Os Sete Reis

Capitulo 1-A Escuridão

Acordei com a brisa do vento batendo em meu rosto, eu estava deitado em uma cama completamente desconfortável em um quarto sujo e acabado, olhei para o quarto bagunçado com a aparência abandonada, parecia que ninguém entrava aqui a anos.

Me levantei, estava escuro, parecia que o mundo estivesse em uma completa escuridão, calcei meus sapatos e andei pela casa, com passos sonolentos e descuidados quase caindo de tanto cansaço.

Fui até o armário de meu quarto, pegar uma muda de roupas para eu me vestir, uma camisa preta um pouco velha e desgastada com uma calça rasgada nas laterais com uma sujeirinha sobre os bolsos

Após me vestir, andei até a porta e  a abri lentamente, logo vendo aquele lugar lindo sobre a luz da lua, as casas com flores sobre as janelas, musgos nos muros antigos do reino, as pessoas conversando e dando risadas por ai, isso me anima, isso me da vontade de continuar aqui.

Segui andando até a biblioteca onde trabalho para me sustentar, eu sempre observo as ruas e os becos do reino sempre que vou a caminho de lá, porquê eu acho tudo aqui muito perfeito, é como se eu fingisse que não existe erros aqui, é como se nada estivesse acontecendo comigo.

Enfim, após um tempo, cheguei na biblioteca completamente iluminada pelas velas, Nataly provavelmente estava acordada.

- Bom dia? Nataly?

Após eu falar isso, ela apareceu, saindo de trás de uma das grandes estantes de livro da biblioteca uma garota loira de olhos azuis de óculos redondo olhando para mim com um sorriso no rosto, ela estava usando uma camisa marrom linda com detalhes em branco, e calças pretas com botões azuis, parecia estar arrumada para alguma coisa.

- Bom dia Ikari!, Tudo bem com você?- Disse ela se aproximando com uma pilha de livros em suas mãos

- Tudo ótimo, e ai? rolou alguma coisa ontem? entre você e o Adrien?- Falei fechando a porta atrás de mim e apoiando meu corpo na parede

- Mas é claro que não!- Ela cruzou os braços- Eu e ele somos apenas amigos Ikari, se liga

- Ah mas sempre que você fala dele aparece um sorriso no seu rosto, e quando ele vem aqui você fica toda vermelha e sem saber o que dizer

Ela estava com um olhar raivoso, parecia que iria me atacar a qualquer momento, até que fiquei com um pouco de medo dela, mas nada que eu não tenha visto antes.

- Eu não vou dizer nada- Ela vira as costas- acho melhor você pegar a lista de quem passou do prazo de entrega do livro, está ali- ela aponta para a mesa da recepção e logo vai embora arrumar os livros das estantes.

- Okay Nataly me desculpa por qualquer coisa viu, não queria irritar você- solto uma risada.

Andei em direção a mesa que ela disse, comecei a ver todos os papéis de pessoas que estavam devendo livros, e tinha umas 4 apenas, todos os dias está diminuindo pessoas nesta lista, parece que finalmente estão aprendendo a devolver no prazo.

Sai de lá com minha mochila e com os papéis em mãos, ja sabia quem era cada um deles e onde eles costumam ficar. Entrei em um beco escuro, mas com a luz do amanhecer invadindo o local, parecia o céu, tudo tão belo e tão iluminado.

Cheguei na casa da primeira pessoa da lista, se chamava Louis, conhecia ele de relance na cidade nunca tinha chegado a falar com ele diretamente mas já escutei sua voz grossa algumas vezes, tem cabelos pretos e longos, mas sempre anda com ele preso, sempre por ai com uma camisa preta impressionando todo mundo com seus músculos definidos.

Bati na porta algumas vezes, até que escuto passos vindo em minha direção.

- Bu!

Cai no chão com o susto, os livros, os papéis, todos espalhados pelo beco, quando olhei pra ver quem me assustou, eu vi ela, era Ana.

- Sua idiota, pra que esse susto???- Falei arrumando os livros e os papéis que derrubei

- É legal te assustar Ikari- Ela solta algumas risadas- bom, e ai? como anda? essa é a casa do Louis né? ele está devendo livro de novo?- Ela cruza os braços olhando para a porta- Ele não está em casa, me disse ontem que ia viajar para Viterion.

- Que?- perguntei levantando do chão- Como assim? porquê ele vai pra lá?

- Mandaram um convite para trabalhar lá, como ele tem habilidades de combates bem avançadas o chamaram, se não me engano era algo de caçadores de bestas não me lembro muito bem, mas ele não mora mais aqui.

Olhei para Ana com ódio- E agora? o que eu faço? eu quero a merda do livro de volta

- Ele deixou algumas coisas ai dentro, talvez tenha deixado o livro- Ela apoiou na parede da casa com um sorriso no rosto

- Está dizendo pra mim invadir uma casa?- Levantei a sobrancelha com um gesto de dúvida

- Sim, eu posso arrombar a porta pra você- Um sorriso brilhante aparece em seu rosto

- De jeito nenhum- Ela da um chute tão forte que arromba a porta de madeira velha da antiga casa- ANA?

- Viu? agora vamos entrar que jajá tenho que ir para o treino.

Ela entrou e logo estava eu atrás dela, a sala estava completamente bagunçada, armário pelo chão, a mesa quebrada, parede rachada, cadernos e folhas todas espalhadas e rasgadas pelo chão, parecia um cenário de roubo.

- Ana? o que aconteceu aqui?.

- Alguém entrou aqui Ikari, eu e o Louis arrumamos tudo antes dele sair, não tinha nada bagunçado, toma cuidado eu vou olhar o quarto dele.

Ana saiu do meu campo de visão, Andei pelo local e comecei a ler alguns papéis que estavam embaixo da mesa quebrada, tinha uma carta que se destacou, peguei e abri ela, estava escrito ''Olá Louis, analisamos você e chegamos a conclusão que você é adequado para trabalhar conosco, venha para Viterion. Nós os caçadores de bestas estaremos te esperando, Assinado Valmith Delugo''

- Ana, eu achei uma coisa- um completo silêncio ecoa pelo local- Ana?

Eu vou até o lugar onde Ana tinha ido, e a vejo completamente parada olhando para um símbolo vermelho ao seu lado

- Ikari, se afasta- diz ela com uma voz trêmula

- Porquê Ana? que símbolo é esse?

- Eu ja vi ele antes, ele explode quando alguém passa perto ou toca nele, se ele explodir já era entendeu?

Após Ana dizer isso, eu escutei uma voz sussurrando no meu ouvido.

- Suma.

Quando escutei isso eu vi o símbolo que Ana estava observando explodir, e ela voar diretamente para a janela atrás dela jogando-a para o beco escuro novamente. Quando tentei fugir da explosão, virei para trás e vi um homem de cabelos brancos, alto e com uma túnica preta, senti apenas ele me empurrando e minha visão sendo tomada pelos destroços e a fumaça que a explosão causou.