Na verdade esse cap saiu no improviso, eu tenho um roteiro com o resumo do que vai acontecer em cada capítulo, mas de repente eu não gostei mais e acabei fazendo um completamente diferente. Apesar de ter saído mais curto, eu confesso que estou orgulhosa dele.
Enfim, boa leitura meus amores S2
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Depois daquela noite eu não havia mais saído de casa a não ser para curtas idas ao mercado ou passeios na praça. Tinha sido uma noite absurdamente louca, valeu a experiência, mas percebi que não é mesmo a minha praia.
Por falar nisso, Nath e Carol são cem por cento festeiras! O tipo de pessoa que topa qualquer coisa, a qualquer hora, em qualquer lugar, não sei se não tinham medo de morrer ou se tinham absoluta confiança de que ficariam bem no final. Seja o que for, aquelas duas se tornaram minhas primeiras amigas de verdade. Apesar de eu não sair, ambas iam com frequência até a casa de Chris e Luiz, que mesmo sem perceber eu estava começando a chamar de minha.
Por outro lado, um sentimento começava a corroer meu interior. Angústia. Eu sabia que estava adiando meu verdadeiro motivo de estar lá, mas ao mesmo tempo sentia como se tudo fosse desmoronar assim que eu pisasse meus pés na prefeitura. Eu sequer podia entrar lá sem ter hora marcada, mas por sorte Natasha havia me garantido que daria "um jeitinho" nisso, palavras dela.
Enquanto eu não tinha uma confirmação da mulher extremamente elegante que eu passara a chamar de amiga, ocupava meu tempo com todos os afazeres domésticos. Os homens daquela casa estavam ficando loucos por acharem que eu tinha algum tipo de TOC com limpeza. A verdade é que eu estava me sentindo entediada, e inútil. Todos eles faziam algo para me ajudar, o mínimo que eu deveria fazer era retribuir com o que estivesse ao meu alcance, e na verdade fazer as tarefas domésticas estava mais fácil do que eu esperava. Ambos eram muito organizados e raramente deixavam as coisas muito bagunçadas, o que facilitava muito o meu trabalho.
— Nós já dissemos que você não precisa retribuir nada – Chris falava pela milésima vez – nós não estamos te ajudando esperando algo em troca.
— Eu sei – respondi, enquanto secava a louça suja do almoço – mas me sinto mal vendo vocês me ajudarem e eu ficando de braços cruzados.
— Você faxina a casa todos os dias, deixou esse lugar mais limpo do que todas as casas que eu já vivi – Luiz brincou.
— Eu tenho o dia todo livre, essa também foi uma desculpa para me ocupar – sorri fraco.
— Falando em tempo livre – Chris começou com a voz mansa – o quanto você tem dormido?
— É mesmo, eu achei que suas olheiras estivessem sumindo, mas recentemente só têm piorado – Luiz jogou na minha cara.
— Inconveniente como sempre né, Luiz? – Chris o repreendeu – mas ele não está errado, você aparenta mais cansada a cada dia que passa.
— Eu estou bem, sério – dei o meu melhor sorriso, o qual foi zero convincente para ambos, que me olharam com cara de "tá na sua cara a verdade" – eu ando um pouco preocupada, na verdade, cada dia que passa sem ter nenhuma notícia da Natasha me deixa mais ansiosa.
— Eu sei que você a conhece pouco tempo, mas eu te garanto, se ela te prometeu algo, ela cumpre, sempre! – Chris me consolou – apenas confie nela, está bem? – colocou uma de suas mãos em meu cabelo, o afagando.
Suspirei derrotada, concordando. Ouvimos a campainha tocar e nos entreolhamos, preocupados. Luiz olhou pelo olho mágico e soltou um risinho nasalado.
— Falando no diabo – nos olhou rindo, se virando novamente para destrancar a porta – quem está vivo sempre aparece! – abriu os braços, recebendo Natasha em um aperto, logo se soltando e fazendo a mesma coisa com Carol.
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Cosmos Laranja
ActionQuando se vive em um mundo onde a liberdade não existe, morrer parece ser a opção mais fácil. Uma válvula de escape. O que seria de nós se não fosse aquelas pessoas que escolhem pela opção mais difícil? Sobreviver e lutar. Precisamos do tipo de pess...