Part Two

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Part Two

Harry ainda não tinha parado de gritar, até porque não tinha parado de cair. O poço parecia infinito. E a única coisa que iluminava a total escuridão do local, era a água com seu brilho mágico caindo, mesmo assim não revelando o final.

Naquele momento, o ômega tinha a certeza que iria morrer. Mas não saber exatamente quando pararia de cair lhe deixava angustiado.

Até que ele viu. "O fundo do poço".

Parecia o final da fonte, um enorme círculo de água brilhante. O mesmo fechou os olhos pelo impacto dolorido que deveria ser cair na água após toda aquela altura.

Mas não aconteceu. Assim que ele atravessou, flutuou, como se tivesse chegado à gravidade zero, como se não fosse água e sim um portal para um lugar mágico.

Ainda flutuando, levou um pequeno susto ao que uma dessas partículas de brilho, que estavam por aí, grudou em seu pescoço. — Ouh! O que é isto? — questionou a si mesmo, tocando no lugar e encarando seu dedo, estranhando que não havia grudado em seu dedo também.

De repente, mais uma partícula, depois outra, depois outra, tomando conta de seu rosto, de seu corpo, de seu terno. Ele se sentiu estranho ao pensar que a definição disso seria "ser atacado por brilho". Gritou quando estranhamente estava completo daquelas partículas.

Até que seu corpo emitiu uma luz forte como quando você olha para o sol em pleno dia ensolarado.

Então, tudo mudou.

Ele pensou que com certeza havia morrido e agora sua mente estava projetando alucinações, porque aquilo estava magicamente estranho. Pois ele se sentiu voar como uma bexiga solta que ainda não foi amarrada.

Até que caiu no chão (ele esperava ser o chão). Abriu os olhos verdes devagar e viu que em sua volta tudo estava escuro novamente... Exceto por uma coisa. Apoiando as mãos no chão, ergueu seu torso e viu alguns pequenos buracos que emitiam feixes de luz, tão claros que ele não conseguia ver o que estava do outro lado.

Ainda assustado e perdido, percebeu que os buracos estavam em uma superfície que não fazia parte do resto. Com força, empurrou aquilo e arrastou para o lado. Foi uma tremenda confusão em sua mente quando percebeu que do outro lado daquilo, ele também aparecia no chão, em vez de aparecer no alto de outro lugar.

Mas esta confusão passou a ser bem pequena ao perceber onde ele estava: saindo da tampa de um bueiro no meio de uma rua movimentada, com vários cruzamentos e centenas de telas brilhantes cobrindo prédios inteiros. A Times Square.

Harry não sabia se se focava naquele mundo totalmente novo em sua mente ou nas várias pessoas lhe estavam olhando de forma esquisita.

Saiu do bueiro devagar. Mas nem teve tempo de pensar, já que ouviu buzinas altas de um veículo e olhou para o lado, vendo um grande caminhão em grande velocidade indo em sua direção.

Gritou e correu.

Mas na direção para qual correu, estava vindo outro carro. Teve a sorte de que o veículo conseguiu parar a tempo, um metro de distância do ômega. Em seguida, esse mesmo veículo foi atingido por um táxi que vinha de outra direção. Pela diminuição da velocidade, o acidente não foi grave, apenas causando amassados — que seriam problema para os motoristas depois —, mas o ômega ficou assustado como se fosse.

Ele decidiu correr para aonde as outras pessoas estavam, a calçada, que parecia ser mais segura, passando perigosamente por outros carros rápidos.

Enchanted | DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora