me traz ao presente rapidamente.

Desvio minha atenção da estrada desgrudando a cabeça da janela, alongo os braços de forma preguiçosa deixando minha cabeça cair em seu ombro, me aconchegando em seu cheiro sempre tão acolhedor.

Sinto o vento dançando em meu cabelo, meu cheiro se espalha pelo carro, viro a cabeça pro lado descansando ela totalmente no ombro de Jasper, sua mão no volante se tornou mais firme. Percorro meus dedos por seu cabelo ensolarado bagunçado pelo vento, feixes de sol tornavam os cachos dourados em fios de ouro, meus lábios entregam um sorriso malicioso, encaro o teto solar, sinto o cheiro do campo, surrupio seus óculos de sol me permitindo mergulhar em seus olhos animalescos.

— Já disse que você fica deslumbrante dirigindo? — Confesso tímida, mordo o lábio o provocando.

Sua atenção cai sobre eles, deslizo minha língua pelo lábio inferior contendo um risinho com seu descontrole, Jasper franze as sobrancelhas irritado.

— Não, mas deveria dizer mais vezes. — Brinca afundando o pé no acelerador, se aproximando da enorme mansão na colina.

Como forma de agradecimento por nossos serviços e com novas propriedades, Carlisle nos deu a colina inteira... fica na parte quente da Itália, isolada por campos de plantação. Era ideal para nós, tinha muita privacidade, espero que tenha uma piscina, com certeza deve ter.

Sinto as elevações na estrada, respiro fundo o ar deliciosamente refrescante, pinho, está um lindo dia de sol... ergo a mão observando o brilho, como uma fada, não consigo conter o riso, tinha passado poucas semanas desde a guerra. Estivemos vagando de um canto a outro, até mesmo pensei em me inscrever em alguma faculdade, mas forjar minha morte foi necessário e demorou mais que planejado.

Voltar para Froks, desaparecer nas montanhas para depois aparecer nas reportagens "Casal morre afogado nos limites de La Push" partiu meu coração fazer isso, Charlie merecia saber que eu estava bem, queria poder contar, mas ele está tão envolvido com os Quileutes e agora casado com uma... saber que sua filha virou um monstro que eles abominam. Talvez fosse melhor assim, é melhor assim, mamãe está grávida esperando outro filho para ela não cuidar com meu padrasto feliz.

Cogitei transformar meus pais, mas as palavras de Rosalie me fizeram refletir, eles gostavam de viver como humanos, filhos... eles ainda podiam ter mais filhos, era o sonho deles? Não sei, mas com certeza não querem viver com uma sede insaciável de sangue.

Apoio o braço na janela sentindo o vento, Jacob iria adorar esses campos para correr, espero que ele esteja bem, deve estar. Charlie um dia vai me esquecer, de uma forma ou de outra eu não ficaria em Froks depois da formatura, éramos distantes e tudo voltaria a ser normal como antes.

Crepúsculo - Bella and the BeastOnde histórias criam vida. Descubra agora