10. Amélia.

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Capítulo 10.
Amélia.

Draco acordou com o seu nome sendo chamado incontáveis vezes de modo eufórico, ele se jogou da cama e imediatamente ligou a luz com os olhos arregalados na direção do moreno.

"Ela vai nascer, Draco, pega as coisas e liga pra sua mãe, rápido!" Estava sentado na cama tentando manter a respiração controlada, assim como o médico orientou.

"Meu Deus! Como assim, ela pode nascer agora? Não falta um mês ainda?" Colocou as mãos na cabeça em puro desespero. "Harry, faz alguma coisa!" Gritou quase chorando.

"Seu idiota, você quer que eu faça o que, segure ela dentro de mim?!" Precisou fechar os olhos com força e gemer de dor. "Pega logo as coisas, sou eu que estou parindo aqui." Dizia impaciente.

"Tá, ok." Começou imitar o ato alheio com o exercício de respiração enquanto corria até o quarto ao lado e voltava. "Pronto, e agora?"

"Agora me ajuda aqui." Draco segurou sua mão e era até ironia o fato de que o mais novo estava muito calmo em comparação ao outro.

Lucius não demorou muito para chegar e estacionar o carro numa velocidade preocupante e logo em seguida Cissa corria para fora e ajudava o moreno já que Draco estava em pânico e não sabia como agir. A cesária estava prevista para o mês seguinte, ele seria internado e teria acompanhamento até o nascimento da criança, porém as coisas não saíram conforme o planejado (como podemos ver).

Draco tinha aquela grande bolsa no ombro e Potter era levado numa maca em direção a sala de cirurgia. Malfoy estava logo atrás, mas foi barrado, pois, segundo o médico, não era qualquer parto. Draco era novo naquilo, não tinha como saber e a preocupação só crescia.

"O que eu faço?" Arregalou os olhos na direção dos pais, suas mãos estavam sobre a cabeça. Ele poderia desmaiar facilmente.

"Filho, calma." Seu pai veio até si e segurou seus ombros. "Vai dá tudo certo, eu já estive no seu lugar."

"Ele é um garoto forte e não é como se estivesse correndo um grande risco. A Luna também nasceu de oito meses, amor, é normal." Draco acenou ainda trêmulo e foi guiado para sentar na cadeira entre os dois mais velhos.

Sua cabeça estava uma mistura de pensamentos e um deles era sobre não ser o pai biológico da Amélia. Harry deixou bem claro que se ele quisesse contar a verdade para os pais estava tudo bem, não poderia interferir nisso, no entanto, reforçou que ele continuaria sendo o pai dela e nada no mundo poderia tirar isso dele.

Não era como se sentisse essa necessidade, mas uma voz dentro de sua cabeça não o deixava em paz, tinha que contar. Não poderia viver para sempre com isso entalado na garganta, como se fosse uma coisa simples, como se fosse só mais uma bobagem que fez e que certamente não deixaria seus pais sabendo. Era uma criança. Sua filha.

"Eu preciso contar uma coisa." Ergueu a cabeça com um suspiro alto. "Desculpa."

"Pelo quê?" Seu pai juntou as sobrancelhas e virou o tronco na cadeira, prestando atenção. Cissa também estava confusa, porém apenas imitou os atos do marido.

Eles não tinham aquele medo de antes. Não esperavam uma notícia como: "Eu fui pego fazendo vandalismo ou matando aula e agora estou suspenso." Então a preocupação era ainda maior porque Draco nunca pediu desculpa por algo que ele fez.

Eram pais descolados (ou pelo menos tentavam), ainda que Draco os corrigisse dizendo que, na verdade, são loucos e lunáticos. Sempre tentaram entender tudo pelo que os filhos estavam passando, não iriam virar as costas pra ele por nada, ainda mais num momento como aquele.

So Let's Make It Work | DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora