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S/n bateu na porta do quarto de Lexa três vezes, ela já havia passado pelos guardas do Comandante que a deixaram passar depois que ela disse que queria ver Lexa. Ninguém respondeu, então S/n bateu novamente, desta vez tendo ouvido algo se mexer dentro da sala.
A porta se abriu lentamente e S/n encontrou a Lexa que ela mais amava: sem armadura, sem pintura de guerra e com o cabelo solto. Os olhos suaves de Lexa encontraram os dela antes de ela acenar com a cabeça como um sinal para reconhecer a presença de S/n e abrir mais a porta para deixá-la entrar. Ela se afastou enquanto S/n lentamente entrava em seu quarto. Os olhos de Lexa a seguiram. S/n se virou quando percebeu que Lexa não havia se movido.
"O que você está fazendo aqui?" A voz suave de Lexa falou. Ela inclinou a cabeça para o lado e semicerrou os olhos com curiosidade. S/n suspirou e deu alguns passos em sua direção novamente.
"Eu queria te ver uma última vez antes de você partir amanhã." Ela admitiu e examinou o rosto de Lexa na esperança de ver algo mudar, mas continuou olhando para ela com o mesmo olhar sem emoção.
"Você não pode estar aqui" Lexa falou e ajustou sua postura, depois de soltar um suspiro, e se ergueu novamente. "Você sabe disso." Ela adicionou.
"Pare por favor." S/n deu um passo mais perto, esfregando as têmporas enquanto olhava para o chão. Ela estava cansada disso, da maneira como Lexa agia com ela desde que o embaixador de Azgeda alegou que S/n era a nova fraqueza de Lexa.
Lexa franziu as sobrancelhas em confusão. "Por que você continua me afastando?" S/n exclamou em frustração.
Lexa suspirou e passou por ela, com as mãos atrás das costas. "Não vamos começar de novo."
"Sim nós vamos." S/n agarrou o antebraço da Comandante e a impediu de andar mais, virando-a. Lexa olhou em seus olhos e mexeu o queixo quando S/n entendeu a dica e suavemente soltou seu braço.
"Fiz algo de errado? Porque eu sinto que sim. " S/n esfregou a testa em frustração. "Eu escutei você, eu fiz o que você me pediu. Tratei você como meu comandante quando não estávamos dentro dessas paredes. E mesmo que isso me magoasse, eu sabia que tinha que fazer isso para manter sua apólice segura. Para mantê- lo seguro. " Ela fez uma pausa para dar uma olhada na garota à sua frente apenas para perceber que ela estava olhando para o chão. Ela sabia que Lexa tinha suas próprias batalhas, mas ela não poderia lidar com isso por outro dia. "Eu sinto que você está me deixando ir, por favor, não." Uma única lágrima rolou pela bochecha de S/n.
"Não, não é sua culpa." A voz suave de Lexa mal podia ser ouvida.
"Então de quem é a culpa? Sua?" Lexa se virou, caminhando lentamente em direção à sua varanda. S/n a seguiu e ficou atrás dela enquanto ela observava a garota, agora de aparência inocente, olhar para Pólis.
"Sempre fui ensinada a não deixar meu coração falar. Não se preocupe com os outros, isso o matará. Fisicamente ou mentalmente. " Ela suspirou.
"Amor é fraqueza?" S/n sussurrou para si mesma. Ela tinha ouvido Tito dizer isso tantas vezes. Lexa acenou com a cabeça suavemente. "Sim" ela murmurou. "Eles não mentiram. Quando acabei de chegar em Polis, não comia de jeito nenhum. Eu sentia muita falta dos meus pais. Eu queria voltar correndo para casa. Eu até coloquei Titus em apuros algumas vezes por causa disso. Ele tinha uma queda por mim e tentou levar meus pais para a Polis para que eu pudesse vê-los. O comandante descobriu, no entanto. Ele os matou na frente dos meus olhos, para me mostrar que eu não tinha nada para onde correr e para me lembrar que eu era uma Nightblood, para me lembrar que meu dever era aqui. O amor que eu tinha por meus pais me quebrou no final. " A mão de Lexa agarrou-se com força na varanda. S/n olhou para o chão, sentindo simpatia pela garota. Ser arrancado do abraço de seus pais tão jovem foi uma coisa terrível.
"Durante meu treinamento Nightblood, me tornei a melhor amiga de uma garota da minha idade: Kynna. Eu tive que matá-la durante meu Conclave. Eu precisei. Ela foi minha primeira amiga de verdade. " S/n deu um passo à frente, colocando a mão na de Lexa. Ela notou os olhos brilhantes do Comandante.
"Aí me apaixonei por uma garota chamada Costia. Eu já era comandante naquela época. Azgeda descobriu e então a mataram, a única coisa pura que me restava. Portanto, tenho todos os motivos para acreditar que o amor é uma fraqueza. Não posso deixar ninguém morrer por minha causa, de novo. Talvez um dia isso me mate. "
Lexa se virou para olhar S/n. Seu olhar pousou em seu rosto que estava parcialmente iluminado pela tocha ao lado delas, ela olhou para seus olhos cheios de amor. Os olhos que a faziam sentir mil coisas, confiança, amor, esperança .
"Mesmo assim, aqui estamos." Ela deu um pequeno sorriso ao amante. "Mas Azgeda agora sabe sobre nós. Tentei afastá-lo, ser fria com você, ignorá-la, mas nada funcionou. Eu fui tão indigna de sua presença ... então por que você ainda está aqui? " Ela ainda estava olhando para ela e esperou por uma resposta, mas S/N permaneceu em silêncio.
"Porque," S/n tentou formar uma frase, mas o nó em sua garganta a impediu de falar. Lexa franziu as sobrancelhas, ficando mais impaciente.
"Eu te amo.." Ela finalmente suspirou. Era quase inaudível, mas os olhos de Lexa se arregalaram assim que ela percebeu o que acabara de dizer. Algumas lágrimas caíram do rosto de S/n, em parte por causa do amor que ela nutria por Lexa e em parte pelo que a garota acabara de confessar sobre seu passado.
"Você fez mais por mim do que por qualquer outra pessoa. Você não tentou testar minha fé ou confiança porque tem sido muito leal e paciente desde o momento em que nos conhecemos. Você conhece nossos limites. Você conhece meu medo, o medo de perder você. " Lexa ainda parecia chocada, mas seus olhos pareciam lacrimejantes.
"Eu não quero me afastar de você, então, por favor, não me empurre-" S/n de repente sentiu dois lábios carnudos sendo plantados em seus próprios lábios. Lexa segurou sua bochecha, oh, tão suavemente. S/n retribuiu o beijo e sentiu o gosto salgado das lágrimas em seus lábios. As duas separaram os lábios por um segundo para respirar antes de Lexa soluçar.
S/n olhou para cima para ver o rosto manchado de lágrimas de Lexa. Ela enxugou algumas lágrimas e acariciou o rosto com as duas mãos. Elas juntaram suas testas.
